Capítulo 5

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Na noite de ontem não tive pesadelos, mas não consigo me lembrar exactamente do que sonhei, mas já é um alívio não ter tido pesadelos. Dizem que sonhos refletem nos nosso desejos, medos e por vezes lembranças, eu sei que meus sonhos maus refletem directamente nos meus medos.

Quando cheguei a faculdade não me sentia em meu melhor humor, por isso preferi não falar com ninguém, o dia havia começado mal, pra piorar Lindsay não estava, ela me mandou uma mensagem logo cedo avisando sobre seu mal-estar, e eu respondi desejando lhe melhoras. O ambiente era bem agitado nos corredores da instituição, a quantidade de pessoas que passavam por mim era extensa e eu realmente acho que a cada dia vejo uma pessoa nova, porque não se explica que eu não reconheça nenhuma delas. As aulas decorreram bem calmas, por isso consegui suportar meu mau humor, assim que elas terminaram me dirigi a minha casa.

O resto do dia decoreu na normalidade,  o bom da rotina é que posso fazer tudo no automático, a rotina é mais confortável para mim por isso gosto de manter os hábitos.

Em meu quarto me foco em fazer uma playlist, ela tem os meus cantores favoritos por isso me sinto feliz com o que escuto, mesmo que as letras sejam em noventa por cento tristes, as mensagens compensam.

Não sei por quanto tempo fico escutando, só sei que  já havia escutado diversas músicas quando meu celular toca, olho pra tela e vejo o nome Ethan escrito, sinto meu coração falhar uma batida, continuo encarando a tela sem coragem de atender, o que direi a ele?  Como explicarei minha explosão na outra noite? Não sei o que falar...saio de meus devaneios quando a chamada termina. Sinto me mal em não ter atendido, mas esse sentimento só dura alguns segundos, pois logo meu celular volta a tocar, é ele de novo. Desta vez não espero muito pra atender, pego o celular e deslizo a tela para atender e fico em silêncio, quando escuto sua voz rouca:

-Olá Blair Mason, porquê não me atendeu? São exactamente oito e meia da noite, não lembrava que eu ligaria? -ele diz com a voz interrogativa.

-...a-a...olá Ethan - é tudo que consigo dizer, sinto-me estúpida por não conseguir formular simples palavras pra responder suas perguntas.

-Tudo bem se não quiser responder, como foi seu dia? - ele diz.

-Haaaa... - droga, sou mesmo uma inútil - Foi bom - respondo simplismente.

-Que bom que foi..., pena que não consigo ver teus olhos, pois acredito que veria mentira neles. Eu vi como estava isolada na faculdade hoje, sei que seu dia não foi nada perto de bom.

-Se sabia porquê perguntou então? - respondo rude, mas instantaneamente me arrependo. - Desculpe-me, não queria ter soado agressiva, agora é que realmente me achas maluca... - disse baixinho, mas com certeza de que ele escutou.

-Não te acho maluca B, - ele diz com uma risada nasalada. -Ser espontânea não significa ser maluca, acho até bom que sejas assim, significa que és verdadeira. - ele completa.

-Não dirias que sou verdadeira se soubesses a quantidade de sorrisos falsos que dou diariamente... - digo sentindo o peso de minhas palavras.

-Continuo com a minha opinião, quando digo que és verdadeira é no sentido de não conseguires esconder teus sentimentos e emoções, pelo menos não de mim, outros podem até não perceber mas é porque não sabem olhar realmente para as pessoas. - ele fala pausadamente, como se reflectisse.

-Você é muito sincero, algo admirável nos dias de hoje. Mas não mude por favor, pois não digo isso no sentido mau e sim no quão isso te faz raro e surpreendente.

-Não acho que eu seja raro, talvez seja porque você nunca tenha conhecido alguém como eu.

-É... Talvez, mas me diga como foi o seu dia.

I Can Be BetterOnde histórias criam vida. Descubra agora