A caverna misteriosa

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Mabel levou Diana para a floresta, onde estavam Candy, Grenda e Wendy, que estranharam Mabel ter chegado trazendo outra pessoa.

Diana prestou atenção que a clareira tinha um piso fofo, era pequena, não mais que cinco metros de circunferência, as árvores ao redor eram altas e com muitas folhas, mangueiras, provavelmente, além de ter um cheiro forte de terra molhada, isso, junto com a terra fofa, mostrava que havia chovido não fazia muito tempo.

— Meninas! Essa aqui é a Diana... — Disse Mabel animada, até que uma expressão de surpresa tomou seu rosto e ela perguntou — Qual o seu sobrenome?

— Storm. — Ela disse meio constrangida, aquilo tudo era tão confuso, ela tinha que fingir que não conhecia pessoas com quem havia passado grande parte do seu verão, aquilo estava dando um nó em seu cérebro.

— Isso! — Mabel disse animada, Diana havia sentido falta desse jeito da irmã, e deixou escapar uma risada, assim como as outras garotas, Mabel era engraçada. Então ela continuou — Pois bem, Diana, essas são Candy, Grenda e Wendy!

Enquanto falava ela apontava para as garotas de quem ia falando, Diana percebeu que todos pareciam cansados e tinham olheiras profundas e sorrisos frágeis e ocos.

— O que aconteceu com todas vocês? — Perguntou Diana assumindo uma expressão preocupada — Eu reconheço um sorriso falso quando o vejo.

As garotas se entreolharam surpresas, até que Mabel começou a rir sem nenhum humor, ela cruzou os braços na barriga e soltou risadas estridentes sem humor, era uma cena já assustadora, mas ela começou a derramar lágrimas entre as risadas e gritou:

— É patético, não? Somos incapazes de nos salvar sozinhas, precisamos que alguém se sacrifique por nós! Não somos capazes de sequer descobrir onde aquele maldito escondeu meu irmão, tudo por que eu não podia suportar a ideia de ele seguir um caminho que nos deixasse separados por algum tempo, mas que ainda nos veríamos nas férias, agora aquele demônio o levou e sabe-se lá o que ele está sofrendo apenas para nos manter a salvo! Agora não conseguimos tirar da cabeça que deveríamos ter sido mais úteis e não conseguimos dormir para termos maior facilidade de encontrá-lo! — A garota estava obviamente desesperada e a cena que se seguia era de partir o coração, ela tremia e as lágrimas desciam como cachoeiras, Diana viu que as outras também estavam perto do limite e as puxou para um abraço.

No meio daquele abraço o olho azul gélido de Diana mudou novamente, ele voltou a ficar branco e a soltar uma fumaça, envolvendo as meninas e as acalmando, ninguém notou aquilo, mas sentiram os efeitos, elas iam se acalmando e organizando os pensamentos, quando encerraram o abraço o olho da "garota" já voltara ao normal.

— Eu realmente sinto muito por vocês, mas eu tenho algo para dizer que talvez ajude: quando se sentirem um peso, se esforcem para ficar mais forte e não precisar de sacrifícios. — Ela terminou com um sorriso, que foi compartilhado pelos outras garotas.

— Você é legal, eu gosto de você! —Disse Grenda quase quebrando as costelas da de olho azul em um abraço de urso.

Elas passaram um tempo conversando coisas aleatórias, até que Wendy se desencostou do tronco em que se apoiava e sentou no chão macia da floresta e os olhos de Diana se arregalaram com o que viu.

— O que é aquilo? — Ela gritou ao ver o desenho na árvore, ele era de um tom de azul quase branco, e formava um triângulo de cabeça para baixo e com três círculos ao seu redor, ela apontou para o local, mas as outras não pareciam estar vendo nada.

— O que é o que? É alguma pegadinha? —Disse Candy ajeitando os óculos e apertando os olhos.

— Isso aqui! — Disse Diana chegando perto do tronco e tocando no desenho que brilhou e deixou uma marca de queimado na casca idêntica ao desenho.

As garotas ofegaram de surpresa, quando, pelo que elas conseguiam ver, ao tocar no tronco da árvore Diana fizera aquele queimado aparecer. Elas se aproximaram cautelosamente da árvore e Wendy disse:

— Garota, como você fez isso? Tipo assim, em um minuto não tinha nada aí e, quando você tocou isso apareceu.

Elas perceberam o olhar confuso de Diana e se surpreenderam quando ela disse:

— Vocês não estava vendo antes?

Naquele momento elas perceberam que algo estava certamente errado e olharam para o desenho novamente e Candy inclinou levemente a cabeça e todos se surpreenderam quando ela plantou bananeira de repente e sua cara pareceu ficar mais vermelha, seus olhos se arregalaram, sua boca se abriu, ela cambaleou e caiu no chão, se afastando o mais rápido possível do desenho ela Gritou em meio ao seu desespero

— Se afastem dessa árvore!

— O que houve Candy? Você reconhece esse desenho? Por que está tão assustada? — Questionou Mabel olhando da garota para o desenho.

— Quando eu virei de cabeça para baixo o desenho me lembrou uma versão inacabada daquele ritual para acabar com o Bill! — Foi a resposta obtida por eles.

Wendy, Mabel e Grenda também se assustaram e se afastaram da árvore, mas Diana não se afastou, ela ficou curiosa, por que havia sido capaz de ver aquilo? Ela tocou o centro do desenho, as outras, tomando por ser indiferença por não saber quem era Bill, a chamaram.

— Sai logo daí Diana! — Wendy falou puxando a garota para longe, mas não foi rápida o suficiente, logo o chão se abriu e as duas caíram na escuridão, sem ter outra escolha, Mabel, Candy e Grenda pularam também, para ajudar as amigas e não deixar elas sozinhas.

Lá embaixo elas despencaram, Wendy, que estava em baixo e caiu em pé, sentiu uma dor aguda no tornozelo direito, quando tentou levantar-se a dor ficou insuportável e ela novamente se sentou.

— Droga! Acho que torci o tornozelo ou o quebrei! — Ela informou para as amigas com uma voz abafada.

— Eu sinto muito, deveria ter me afastado da árvore com vocês, agora estamos aqui presas! — Desculpou-se Diana.

— Não se preocupe, pelo desenho da entrada, isso deve ter algo haver com o Bill, então talvez tenha alguma forma de conseguir informações sobre como achá-lo e matá-lo! — Respondeu Mabel positiva.

— Ok, mas deixe-me ajudar você com isso. — Disse ela para Wendy que tentava, em vão se locomover com o tornozelo daquela forma — Eu tenho certa experiência com primeiros socorros. — Ela acrescentou, os valentões da escola nunca deixavam-na em paz, portanto tivera que aprender como cuidar dos machucados que eles lhe faziam.

Ela tirou o casaco e rasgou um pedaço da camisa e passou os olhos pelo ambiente a procura de algum pedaço de madeira que servisse, por sorte alguns galhos de árvores caíram junto com elas e havia um forte o suficiente.

— Olhe, talvez doa um pouco, ok? Tente não se mexer muito. — Alertou Diana antes de pegar o pé de Wendy e movê-lo para a posição correta, tendo um som abafado de dor vindo da garota, que mordia os lábios tentava não puxar o pé de volta. Diana pôs o galho no lugar e rapidamente enrolou a tira de tecido de forma a imobilizar para que fosse ajudando enquanto não conseguissem voltar para a cidade — Se apoie em mim. — Completou a de olhos azuis ajudando Wendy a se levantar e passando o braço dela envolta de seu ombro.

— Obrigada Diana. — Ela agradeceu — Como você consegue estar tão tranquila sobre isso? Sabe, chão que se abre, desenhos que surgem do nada.

— Digamos que eu também já tive minha dose de esquisitices, não há quase nada que possa me surpreender agora. — Ela respondeu sorrindo.

— Acho que deveríamos ir tentando achar uma saída ou algo que nos ajude a subir de volta. — Observou Candy. Elas concordaram e começaram a rondar pela caverna, após andarem um pouco elas chegaram a uma bifurcação.

— Pra que lado? — Perguntou Mabel.

Nessa hora a caverna tremeu e o teto começou a cair, lhes deixando com poucas opções.

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