10 - Looking into your Eyes

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Pov Magnus

Estava curtindo minha vida boêmia como sempre, quando senti alguém olhando para mim. Passei meu olhar calmamente pelas pessoas, até que o paralisei em um shadowhunter com aparência jovem, um pouco afastado. Seus olhos eram verdes ou castanhos bem claros, mas não dava pra ver direito devido às luzes da boate, e cabelos um pouco rebeldes em um tom de castanho escuro. Era repleto de runas, mas uma em seu pescoço se sobressaía.

Via-me preso nessa troca de olhares, mas logo me libertei quando ele virou-se para conversar com a mulher linda que vinha ao seu lado, trajando um vestido lindíssimo que combinava perfeito com o decote generoso.

"Deve ser sua namorada, um homem lindo desses nunca andaria sozinho".

Algo naquele pensamento incomodou-me. A moça ao seu lado o chamou, o que fez sua atenção virar para ela, aproveitei a deixa para levantar-me do sofá para dar uma volta e checar se estava tudo bem.

Pov Alec

Depois de despistar Izzy com outro assunto, direcionei meu olhar ao lugar onde ele estava, mas o feiticeiro não estava mais lá. Perguntei à minha irmã se nós não poderíamos voltar ao bar, e claro que ela concordou.

— Certeza que não quer falar sobre o que aconteceu? -Izzy sentando em um dos bancos em frente ao bar.

— Não aconteceu nada, Izzy. Eu já disse, e prefiro que não insista mais. -ela ri.

— Meu irmão é muito ingênuo...

— Quê? -encarei-a com uma sobrancelha erguida.

— Uma vodkila por favor.

— Todo mundo acha que tequila e vodka não combinam. -ela revira os olhos.

— E eu não sou todo mundo, como já dizia a mamãe.

Nos encaramos por alguns segundos e logo caímos na gargalhada.Nossa mãe falava isso com muita frequência. Ao pegarmos nossas bebidas me virei para poder ver melhor o ambiente, mas fui traído pelo meus olhos que começaram a procurar outra coisa, ou melhor, alguém.

— Acho que alguém tá te dando mole. -Izzy quebrou o silêncio que, até então, pairava sobre nós.

— Onde? -perguntei-lhe, e ela logo apontou com a cabeça em uma tentativa de disfarçar.

Segui seu aceno e vi uma mulher, com um vestido vermelho colado em seu corpo, que batia um pouco acima de suas coxas. Seus cabelos eram loiros e cacheados, e seus olhos eram de um azul tão claro, que pareciam ser transparentes. Ao sorri vejo que ela não fazia questão nenhuma de esconder suas presas brancas.

Seus olhos fitavam-me enquanto ela dançava na pista a alguns metros de onde nós estávamos. Voltei minha atenção à minha irmã com uma cara de tédio.Ela era muito bonita mas eu não estava interessado, vim aqui para tentar me distrair, não para arrumar paqueras. Ela revirou os olhos, deixou a sua bebida no balcão, fez o mesmo com a minha sua bebida no balcão e puxou-me para a pista.

Não demoraram dois minutos, e Isabelle já estava dançando como o ritmo da música que era alta e envolvente. Afastei-me um pouco dela e vi que talvez eu estivesse em destaque já que eu era o único naquela pista que não estava dançando. Mas não era minha culpa, não sabia dançar e nem queria.

— Oiê. -disse uma voz suave em meu ouvido.

Dei um pequeno pulo para frente por conta do susto que havia levado.Virei-me em direção a voz e dei de cara com a mesma vampira que me encarava minutos atrás.

— Oi. -sorri sem jeito

— Desculpa chegar assim e falar em seu ouvido, mas é que a música está muito alta. -sorriu também sem graça.

— Eu...

Não consegui terminar minha frase pois assim que olhei atrás de seus ombros, vi o mesmo homem asiático, que estava sentado no sofá mais cedo, parado um pouco distante de onde estávamos nos olhando, quando ele viu que eu o encarava ele virou-se e saiu o mais apressado que a multidão que nos cercava permitia.

Não entendi sua reação mas quando dei por mim eu estava deixando a filha da noite pra trás e para segui-lo. Comecei a desviar do máximo de pessoas possíveis e sempre esbarrava em alguém eu pedia desculpas mas sem parar, eu não podia perdê-lo de vista. Ao sairmos da pista vi o mesmo passar por uma porta em que estava escrito "Exit".

Passei pela porta e antes que ele fosse mais longe gritei-lhe um "oi" que fez o mesmo parar de andar de imediato, virando-se em minha direção. O arrependimento veio na hora que ele se virou e me vi sem saber o que dizer.

"O que que deu em mim para segui-lo?"

Talvez seja pelo fato de não o conhecer e eu tê-lo visto aparecer, do nada, em meus sonhos. Quebrei meus pensamentos quando reparei em seus olhos. Eles não tinham mais a coloração amarelada e sua pupila não estava mais em seu estilo de gato, assim como naquele sofá, ele trancou-me em seu olhar de um modo com o qual eu não conseguia me libertar, e isso parecia que iria me sufocava, mas não de um jeito ruim. Não sei se isso é algum tipo de magia ou algo do tipo, mas sei que não queria sair de seu olhar.

O silêncio pairava naquele beco escuro, no qual o que nos iluminava era apenas a luz do poste. Seu semblante era calmo, mas seu olhos me faziam ter a ligeira impressão de que ele estava em uma constate briga interna se ficaria ali ou iria embora. Sem que eu pudesse fazer algo, ele virou-se fazendo nossos olhares desconectar e criou um portal, e simplesmente passou por ele, deixando-me sozinho e... decepcionado...?

"Que decepcionado o que, Alec?! O que você acha que faria se ele tivesse ficado?! Ficariam nesse jogo de não poder piscar?!"

Me irritei com meus próprios pensamentos, de fato, não sei o que deu em mim para segui-lo e ainda chamar sua atenção. Fiquei alguns segundos tentando entender o que fora aquilo e o porquê do meu coração estar tão acelerado. Saí do meu transe e voltei à balada, onde encontrei Isabelle esperando-me no bar com uma interrogação enorme em seu rosto.

— Onde estava? -perguntou. — A Sophia veio me perguntar aonde você havia ido, e eu não sabia responder por que do nada meu irmão havia sumido.

— Quem é Sophia? E desculpa, eu... -tentei pensar um uma desculpa plausível. — Eu pensei que tinha visto um dos demônios aqui e os segui.

— Ela é a vampira que estava com você e não para trabalhar hoje... -ela suspira frustada mas logo me lança um sorriso. — Já estou cansada, vamos embora, meus pés estão me matando.

Dito isso, minha irmã apoiando-se com seu braço esquerdo em meu ombro, enquanto fazia um drama seguido por uma careta engraçada.

— Queria me desculpar com a mulher. -soltei, sentindo-me mal por tê-la deixado.

— Não se preocupe, eu me desculpei por você. -ela disse sorrindo e devolvi em forma de agradecimento.

Perfectly Wrong (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora