O luto turquesa

1.1K 80 19
                                    

O suspiro de Evie deveria ser o milésimo que ela dava, as cortinas fechadas produziam o permear da penumbra em seu quarto, já faziam dias e dias que ela estava assim, passará até mesmo o sétimo dia da partida de Mal, mas nem mesmo isso fez a azulada voltar a usar suas cores ou sair da cama com algum alento, sem Mal Bertha o mundo colorido de Evie Grimhilde era completamente sem cor nenhuma. A apatia dela fazia com que seus amigos se preocupassem, principalmente três que estavam sentados na cozinha de sua casa a espera de algum sinal.

— Já faz dias que ela está assim, temo que ela vá acabar partindo de tristeza. — Doug se apoiou no balcão e repousou a cabeça sob a mão. — Não ter como ajudá-la me deixar triste.

— Ela não vai morrer também, não diga besteiras. — Jay falou em tom repreendido ao namorado de Evie.

— Será que tem algo que possamos fazer por ela? — Carlos coçou a cabeça vendo o celular vibrar sob a bancada em seguida, era Jane. — A Fada Madrinha pode fazer algum feitiço nela, talvez?

— Sem chance! — Jay era totalmente contra. — Não vamos enfeitiçar nossa amiga, não estaríamos sendo sinceros com ela.

— Magia sempre é temporária, ela logo voltaria a esse estado e talvez pior. — Doug explicou balançando a mão.

— Então porque a magia que matou a Mal não a traz de volta? — A voz embargada de Evie chamou a atenção dos três para vê-la na porta que dava acesso a sala.

O rosto completamente vermelho, as roupas pretas e sem o desenho estético que ela costumava ter, Evie estava completamente em pedaços e foi amparada inicialmente pelo abraço de Doug em quem chorou mais ainda, soluçou a ponto de precisar ser sentada na cadeira da cozinha para recuperar seu fôlego e limpar o rosto.

Os três estavam em pé a frente dela, preocupados com seu estado, Evie puxava os panos que cobriam seu corpo para se sentir mais quente, mesmo no verão dos Estados Unidos de Auradon ela ainda sentia calafrios, talvez estivesse com aquela gripe de sempre quando ficava triste, o que só a fez soluçar chorando mais uma vez, já que era Mal que costumava usar sua magia para curá-la.

— Evie nós estamos aqui. — Carlos segurou uma das mãos dela. — A Mal não está, mas nós estamos, sempre estaremos.

— Quem garante qu...ue vocês não vão partir amanhã como e...ela? — Entre os soluços ela tentava se acalmar, mas foi em vão. — A Ma...al também disse que estaria aqui e partiu.

— Ela salvou Auradon, amor. — Doug pegou a outra mão dela. — O maior legado da Mal é vivermos em segurança, bem, é isso que ela queria pra todos nós, para as crianças que vão vir da Ilha pra cá.

— Ela não iria querer nenhum de nós chorando, você conhece a Mal. — Jay tentou sorrir para animá-la, mas em vão. — Ela ia dizer: Não acredito que vocês estão derramando lágrimas por mim, ...

— Idiotas. — Carlos completou rindo. — Vilões não choram, Evie.

Ela permaneceu em silêncio, Doug conseguiu convencer a jovem a comer um pouco e disse aos amigos que iria fazer companhia a ela durante o dia, já Carlos garantiu que viria dormir com ela a noite, mas que agora precisava assumir algumas tarefas, o jovem De Vil se via com mais tarefas do que conseguia conter, mas seria breve, logo poderia se dedicar a um só função.

Desde que Mal havia partido, Jay, Carlos e posteriormente Evie também, assumiam tarefas em nome da falecida amiga, coisas que ela costumava fazer. Jay ficou responsável pela segurança, por conversar com os guardas, por garantir todos os dias que o reino estava seguro e reportar ao rei Ben, Carlos tinha ficado com a relação com a Ilha, tendo a ajuda de Jane, a barreira ainda estava temporariamente fechada, a abertura total foi adiada devido a alguns problemas e o falecimento de Mal. A Evie tinha ficado a tarefa de acompanhar o rei Ben em alguns compromissos, dando conselhos, como Mal faria como rainha, ela faria como conselheira por conhecer Mal mais do que ninguém, mas com a apatia dela quem assumiu essa tarefa temporariamente foi Carlos.

Vossa MajestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora