Do it everytime.

8 0 0
                                    

Pedalando calmamente sobre o asfalto de Lafayette e sem sono algum devido ao que acontecera noite passada, permiti-me de desfrutar dos raios de sol que tocavam minha pele pálida e diziam que eu havia consertado um de meus erros: Permiti-lo de fazer aquilo com minha família e abandoná-la.

Tentei lembrar o caminho até a casa de Billy, e logo cheguei lá. Se não fossem pelas árvores e pela loja de Sr. Roswell nunca teria chegado lá. Armazenava seus formatos de troncos e folhas e quando via a loja, já sabia que era apenas virar para a esquerda.

Bati na porta várias vezes e ouvi sua mãe gritar:

— Billy, vá atender a porta! E não abra pra estranhos!

— Me deixa dormir!

— Vou jogar um balde d'água em você, babaca!

Não demorou muito para que eu ouvisse passos no corredor e então um barulho de água caindo seguido de um grito.

AAAAAAAAAAAAAAH!

Esperei algum tempo já sem paciência, e então a porta se abriu. Agradeci aos astros por permitir-me de ver esta cena. Um Billy todo encharcado, de pijama, com olheiras e com uma cara de mau humor, frustração e sono havia me atendido.

Ele olhou-me incompreensível. O que seu amigo maluco e bonzinho estava a fazer em sua porta às cinco da manhã? Isto era sério mesmo? Ele havia levado um balde de água por isso? Vi em seus olhos que ele estava querendo me estrangular naquele exato momento. Mas em vez disso, perguntou:

— O que é? — Ele perguntou, explodindo em sua fúria. — Quem morreu?

— Meu padrasto. Mas... — Comecei e fui interrompido.

— O quê? Como assim? Que padrasto? — Ele cuspia as perguntas com um bafo matinal horroroso.

— Puta merda, Larson! Você andou comendo merda ou o quê? — Abanei o mau cheiro em frente ao meu nariz e Billy tapou a boca, envergonhado.

— O que você disse?!

— Longa história. Vem comigo. — O puxei pelo braço e então, voltei, ao ver que havia me esquecido de algo.

Enfiei sua cara debaixo da pia e deixei a água corrente correr pelo seu rosto, e então o fiz a colocar na boca. Então coloquei pasta de dente na sua boca e comecei a escová-la, o que o deixou atordoado.

— Cospe.

O 'qwê'? — Ele perguntou com o sabão na boca.

— Cospe, caralho! — Falei novamente e ele o fez. — Ótimo.

O puxei novamente pelo braço com pijama e tudo para o meio da rua.

— Onde você está me levando? Como assim padrasto morreu? Sua mãe furava olho? E seu pai sabia? Por quê está dizendo essas coisas sem sentido, você tá fumando maconha? — Ele fazia um turbilhão de perguntas tirando minha paciência, o que me fez parar e o segurar pelos ombros.

— Billy. Eu juro que se você não calar a porra da sua boca, eu enfio um sabonete nela e coloco uma fita. — Falei e ele olhou-me incrédulo, como se eu fosse um alienígena – o que eu não duvidava muito. — Eu preciso te contar uma coisa extraordinária que aconteceu comigo.

— Eu percebi. — Ele disse olhando-me de cima para baixo.

Ponderei por alguns segundos como o contaria aquilo. E por quê. Ele não iria acreditar em mim nem nos dias de hoje, quanto mais em 1975! Talvez agi por impulso por ele ser meu melhor amigo e como um irmão para mim, e o procurei como sempre fizera. Mas acho que Billy não mudara muito desde aquele tempo, se não por remover restrições que antes tinha como drogas e álcool. Sua mente sempre parecera estar mil anos luz à minha frente.

Timeless Whisper.Where stories live. Discover now