Capítulo 1

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Aqui estou eu, andando, fugindo pelas ruas de SP as 3hrsda manhã. De quem? do meu padrasto. Por que? Vou contar tudo do começo. na verdade eu nunca cheguei a conhecer o meu pai e minha mãe eu perdi faz uns 7 meses e desde então minha vida têm sido um inferno, eu fui obrigada a morar com meu padrasto, e é dele que eu to fugindo agora. Desde que minha mãe morreu, ele vêm tentando coisas estranhas, entra no meu quarto de madrugada, fica me olhando, me alisando, essa noite, eu achei que seria igual, que ele só entraria, e ficaria me olhando, mas não, ele tentou tocar em minhas partes intimas, se deitou sobre mim, e distribuiu beijos nojentos pelo meu pescoço, eu fiquei apavorada nunca ele tinha feito isso, pensei que ele estivesse bêbado, mas não, ele estava sóbrio e com um olhar que me causou calafrios. Não sei como mas eu consegui tirar ele de cima de mim, empurrei ele com tanta força que ele bateu a cabeça no guarda-roupa e ficou caído no chão desacordado. Saí de lá com tanta pressa, sem nem ao menos olhar pra trás, meus olhos estão marejados, de tanta raiva, medo e nojo, como ele seria capaz de me tocar, acho que não suportaria olhar pra cara dele novamente, não sei pra onde vou agora, só quero ficar o mais longe possível de casa, saí tão disparada que não peguei nada, roupa nem dinheiro, não sei o que fazer agora, nem pra onde ir. Por isso estou aqui ás 3hrs da manhã andando numa rua deserta, sozinha, sem rumo, sem lugar nenhum pra ir. Pensei em ir pra casa da Carol, mas já é muito tarde e eu teria de explicar a história toda, e a tia Sandra ia querer chamar a policia, e isso é a última coisa que eu quero, não quero mais ter que olhar pra cara daquele monstro só quero ficar em paz em algum lugar. Quem é Carol?, é a minha melhor amiga, nos conhecemos a 4 anos, nos conhecemos na escola e desde então quase nunca nos desgrudamos, Carol e tia Sandra foram meu porto seguro, meu ponto de paz quando minha mãe morreu, me ajudaram em tudo, me deram amor e carinho, coisa que eu não podia receber da minha família, já que eu não tinha uma.

Já tinha se passado uma hora desde que eu sai de casa, resolvi sentar no banco de uma praça que eu passava, Sentei e fiquei repassando tudo que tinha acontecido essa noite, foi tudo tão rápido, mas sinto que isso ainda vai me atormentar por muito tempo, pensei em tudo desde a morte da minha mãe e vi como minha vida estava uma merda, meus olhos encheram d'água, chorei por tudo que eu passei hoje, por tudo que tava guardado, por toda a dor que eu tava sentindo, chorei muito, já estava com os olhos inchados de tanto chorar, fiquei meia hora sentada naquela praça chorando.

¬¬- QUE DROGA DE VIDA! - gritei sem me importar se alguém me ouviria, e novamente me debulhei em lágrimas.

Me levantei do banco olhando para todos os lados, limpei meu rosto e respirei fundo, voltei a andar sem rumo, fui andando, andando e andando, até avistar uma sombra no fim da rua, fiquei parada por alguns segundos, até ver a sobrar ganhar forma, aparentava ser um homem, com uma garrafa na mão, depois que ele me viu, parece que ele começou a andar mais rápido, comecei a correr, olhando pra trás, e o cara começou a correr também, corri mais depressa e as lágrimas começaram a descer de novo, ouvi um barulho de vidro quebrar e imaginei que fosse a garrafa. Ele gritou:

- VEM AQUI MINHA GOSTOSA, NÃO CORRE NÃO, VEM PRO PAPAI - quando ouvi a voz dele, foi como se fosse um baque, minhas pernas travaram, me coração acelerou e mais 300 lágrimas desceram dos meus olhos, era ele, o Marcos, meu padrasto. Acordei do transe quando ele puxou meu cabelo com força e me fez olhar pra ele, ele tava com um olhar completamente diferente, tava me causando calafrios

- finalmente eu te achei filhinha, agora eu vou pode terminar o que eu comecei, minha princesa - ele tava com um bafo de álcool que tava me causada náuseas, me corpo todo estremeceu de medo quando ele passou a mão pelas minhas coxas.

Eu não tinha outra reação a não ser chorar, meu coração gelou, quando ele subiu a mão pro meu seio e apertou com força, soltei um gemido de dor, ele olhou pra mim com desejo, aperto mais meu seio e puxou mais meus cabelo, não sei da onde eu tirei forças, mas eu dei um chute no saco dele, com todas as forças quem ainda restavam no meu corpo, imediatamente ele soltou meu cabelo, eu dei uma joelhada na barriga dele e sai correndo o mais rápido que pude, ainda ouvi ele gemer de dor e gritar:ao c

- sua putinha, você vai me pagar por isso - olhei pra trás e ele estava estirado no chão, com a mão na barriga.

Continuei correndo, corri por muito tempo procurando algum lugar, já não aguentava mais correr, mas tinha medo de parar e aquele monstro me achar de novo, minhas lágrimas insistiam em cair, chorei na medida em que eu corria, corri por aproximadamente meia hora, até avistar uma casa BEM grande, com as portas da frente abertas e as luzes acesas, o medo era tanto que nem pensei duas vezes e corri em direção a casa, entrei nem correndo, sem pedir, entrei em prantos e na mesma hora todos que estavam na sala me olharam assustados, na mesma hora já levantou uma mulher vindo na minha direção e gritando:

- Sai daqui, ta pensando que pode entrar sem pedir?, sem bater?, ande, use essas pernas e saia da minha casa agora! - ela cuspia as palavras conforme ia se aproximando, e a única coisa que eu sabia fazer era chorar, chorar muito, as lagrimas aumentaram e ela só pareceu perceber meu estado nessa hora.

Ela parou de gritar e ficou me encarando por alguns minutos, levantou meu rosto e ficou me fitando, passou as mãos pra limpar meu rosto, só depois de uns 10 minutos eu consegui abrir a boca pra falar alguma coisa, respirei fundo, limpei minhas lágrimas e então comecei a falar:

- por favor, me deixe ficar aqui, pelo menos essa noite, eu não posso sair de novo, eu quase fui estuprada - comecei a chorar desperadamente de novo e ela me olhou com um certo olhar de pena - também não posso voltar pra casa, pois quem tentou me estuprar foi meu próprio padrasto, me deixe ficar aqui essa noite, eu imploro.

Ela me olhou como se estivesse me analisando e olhou para as meninas que estavam sentadas no sofá, ( que por sinal eram muitas) voltou a me olhar, respirou fundo e disse:

- tudo bem, você pode passar a noite aqui, mas amanhã você vai me contar tudo direitinho, agora vá descansar, venha comigo que eu te mostro onde você dormirá. - pegou em minha mão e me puxou em direção as escadas, subimos e chegamos em um enorme corredor , com bastantes portas, (não sei quantas pra ser exata), abriu uma das portas, e me puxou para dentro do quarto, olhei tudo atentamente, e ela apontou pra qual cama eu dormiria. O quarto era bem grande, tinha três camas médias, dois guarda-roupas, uma cômoda e uma televisão embutida na parede, o quarto era bem grande e bonito, e tinha um banheiro também.

- bom, espero que se sinta confortável nessa cama, tem toalhas no banheiro, e pode dormir tranquila, aqui ninguém entra, dormem mais duas meninas nesse quarto Julia e Yasmim, a propósito meu nome é Kelly. - escutei atentamente a tudo que ela dizia, dei um sorriso fraco e assenti com a cabeça, ela sorriu de volta, passou a mão na minha cabeça e saiu do quarto, respirei fundo, e olhei tudo em volta.

Fui para o banheiro, tirei a roupa, olhei-me no espelho e vi meu rosto avermelhado e completamente inchado, voltei a me debulhar em lágrimas, entrei no box e deixei a água cair sobre meu corpo, me lavando de todo esse dia horrível. Fiquei uns 20minutos no banho, sai me sequei e me enrolei na tolha, peguei minha roupa em cima da tampa do vaso, e sai, assim que sai tinha uma garota sentada em uma das camas, ela me olhou e logo abriu um enorme sorriso, olhei pra ela um pouco confusa e ela disse:

- OI querida, eu sou a Julia, a Kelly deve ter falado que esse quarto também é meu né? - sorrio de canto, e assenti

- falou sim Julia, se eu estiver incomodando aqui posso dormir na sala, sem problemas, e meu nome é Fernanda.

- claro que não Fer, pode dormir aqui e fica a vontade, essas roupas que estão ai em cima são pra você dormir, e não se preocupe a lingerie é nova, nunca foi usada - ela deu um sorriso divertido, e eu apenas assenti, peguei a roupa, fui pro banheiro, me troquei e voltei para o quarto, quando eu voltei Julia não estava mais, no fundo dei graças a Deus, porque a única coisa que eu quero agora e deitar e descansar e assim fiz, me deitei na cama, me cobri até a cabeça e chorei baixinho até dormir.

A ProstitutaOnde histórias criam vida. Descubra agora