Capítulo 10

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JENNA DUARTE

Acordei e Glécia ainda dormia. Peguei o celular pra olhar as horas, e vi que tinha descarregado. Que maravilha!

_Tudo bem?- ouvi Glécia resmungar.

_Sim encrenca, e você?

_Com sono!- sorri e apertei a bochecha dela.

_Isso vai dar problema!- ela disse recuando.

_Só se você se apaixonar!- disse seria. Ela me encarou e manteve o silêncio. E o silêncio nunca falou tanto como aqueles longos segundos.

_Glécia?

_Sim?

_Esta apaixonada por mim?- perguntei tentando fazer meu olhos se encontrarem com os dela. Ela encarava as mãos, brincava com os dedos e pensava em algo. Eu por outro lado, a encarava, com uma tensão enorme, tentando entender a situação sem deixá-la magoada. Coloquei uma mexa de seu cabelo atrás da orelha, e sorri.

_E importa?

_Sim!

_Não tem importância!

_Para mim tem!

_Dependendo da resposta, isso aqui acaba?

_Certamente!- disse suspirando com um olhar triste.

_Estou!- ela disse se levantando e colocando a roupa. Eu não consegui me movimentar, nem falar nada. Eu estava imóvel. Seria melhor deixá-la sair sem uma conversa? Ou eu deveria pedir para que ficasse, e tentarmos resolver a situação? Quando dei por mim, escutei a porta bater forte, e senti meu coração doer. A segunda opção era a certa. Mas foi a certa tarde demais.
Uma semana se passou e Glécia não deu sinal, o que era esperado já que o desastre já foi feito. Eu sentia algo por ela, mas eu não queria.

Me arrumei para ir ao shopping comprar umas blusas. Chegando lá, fui diretamente para a praça de alimentação, até porque barriga vazia não para em pé. Sentei na mesa com meu lanche e meus olhos pararam nela, na mesa enfrente. Droga. Ela me encarou, e vi em seus olhos, um ar de tristeza. Ela tentou dar um sorriso doloroso para mim, mas me mantive séria. Pude ver o ponto de interrogação em sua testa e respirei fundo. Levantei e fui até sua mesa. Ela me acompanhou com o olhar, e pude sentir sua ansiedade.

_Oi Glécia!- disse me sentando.

_Ah... oi..- ela disse de cabeça baixa.

_Me acompanhe!- disse me levantando. Comecei a andar sem olhar para trás, mas pude sentir sua presença logo atrás. Cheguei na portaria do hotel que tinha na frente do shopping e pedi um quarto. Glécia não disse nada, só observou. Era injusto com ela, eu ser fria, e ainda esconder meus sentimentos e desejos. Ela era linda e inteligente. E eu, bom, era insegura e tola. Chegamos ao quarto, abri a porta e dei passagem para ela entrar. Ela estava desconfiada, pensativa.

_Sente-se!- disse calmamente. Ela se sentiu e eu respirei fundo. _ O que quer de mim?

_Como assim?

_O que espera de mim?

_Reciprocidade?

_O que mais?

_Para com isso.

_O que mais?

_Espero que me deixe ficar!- ela disse entre lágrimas. Foi naquele exato momento, que eu percebi o quanto ela era forte. Aquelas lágrimas guardaram e aguentaram muita coisa, e eu entendo ela. E neste exato momento, entendi o quanto meu coração precisa do amor dela.

_Você não entende, não é mesmo? Você já me tem!- disse me ajoelhando na sua frente. _ Me ganhou tão fácil, que até me irrita!- disse sorrindo.

_O que?

_Você é perfeita, Glécia, e eu quero te deixar entrar. Você me tem, e eu quero te ter. Quero acordar vendo seu sorriso, e quero entender suas manias, suas birras, conhecer sua comida preferida, e até mesmo ouvir você roncar. Você entende isso? Eu quero! Você aceita ser minha?

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Logo, logo, mais ...

Beijos da jen.!

Sra. MedinaOnde histórias criam vida. Descubra agora