trinta e seis - fogo

4K 345 2K
                                    

- Millie? - A garota ouviu a voz de Finn a chamando - as crianças já estão tomando café da manhã, não acha que está na hora de acordar? - ele perguntou, com um sorriso em seu rosto, passando sua mão no cabelo da menina

- já? - ela perguntou abrindo os olhos e vendo o rosto de Finn e a luminosidade que vinha da janela que dava para a sacada - que horas são?

- 9:00. Elas acordaram agora a pouco - o moreno diz se referindo as crianças

- tá, to indo - ela botou suas mãos no rosto, o balançando, fazendo-a despertar. Ela se senta na cama e olha para Finn, que estava do mesmo estado que ela - não vou nem ganhar um beijinho de bom dia, papai? - ela brincou

- eu até daria, mas com esse bafo de dragão ai - Ele a zoou, jogando um travesseiro na cara dela

- a cala boca, idiota - ela pega o travesseiro e o joga longe, pegando o rosto de seu marido e beijando seus lábios. Ela se encontrava com sua mão no pescoço de seu marido, e ele com uma de suas mãos na cintura da mulher. Enquanto a outra ele usava para se apoiar na cama - bom dia, amor - ela colou suas testas e sorriu de olhos fechados, sentindo a respiração de Finn

- Bom dia, querida - Ele abriu seus olhos e ela fez o mesmo, ambos afastaram as testas e se olharam de perto - eu te amo - ele disse sorrindo

- Millie!? Millieee! MILLIE! - Sadie acordou Millie a balançando. Era apenas um sonho

- Ahm? - Millie se sentou na cama assustada - O que foi, Sadie?

- da pra você calar essa boca? São três da manhã e eu quero dormir! - Sadie reclamou - obrigado - Sadie voltou pra sua cama e deitou enfurecida

Millie revirou os olhos e deitou sua cabeça em seu travesseiro, voltando a dormir

Millie sentiu o caminhão batendo contra o carro e fazendo eles balançaram de um lado para o outro. Millie desmaiou em um segundo, e a última coisa que ouviu foi a voz de Finn a chamando

A menina abriu os olhos e a primeira coisa que viu foi a janela do carro quebrada pelo lado do motorista. Ela olha para o chão em sua frente e vê um corpo, o corpo de Finn

Ela olha em volta e vê nada, absolutamente nada, a única coisa que iluminava ali era o farol do caminhão e do carro, apenas. Ela olhou para sua barriga e viu sangue, muito sangue. Ela sabia o significava, significava que a menina tinha acabado de perder seu primeiro bebê, significava que ela tinha acabado de ter um aborto espontâneo

Lágrimas desceram de seu rosto, e o soluço tomou conta dela. Ela botou seu cabelo atrás da orelha e tentou tirar aquele cinto de segurança, mas a menina não tinha nem força para tal ato

Depois de muito trabalho o cinto saiu, a fazendo respirar fundo novamente

Ela olhou para a porta e a abriu devagar

A menina botou um pé de cada vez, como se ela fosse desmoronar, e ela ia

Ela se apoiou na porta e fechou a mesma, andando devagar, se apoiando no carro, enquanto deixava uma das suas mãos em cima de sua barriguinha de 4 meses

Ela se jogou no chão, o corpo de Finn estava de costas para ela, e na frente da mesma

A menina vira o corpo dele e olho em seu rosto. Ele estava mais branco do que já era, haviam cortes em sua cara, sangue em sua boca e rosto

- Finn? - Millie o chamou com dificuldade, tentando respirar, falar e não chorar ao mesmo tempo - Finn? - ela balançou o corpo dele, desejando que ele estivesse apenas "dormindo" ou desmaiado - Finn, por favor, não - ela puxou a gola da jaqueta dele e botou a cabeça do menino em seu colo, fazendo carinho em seus cabelos - não, Finn! Por favor, Finn! - ela fechou os olhos e umas 90 lágrimas caíram, no mínimo. Ela desejava que com aquelas lágrimas que caiam sobre ele, o fazia voltar a vida, mas aquilo não era um conto de fadas, a vida de Millie não era um conto de fadas. E convenhamos, não estava nem perto de ser - Finn - ela engoliu sua saliva e sentiu um nó gigantesco em sua garganta, no qual mal deixava a menina respirar - Você também não, Finn! Você também não, meu amor! - ela implorou - não. Não - ela colou o corpo dele no dela e balançou para frente e para trás, chorando mais ainda

nós || ƒiℓℓiє Onde histórias criam vida. Descubra agora