Ópio

32 2 0
                                    

Ópio

Imagens dançam na minha frente, sombras sem sentido. As silhuetas ficam cada vez mais longe.

Meus olhos pesam.

Caminho entre as ruas sinuosas,com a palidez da noite.
A luz dos postes secam as minhas retinas, fazendo os meus olhos pulsarem de suas órbitas. Continuo vagar sem rumo pelas ruas, que agora pareciam se mover conforme eu ando.

Me sinto tão cansado, mas relaxado, sinto que cada passo eu mergulho num sono profundo.

Meus braços pesam.

Finalmente eu não sinto aquela tristeza, mas também não sinto felicidade, está tudo vazio em mim.

Meu estômago conversa comigo em reprovação.
A rua está vazia, porém tenho a sensação de estar sendo vigiado.

Meu corpo pesa.

Tenho a ideia súbita de deitar na rua mesmo, o sono ia me vencendo.

Não teria diferença eu ir para casa, ou até mesmo morrer ali no meio fio...
Minhas palpebras vão se fechando de tal maneira, não tenho mais controle sobre o meu cérebro, tudo fica escuro. E por alguns segundos sinto enfim a liberdade.

Quando acordo, vejo o azul intenso do céu pela janela, levanto e percebo que não sai de casa.

Maldito ópio.

O Eu Lírico De NinguémOnde histórias criam vida. Descubra agora