Capítulo 17: Nem Todas as Tradições são Antiquadas - Parte 01

246 50 363
                                    

Gostar de alguém e não ser correspondido é uma das situações mais agonizantes que uma pessoa pode passar. Por mais que muitos considerem apenas um "draminha", um apaixonado simplesmente não consegue deixar de volta e meia pensar naquela situação em que se encontra, o famoso: "Quem eu quero, não me quer", não consegue deixar de achar que é a pessoa mais azarada no mundo. E é exatamente essa a situação do bruxo nascido-trouxa Richard Timms.

De certa forma, Rich havia se acostumado a ver Soph andando pelos corredores abraçada ao namorado Pierre. Na verdade, uma parte do garoto se sentia feliz pela alegria que a ruivinha demonstrava ao lado do francês. Porém, uma outra parte, teimava em nutrir esperanças.

Independentemente de Sophie agora dividir o seu tempo entre o grupo de amigos e o namorado, Rich nunca havia imaginado que a garota esqueceria da tradição anual deles. Essa tradição era algo para além de qualquer sentimento amoroso, era um segredo.

Um segredo daqueles que só grandes amizades têm. Porém, Soph não havia dito nada o dia todo, e talvez, uma tradição que ocorria há três anos, não fosse acontecer naquele ano. Ou pior, não fosse mais acontecer. Enquanto o grifinório estava sentado em frente à lareira de seu salão comunal, eram esses os pensamentos que rondavam em sua cabeça.

Rich estava sozinho no salão comunal. Todos os alunos tinham ido dormir cedo, pois no sábado ocorreria um jogo decisivo de Quadribol.

- Eu sou um idiota. - Resmungou o garoto esfregando os olhos, enquanto pensava: "Ela está namorando agora, é lógico que as coisas iam mudar!" Richard reclamava sozinho e acabou não ouvindo passos que desciam as escadas.

- Não acredito que você agora fala sozinho...

O jovem bruxo não acreditava no que estava vendo: era Sophie.

- Richard Timms, você está ficando doido!

A garota carregava, em uma de suas mãos um caixa embrulhada e, na outra, uma sacola. O garoto levantou e ajudou a garota com as embalagens.

- Você sabe que essa poltrona é minha! Pode chegando pra lá. - Sophie brincou. - Trouxe a cerveja amanteigada? - Ela perguntou, sentando-se na poltrona mais próxima à lareira.

- C-C-Claro. - Rich respondeu.

- Ainda está gago? Você precisa ser internado... Não começou a beber sem mim né?

O garoto negou com a cabeça. Não conseguia falar, estava absorvendo a imagem da garota a sua frente.

- O que foi?! - Questionou Sophie enquanto tirava os doces da Dedos de Mel da sacola. - Ah já sei... Tá chateado porque eu me atrasei... - A garota bufou. - A culpa não foi minha, o Ministério está interceptando todas as corujas e olhando as encomendas. Fiquei quase duas horas esperando a Valkíria chegar com as tortinhas no corujal. - Depois de colocar os doces sob a mesa, a jovem começou a tirar os sapatos de qualquer jeito. - Como se Você-Sabe-Quem fosse enviar alguma coruja contando os detalhes sórdidos de seu plano imundo... - Soph girou os olhos. - Bando de panacas.

Rich limpou a garganta.

- Não achei que faríamos esse ano...

- E por que não? Fazemos todo ano. - A garota tirava as tortinhas da caixa, enquanto Richard ainda parecia ter sido petrificado.

- Você...O Seboso...

- Ah! - Sophie suspirou e fez uma careta. - Deixa disso! Não é porque eu estou namorando que esqueço das coisas. Além do mais, você é meu melhor amigo.

Rich não conseguiu não sorrir. Apesar de tudo, eles ainda tinham uma ligação.

- Então quer dizer que temos torta...- O garoto tentou desconversar.

Lumus Hogwarts - CONCLUÍDA/EM REVISÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora