Capítulo Dois

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Bruna Alencar

Graças a Deus a sexta-feira chegou, essa semana foi muito estressante, e tudo que eu preciso nesse momento é de um café bem forte. Despeço-me de todos e sigo até a cafeteria, que fica em frente a Make Alencar. Até recebi alguns convites para jantar, mas irei pegar o meu café e ir para a casa. Nesse momento, a única coisa que desejo é a minha cama, uma boa pizza de chocolate e Netflix.

Entro no estabelecimento, e agradeço por não estar tão cheia, nos horários de pico isso aqui fica um inferno. Depois de enfrentar uma pequena fila, peço meu café com pouco açúcar e fico no salão aguardando. Só agora que pude reparar bem no lugar, as paredes sãos verdes, o que não combina muito com os móveis em tom alaranjado. O espaço não é grande, nem pequeno, apenas aconchegante. Os funcionários já me conhecem, alguns me tratam bem, já outros me olham de cara feia e não sei explicar o motivo.


Escuto chamarem meu nome, levanto e caminho até o balcão, para pegar minha bebida deliciosa. Dessa vez não é o costumeiro rapaz atrapalhado que me atende, e sim um homem muito bonito, que não me recordo de vê-lo. Tenho certeza de que se tivesse o visto por aqui eu lembraria. Pego meu pedido, agradeço e vou embora.


Tomo o primeiro gole, e aprecio a bebida deliciosa que desce por minha garganta. Entro no meu carro e sigo para minha casa, meu apartamento fica na avenida beira mar, e tenho o prazer de desfrutar da beleza da praia de Iracema. Agradeço por poder me dar esse luxo, não tem nada mais lindo do quer acordar e ver o sol nascendo, é a visão mais linda que existe.


Deixo meu carro no estacionamento, cumprimento o segurança e pego o elevador, apertando o botão para o sétimo andar. Depois de perder uma vida procurando a chave na minha bolsa, entro em casa e me jogo no sofá. Preciso urgentemente de umas férias, se eu continuar nesse ritmo vou enlouquecer.

(...)

Ontem meus planos foram por água abaixo, tomei um banho e fiz a loucura de deitar no sofá, quando fui despertar era por volta de três da manhã, levantei-me e fui para minha cama. Estou tentando decidir se vou ou não até a praia, Alice me intimou, mas ainda não sei se aceitarei o convite da minha amiga.

Ainda na cama, aproveito o tempinho para colocar em dia as minhas redes sociais. Nunca fui muito fã, prefiro o contato cara a cara com as pessoas. Aceito algumas solicitações de amizade, posto uma foto nova no feed e comento em algumas publicações.
Alice me mandou um link no direct, abro e vejo que é de uma revista de fofoca, eles insistem em soltar notícias sobre minha vida. Já processei uma delas, não será trabalho nenhum fazer isso novamente.

Leio a matéria e é o mesmo de sempre: O que é necessário para conquistar o coração da empresária Bruna Alencar?

Não sei o que tem de tão atrativo na minha vida, toda semana sou notícia em um desses sites. Diferente de muitos empresários, que vivem saindo com diversas mulheres, fazendo questão de aparecer na mídia, eu prefiro manter minha vida no anonimato. Não vou dizer que não estive com nenhum homem, apenas fui cautelosa para não ser vista por nenhum paparazzo besta.


A vontade é enorme, mas não pensarei nisso por agora. Vou levantar, tomar um bom café e vou à praia, tenho certeza de que a calmaria do mar vai refrescar minha mente. Envio uma mensagem para a Alice, e peço para que me espere no quiosque da Olivia, uma amiga da época da faculdade.


Quase duas horas depois, optei por um biquíni cortininha preto, uma saída de praia vermelha e uma rasteirinha nos pés. Pego minha carteira e saio de casa, como moro em frente à praia, não é necessário levar mais do que isso. Caminhei por uns cinco minutos, até que consegui avistar minha amiga no quiosque. Alice tem os cabelos cacheados, que nesse momento estão presos em um coque divino, a saída de praia azul cobre apenas uma parte de seu corpão de dar inveja. Minha amiga é baixinha, mas é a típica mulher brasileira.


— Você mora ali na frente, por que diabos demorou tanto para chegar? — Mal tive tempo de me aproximar do quiosque, ela já começou a gritar como uma louca.


— Eu te disse que me atrasaria, pior seria eu não ter avisado, Alice.

Dou de ombros.

— Querida Bruna, quando uma pessoa diz que vai se atrasar, entende-se que são alguns minutos, no máximo meia hora. — minha amiga comenta, e consigo ver a chateação em sua face — Mas você demorou duas horas, tem noção que fiquei todo esse tempo te esperando?

— Por que não foi até o meu apartamento? — pergunto, pois esse era o mais lógico a ser feito — Te conheço muito bem, então sei que alguma coisa te prendeu nessa praia, não venha me dizer que me esperou esse tempo todo.

— Você é uma vaca, é claro que eu estava te esperando — Se faz de ofendida, só que ela esquece que eu a conheço como a palma da minha mão.


— Quem é ele? — pergunto, olhando ao redor, na tentativa de encontrar a próxima presa da minha amiga.


Diferente de mim, essa maluca não perde a chance de ficar com alguém. Quando eu penso que não, ela aparece com um paquera novo. Alice tem vinte e oito anos, e aproveita a vida sempre que possível. Mesmo com toda curtição, minha amiga é focada no trabalho. Ela é oftalmologista e tem uma clínica no centro da cidade, onde também presta atendimento gratuito a pessoas carentes.


— Às vezes odeio que você me conheça tão bem, Bruna. — responde, ao mesmo tempo em que aponta para um carinha, duas barracas a nossa frente.


Ela pensa que me engana, mas conheço essa mulher como a palma da minha mão. Sou puxada por ela, e caminhamos na direção do bonitão, que está com mais dois amigos, e que amigos senhor. No fim das contas, acho que essa saída foi uma boa ideia, nada como um bom e delicioso beijo, para acalmar os ânimos.

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