Forty Nine

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Boa leitura anjos❤
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Percebi alguém sentando ao meu lado e notei que era a Jully, ela me entregou uma latinha de coca-cola.

- Obrigada. - Eu abri a latinha e tomei um gole.

- De nada. - Ela fez o mesmo com a que estava na mão dela e ficamos em silêncio.

- Eu não tenho conseguido dormir sozinha a noite. - Eu disse ainda olhando para frente. - Eu só consigo dormir, na verdade, quando eu estou com a Clarke. - Eu suspirei.

- Assim quando você se alimenta. - Ela disse. - Você só come se a Clarke te obrigar.

- Na maioria das vezes. - Respondi, mesmo sabendo que era uma afirmativa.

- Quando começou a perceber que está muito dependente dela?

- Está manhã. - Eu a olhei. - Na verdade descobri que estava tentando expressar meu amor de um jeito errado, mostrando que precisava dela acima de tudo, me tornando dependente e fazendo parecer que estou com ela apenas porque ela cuida de mim. - Dei uma breve risada e bebi um gole do refrigerante novamente. - Acho que eu vou precisar de pílulas para dormir.

- Como você se sente sobre isso? - Eu me virei para ela, não acreditava que ela estava usando uma frase pronta como aquela, que todos os terapeutas usavam. Ela soltou uma pequena risada. - Acredite, eu quero saber. - Ela disse se defendendo.

- Me sinto como se nada do que eu fizesse nunca desse certo. - Falei sincera. - Mas eu não a culpo, porque se eu estivesse em seu lugar me sentiria da mesma forma, mas é inevitável não me sentir mal e menos acreditada do nosso relacionamento, que na verdade nem é um relacionamento, apenas uma amizade. - Ri e balancei a cabeça negativamente. - Eu acho que já achei a solução para tudo.

- E qual é? - Ela perguntou.

- Amizade. - Eu disse ela arqueou a sobrancelha. - Eu era a única que não seguia esse conceito de "amizade." - Eu fiz aspas com as mãos. - Talvez tenha sido aí aonde eu errei, eu forcei demais. - Suspirei.

- Você vai desistir dela? - Ela me perguntou e eu dei mais um gole no refrigerante.

- Não. - Disse olhando para os casais andando de mãos dadas pelo parque. - Só acho que eu devo dar um tempo, não pressionar mais para voltarmos. - Falei sincera.

- Se lembra da última vez que saiu do meu consultório, quando eu disse que você não precisava mais voltar como paciente? - Ela me perguntou e eu me virei sem entender, apenas assenti. - Hoje eu vejo aquela mesma Alexandra. - Eu arregalei os olhos. Como assim? Da última vez eu estava curada sem remédio nenhum, agora com certeza eu iria precisar de remédio para dormir e controlar a minha ansiedade.

- Jully, eu não estou... - Ela segurou meu braço, me impedindo de continuar.

- Você está melhor. - Ela disse sorrindo. - Você consegue ver agora que sua recuperação depende apenas de você e de mais ninguém, você soube lidar com essa enxurrada de emoções que você está sentindo e ao invés de reprimir para você, você veio limpar a sua mente e pensar sobre isso. - Ela fez uma pausa e pegou na minha mão. - Eu falei com a Clarke antes de você e ela me contou tudo, até a sua reação. Você simplesmente não a pressionou, você deu espaço para ela, eu entendo que você agora queira é seguir o princípio da amizade e acho que deveria, primeiro para você ver que sozinha você também consegue ser forte e segundo que vai ser bom, porque o relacionamento de vocês parece que vive a mil por hora, dar um tempo para as duas. E sobre o remédio para dormir, eu vou te receitar um calmante natural a base de maracujá, ele vai te deixar menos ansiosa e te fazer relaxar, mas não é tão pesado. - Ela retirou um bloco de receitas de dentro da bolsa. - Mas só vai tomá-lo durante quinze dias, depois desse tempo vou pedir para que você tome um copo de suco de maracujá todas as noites, isso vai te ajudar, fora isso, meu trabalho com você está terminado, mas eu adoraria continuar conversando com você como amiga. - Eu nem tinha o que dizer, realmente não conseguia acreditar que eu estava melhor.

- Eu não acredito que eu estou melhor. E os dias ruins que eu tive? - Eu perguntei.

- Todos nós temos dias ruins Lexa, só que você acha que os seus são por conta do seu transtorno. - Ela deu uma pausa e retirou uma folha que ela tinha escrito do bloco e me entregou. - Você sabe que não existe cura, mas você é uma das poucas pacientes que conseguem controlar sem precisar de remédios. Acredite em mim, você está melhor. - Ela sorriu. - Talvez você não note a diferença, mas as pessoas ao seu redor irão notar e com certeza vão notar hoje.

- Por que? - Eu perguntei sem entender.
- Como eu disse, hoje eu voltei a ver a Alexandra que saiu do meu consultório naquele dia e eles vão notar essa mudança. Você precisava passar por isso para se encontrar novamente, saber que você deve confiar em si antes de tudo. - Ela me abraçou. - Aprendemos muito uma com a outra. - Ela me soltou e levantou. - Bom, eu preciso voltar para o consultório. - Eu me levantei também.

- Preciso ir para a agencia do FBI, me dá uma carona? - Ela assentiu e eu me limpei dando leves batidas na calça. Fomos para o seu carro e ficamos conversando durante todo o caminho, coisas superficiais, ela chegou a me contar um pouco sobre a sua vida, mas tivemos que parar a conversa porque chegamos. - Obrigada Jully, por tudo! - Disse a abraçando novamente. - Eu gostaria de te convidar para almoçar. Que tal depois de amanhã? - Eu disse sorrindo, esse almoço era mais como um agradecimento e uma forma de conversarmos mais um pouco. Eu escutar mais sobre ela e ela escutar mais sobre mim.

- Tão rápido. - Ela disse rindo.

- Você sabe, não gosto de rodeios. - Dei uma breve piscadinha para ela.

- Ok, depois de amanhã. As duas está bom para você? - Ela pegou a agenda.

- Sim, te pego no seu consultório as duas e vamos almoçar, fechado?

- Você se importa se eu me atrasar um pouquinho? - Ela fez sinal com os dedos e eu sorri negando com a cabeça. - Ótimo, então até depois de amanhã. - Eu abri a porta do carro e sai. - Espera, Lexa. - Ela me chamou e eu abaixei ficando apoiada na janela. - Não vai ter nenhum problema com a Clarke? Sabe, eu não quero causar problemas entre vocês. - Ela disse meio sem graça.

- Não, tudo bem, ela não vai se importar e também, eu e ela somos apenas amigas. - Dei um sorriso e pisquei para ela.

- Não fique provocando ela, Alexandra. - Jully me repreendeu.

- Não vou. - Eu sorri. - Eu só disse que somos apenas amigas.

- Olha lá. - Ela disse e eu sai da janela para ela poder sair com o carro, dei um tchauzinho e resolvi entrar na agencia. Eu já conhecia algumas pessoas que trabalhavam ali, alguns me cumprimentavam, outros me olhavam com medo e os invejosos com repulsa, eu adorava passar por eles, me fazia sentir superior, eles triplicavam o tamanho do meu ego, até porque eu sei bem o porque deles me olharem assim, ninguém era tão presunçoso a ponto de entrar no FBI e roubar seus arquivos. Bom, eu devolvi alguns arquivos, outros eu simplesmente disse que perdi, o que era uma grande mentira, era sempre bom ter uma carta na manga, sei que no fim eles vão tentar arrumar um jeito de me prender a eles e ficar fazendo o trabalho sujo, mas não vai ser assim, não com Alexandra Woods.

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Eu sei que ficou pequeno mas eu tento recompensar amanhã.

Até o próximo, beijus de luz❤

The Mission - Clexa (Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora