Quem tem todas as chaves para quebrar essa corrente que te faz ficar longe de quem você ama?
Minha carta para a Stella não teve respostas, eu achei que os pais dela nem havia entregado para ela.
Eu estava ficando sem esperanças. Durante todo esse tempo, eu andei viajando para alguns países como o Brasil, Japão, França e etc.
Eu não me sentia ruim com a minha fibrose que não estava nem melhorando e nem piorando, mas eu também não me sentia bom.
Durante alguns meses passados, eu acabei ficando em um hospital, eu conheci uma garota que tinha 23 anos, ela se chamava Natasha Burn. Ela tinha câncer no pulmão.
Fizemos amizades e saímos para ir na biblioteca. Ela me ajudou a achar a casa da Stella, mês passado, para entregar o desenho e mostrar que eu ainda tenho um grande amor por ela. Oque parece que não funcionou muito.
Natasha era muito tagarela, mas era confiante, ela queria que o mundo todo soubesse quem ela era, e como a vida dela era importante para esse mundo. Eu nunca entendi isso muito bem, mas discordava.
Estamos respirando ar emprestado, vamos morrer logo, como que o nosso papel aqui no mundo é importante?
Se fossemos o protagonista desse filme de horror, éramos para viver e não morrer como Romeu e Julieta.
O cheiro das flores que minha mãe havia comprado para enfeitar a mesa da cozinha, estava indo até a sala, aonde eu jogava video game com a Natasha.
- Adorei as flores Sra. Newman - Natasha gritou da sala sem tirar os olhos da televisão.
- Obrigada Naty, o meu filho não sabe dizer o mesmo - Respondeu minha mãe me olhando fingindo estar brava.
- Eles tem um cheiro muito forte, mas são bem bonitas - Respondi sorrindo com os olhos no gráfico.
- Você nem sequer olhou para a flor, Will. - Disse Natasha, soltando um riso nasal.
Tirei os olhos da tela por um tempo e me inclinei olhando. Elas eram lilás. Eram bonitas mesmo, talvez eu não tivesse prestado tanta atenção. Elas começaram a me dar sentimentos bons e repentinos.
- Will? Will! - Natasha me acordou de meus pensamentos.
- Sim?
- Vai ter a festa do cometa hoje à noite, na pracinha, você disse a mim que iríamos. - Disse ela sorrindo e eu apenas concordei com a cabeça.
