37. aquele dos pais e namorado

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Luana POV's

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Depois que eu me mudei eu perdi totalmente a paciência que eu tinha com meu pai, assim eu amo ele, amo até muito, mas pensem num homem preconceituoso, ele é racista, homofóbico, machista, xenofobico, é um verdadeiro inferno aguentar ele de cabeça baixa. Enfim hoje é mais uma tarde de domingo que eu tô deitada no meu quarto sem fazer nada, só mechendo no celular e tentando descobrir o que o arrombado do Orochi tá fazendo. Faz uma semana que a gente tá dando um tempo e ele não aparece em lugar nenhum, não quero mandar mensagem, não sei se já esfriei totalmente a cabeça, apesar de sentir saudades dele. Tô quase pegando no sono quando minha irmã grita da frente da casa.

- Luanaaaa é pra você

- puta que me pariu mesmo, tava quase dormir é bom ser importante seja lá quem veio atrapalhar meu merecido descanso.

Quando chego no portão, depois de ter passado pela minha irmã na sala e dado um tapinha na testa dela, abro o mesmo pra ver quem é o santo que resolveu me atazanar hoje. Não, ele não, o que ele tá fazendo aqui? Como sabe onde eu moro? Eu travo, fico parada olhando pra aquele rosto, o rosto mais perfeito que já vi em toda minha vida depois do meu lógico k. Quanta saudade desse rosto. Pedro estava encostado no muro olhando para os pés na calçada.

- oi - ela fala com um sorriso sem graça no rosto e eu levo um tiro no peito, esse sorriso maldito acaba comigo

- oi - saio na calçada e encosto o portão pra que ninguém nos veja - o que você tá fazendo aqui?

- senti saudades

- Pedro.. como você me achou

- você tem amigas que deviam trabalhar no FBI

- Gabriele?

- a mesma.

- ela não sabe ficar quieta

- ainda bem que não

- a gente não tava dando um tempo?

- você quis dar um tempo, eu fiquei com saudade essa semana inteira.

- você que quis fazer merda

- já falei que eu errei e me arrependo disso

- eu sei, eu sei...

- só que...

- não sei..

- como não sabe?

- eu tô com saudades da gente

- então pronto

- não é tão fácil Pedro

- se você quiser é super fácil

- e eu posso confiar em você que isso não vai se repetir?

- claro, eu nunca nunca nunca mais vou sair do seu lado - ele pensou um pouco - menos na hora que você tiver na faculdade, eu não quero mais ver escola na minha frente

Respirei fundo pensando no que dizer, o coração aquieta ai que eu não posso me precipitar, por mais que eu queira agarrar ele agora.

- Luanaaaa - ouço uma voz gritar de dentro da casa - quem é?

- quer conhecer meus pais?

- o que? - ele me olhou assustada e eu ri

- se a gente vai mesmo namorar, dessa vez sem erro, vamos fazer isso direito

- e-então a gente t-tá be-em? - tão lindinho gaguejando que eu quase coloquei ele num potinho de maionese. Talvez, mas só talvez eu seja esquisita.

- é a gente tá bem - peguei na mão dele e levei ele pra dentro do portão fechando o mesmo

- seus pais não vão me interrogar né?

- vão sim, eles são suuuper ciumentos e meu pai tem uma arma em casa - vi ele engolir seco enquanto eu levava ele pra dentro da sala - gente esse é o Pedro

- o-oi, m-muito prazer

- boa tarde Pedro - minha mãe disse sentando no sofá

- vem senta - falei sentando enquanto meu pai chegava no recinto e sentava do lado na minha mãe de frente para nós - a gente tá namorando

Eu acho que o viado acabou de morrer por dentro porque ele parece uma estátua

- aé? Vocês se conheceram na faculdade?

- não, o Pedro não faz faculdade

- não?? E se conheceram como?

- amigos em comum - menti, se eu disser um site ela me mata com certeza

- que legal - meus pais não são nada ciumentos, acho até que minha mãe tá feliz que eu finalmente achei alguém, porque pra ela eu não acho ninguém bonito, até porque eu não ia chegar nela e falar que bebi e transei com um desconhecido né. E meu pai fica quieto sempre que tem gente desconhecida em casa, até acho melhor pra ele não falar merda e assustar os outros.

- você faz o que Pedro?

- eu err... - ele me olhou desesperado e eu ri da cara dele, as mãos dele suavam de nervoso

- ele faz vídeo pro YouTube mãe

- isso da dinheiro?

- da sim, quando o vídeo é monetizado, rende bastante.

- não pensa em fazer faculdade Pedro?

- penso, penso sim - ele disse claramente mentindo eu conheço ele, ele não pensa nem no que vai comer amanhã quem dirá no futuro

- que bom, bom - ela disse sorrindo pra ele - só mais uma perguntinha Pedro, se você não se importar claro - ele balançou a cabeça todo nervoso - você ama mimha filha?

Ele me olhou com um sorriso aliviado e eu retribui o mesmo

- amo, amo muito, se tem uma coisa que eu amo é ela

- não precisa exagerar - meus pais sorriam, só isso que importa pra eles.

às cegas - tio orochiOnde histórias criam vida. Descubra agora