- É Stacy, namorar. A gente ta de rolo já faz mol tempo, que diferença faz? - Peter fala como se fosse a coisa mais obvia do mundo.
Por um lapso de segundo ficar com ele parecia ser a decisão certa, mas ao pensar nisso por mais uns dois minutos percebi que havia mais pontos negativos do que positivos e nós dois já conversamos sobre isso, não sei qual a dificuldade dele de "ingerir" as coisas que falo, parece que estou sempre falando com as paredes e...
- Hey? Stacy, estou falando com você.
- Eu sei Peter, e se eu não me engano nós já conversamos sobre isso. Não é tão fácil, namoro envolve família, eu teria que abrir mão de algumas coisas por você. E também.. eu estou prestes a começar a faculdade, é uma etapa nova entende? Iria precisar do dobro de confiança entre eu e você, fora que os estudos vão tomar muito o meu tempo. Se você me der mais um tempo até eu organizar tudo, passar por essas etapas de mudança, a gente pode conversar sobre isso depois. - Disse por fim, sendo sincera.
- Mais tempo Stacy? Isso pra mim é desculpa. Você tem noção de quantas garotas fariam de tudo pra estar no seu lugar? E eu to aqui perdendo o meu tempo com você. - Ele estava nervoso e agressivo, eu não estava acostumada com esse comportamento.
- Peter, não é desculpa, você sabe que é complicado. Minha mãe é difícil de lidar, você sabe disso, fora que a faculdade fica muito longe daqui, você acha mesmo que... - Fui interrompida pelo Peter novamente.
- Eu já entendi Stacy, pode ficar despreocupada que eu não vou mais desperdiçar o seu precioso tempo, mas depois não adianta vir arrependida, não posso garantir que vou estar disponível ainda. - Peter gritou comigo e eu mal podia acreditar nas palavras que saiam da sua boca, eu queria muito gritar de volta e tentar me defender, mas ele ligou o som do carro em um volume extremamente alto, sem me dar uma chance de rebate-lo.
Eu me senti totalmente descartável e substituível. Parecia que eu era um brinquedo que ele queria pra quando não tivesse outra distração. Eu ainda estava ingerindo todas as suas palavras e a medida que elas iam ecoando em minha cabeça eu pensava em como seria se eu tivesse aceitado? E o que levou a ele insistir em mim por tanto tempo?
Não me lembro de quando foi que o carro começou andar mas quando me dei conta já estávamos no portão de casa, desci do carro e quando olhei para onde o Peter estava percebi que ele estava olhando pro lado contrário do meu, evitando o contato visual.
***
Já faz uma semana que eu e o Peter não nos falamos. Percebi que o tempo que ficamos juntos me deixou um pouco "cega" referente as atitudes dele, nessa semana descobri que enquanto a gente ficava e se preparava pra um futuro relacionamento ele agia como se eu fosse ma qualquer que ele já "pegou", ele ficava com outras meninas, inclusive, uma delas chegou a espalhar pra escola toda que eles estavam quase namorando (isso quando nós ainda estávamos "juntos").
Não sei se vocês lembram, mas na festa da Katie eu fiz amizade com umas garotas e fiquei com o irmão de uma delas. Enfim, eu estou muito próxima dela, ela se chama Rachel, tem os cabelos loiros e lisos que vão até o meio de suas costas, olhos castanhos, tem a pele um pouco mais clara que a minha e tinha a minha altura. Embora ela fosse dois anos mais nova que eu, tinha uma maneira de pensar incrível, ela era madura, nós duas concordávamos em quase tudo e gostávamos das mesmas coisas, tudo contribuiu para que nos dessemos bem.
Eu também comecei a conversar com o irmão dela, Hayden, ele me chamou e ficamos amigos, nada mais que isso por enquanto, não pretendo me relacionar com ninguém no momento.
***
- Stacy, se arruma logo, nós já estamos atrasadas. - Louise me apressava enquanto eu terminava de arrumar meus cabelos.
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Quase um clichê
Novela JuvenilEu sempre fui apaixonada pelos clichês, seja do nerd e a popular, o chefe e a secretaria ou da patricinha e o bad-boy, alias esse ultimo citado é a minha categoria preferida e me arrisco em dizer que encontrei o bad-boy perfeito para o meu clichê. ...