E a tão esperada, ou nem tão esperada assim, quarta-feira chegou.
Eu troquei muitas mensagens com o Pietro nesses dias, - pelo direct - pra variar, o cara não se deu nem ao trabalho de pedir o meu numero e eu é que não vou pedir o dele.
Em meio a vários assuntos ele me perguntou se eu sou virgem, tive que dizer que sim né pois se acontecer algo entre nós dois ele iria perceber que menti. Ele disse "ah, mas isso não nos impede de ir além dos beijos né?", da pra acreditar que ele falou isso? O cara é um safado. Mas eu já estava decidida e quando eu me decido não tem quem me faça mudar de ideia, nem o fato de o cara aparentar ser um babaca.
Julia e Leticia estavam em casa quando o porteiro ligou avisando sobre Pietro. Me senti mais segura por ter minhas amigas por perto mas ao mesmo tempo sentia algo diferente, seria adrenalina? Medo? Eu não sei exatamente mas estava próximo de ser uma mistura desses dois sentimentos e um pouco mais. A cada minuto dentro do elevador eu sentia uma vontade cada vez maior de ligar pra ele dizendo que eu nunca deveria ter aceitado esse "encontro", mas afinal de contas, eu nem tinha o numero dele.
Por um minuto de distração (da minha parte), só pude reparar que o garoto estava na minha frente quando estava tão perto que quase tropecei nele, resultando em um par de olhos verdes me encarando curiosamente. O dono daqueles lindos olhos cumprimentou minhas amigas (que desceram comigo. Segundo elas, pra ter certeza que era ele e não um sequestrador disfarçado) com gentileza e depois se dirigiu a mim, depositando um beijo em minha bochecha e pegando uma de minhas mãos para que eu pudesse o acompanhar.
Nós trocamos algumas palavras no caminho, pra falar a verdade passamos quase o tempo todo falando da festa, o que me deixou um pouco irritada porque ele estava constantemente dando em cima de mim mesmo eu já estando indo para a casa dele.
- Como está seu tornozelo? - Ele me perguntou parecendo um pouco preocupado.
Finalmente ele está demonstrando solidariedade e perguntando algo (mínimo que seja) sobre mim.
- Está doendo um pouco ainda, mas está melhor, obrigada. - Respondo sincera e sorrio.
- Pode deixar que eu cuido de você bebê. - Ao terminar a frase, pude reparar no sorriso malicioso que surge em seus lábios.
Droga, o cara é estupidamente bonito mas ao mesmo tempo um babaca de primeira. Ele só perguntou do meu tornozelo pra jogar uma "cantada" barata dessas.
Em nenhum momento ele se mostrou interessado em minha vida ou em mim como uma pessoa e não como uma refeição e nem no que eu achava dele ou qualquer outra coisa. Sério, o que estou fazendo aqui? Indo pra casa de um total desconhecido que não faz nenhum esforço pra não ser tão desconhecido assim. Eu só podia estar louca, não é possível. Onde está o meu juízo? Acho que o perdi no sorriso perfeito desse babaca, ou em seus olhos perfeitamente perfeitos. Ok, quantas vezes eu usei a palavra "perfeito"? tenho que parar com isso...
Quando adentramos sua casa ele me ofereceu um copo d'água (ÁGUA, ele me ofereceu ÁGUA, NEM UMA BOLACHINHA, NADA PRA COMER), eu neguei, me sentei no sofá que estava em sua sala de estar, eu estava meio distraída e quando resolvi procurar Pietro com os olhos, o encontrei, parado em minha frente e sem camisa. Ok, o cara podia ser o babaca que fosse mas 'caralho' que físico é esse minha gente? Ele está falando alguma coisa, ai meu Deus, foco Sofia, FOCO.
- Vai ficar só olhando? Vem aqui, eu não mordo. - Pude enfim prestar atenção no que ele dizia.
Ah, qual é? "EU NÃO MORDO?" que frase típica. Tá, eu não estava mais tão tranquila assim, andei em direção a ele um pouco receosa, ele deu um sorriso de lado como se tivesse gostando da situação. Quando cheguei perto o suficiente, ele me olhou de cima (isso acontece porque ele é mais alto que eu), deu um sorriso malicioso, em seguida me puxou pela cintura e me beijou. No começo foi um beijo lento, mas depois ele foi intensificando e quando eu estava sem folego ele interrompeu o beijo, sorriu pra mim ('puta que pariu' que sorriso maravilhoso) e pegou a minha mão, guiando-me para o que deduzo ser o seu quarto.
***
Depois de se despedir de mim depositando um beijo em minha testa (não faço ideia do porquê de ele ter feito isso) eu voltei para a casa, Julia e Leticia ainda estavam lá e acabei me deparando com Karina e Manuela juntas à elas. Merda!
- Sofia Augsten, o que você estava fazendo na casa de Pietro Gimenez? - Manu (a "mãe" do grupo) pergunta impaciente.
- Fala sério gente, sério que vocês se juntaram aqui só para me dar um sermão?
- Sofi, escuta... - Karina respira fundo e continua. - O Pietro não é o cara para os seus clichês ele....
- Eu sei. - Interrompo-a secamente e todas me olham um pouco curiosas e confusas. - Eu não fui atrás dele procurando por um clichê... alias, foi ele quem veio atrás de mim. O que vocês querem saber? Se transei com ele? Sim eu transei. Se foi bom? Ah foi ótimo... Mas porquê de toda essa reunião? Nenhuma de vocês podem me julgar se o problema for esse, exceto a Manu porque ao contrário de vocês ela é virgem.
- Sofia pelo amor de Deus, o problema não é você ser virgem ou não ser mais. Pietro é o problema. - Manu me olha séria, me examinando com cuidado.
- Ele de forçou a alguma coisa? Te machucou?
- Não Julia, ele não fez nada de errado. E não espero nada dele. Foi um lance... casual, aconteceu e não quero mais vê-lo. Simples!
- Casual? Você? - Julia indaga.
- Sim Julia, pode comemorar... Não estou mais a procura do meu Romeu!
- Nesse caso fico feliz - Karina abre um sorriso - agora... conte tudo!!
Eu ia começar a falar mas chega uma notificação em meu celular e eu me apresso em identificar o nome dele.
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Quase um clichê
Novela JuvenilEu sempre fui apaixonada pelos clichês, seja do nerd e a popular, o chefe e a secretaria ou da patricinha e o bad-boy, alias esse ultimo citado é a minha categoria preferida e me arrisco em dizer que encontrei o bad-boy perfeito para o meu clichê. ...