Capítulo 01✒

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Tchê tchê tchê.....cheguei, bora começar mais um sucesso se Deus quiser 🙏🏽

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Bianca

- Senhorita Bianca,  o documentos são claros, na falta dos seus pais, a senhorita herda 50% das ações da empresa, que eles eram sócios.

- Mas senhor só pode estar havendo um engano, eu não tenho pais,na verdade, morei minha vida toda no orfanato, e quando completei dezoito anos, tive que sair. Já fazem cinco anos que trabalho de caixa no supermercado, e divido aluguel com minha amiga.

- Senhorita, seus pais estavam a sua procura a anos, e a dois meses descobriram seu paradeiro, mas uma fatalidade, impediu de acontecer esse encontro. - o senhor a minha frente, que se diz advogado, parece sereno,mas como confiar e pior,  acreditar em tudo que ele fala?

- Dois meses? Dois meses e por que não me procuraram?

- Sua mãe estava doente,  e seu pai estava aguardando ela melhorar para o reencontro acontecer.

- O que ela tinha, e como... foi?- pergunto já cega pelas lágrimas.

- Ela estava meio depressiva, ele nao sabia ao certo, e sobre o acidente ainda estão investigando,  a perícia ja colheu o necessário para dar seu parecer. Mas tudo indica que seu pai teve um mal súbito e acabou causando o acidente.  Estavam no carro,sua mãe, ele como condutor é claro e um sócio no banco do passageiro.

- Como era o nome deles mesmo?

- Albert Bittencourt,  e sua mãe Aurora Bittencourt.

- Mas, senhor Julius, como podem ter certeza que sou a filha que...que eles procuravam? Não seria o mais óbvio, ter um exame de DNA? Não posso herdar nada, sem essa certeza.-  eu sou a única que pensa aqui?

- Senhorita, fizemos uma investigação minuciosa, e até sugeri um exame de DNA, mas o fator predominantemente para não realização, foi sua mãe quem deu. Ela esteve no mercado,  e viu você e teve a certeza,  e por essa certeza, fez seu pai passar tudo que tinham para seu nome em testamento.

- Mas isso é estranho. Por quê  um testamento, se eram tão jovens, e não entendo, ela esteve tão perto, mas não falou comigo.- me dói saber disso.

- Olha,eu entendo sua surpresa,mas pense menina, você agora é uma menina rica,  muito rica. - ele diz eufórico, mas eu não sinto que mereça.

- Eles não tinham filhos? Quer dizer,além de mim?

- Não. Só tiveram você.

- Tenho familiares?

- Infelizmente não. Os dois eram filhos únicos,  e de pais emigrantes, ou seja, não tinham contato com nenhum familiar, se é que tinham alguém. - ele fala de um modo estranho.

- É muito informação, até a minutos atrás, eu era órfã ou abandonada, não sabia ao certo. Daí o senhor chega,  e me diz que eu tinha pais,  mas que agora não mais, e que sou herdeira dos bens deles,  eu... eu não sei o que pensar.

- Bom, você terá uma vida para pensar mas hoje será o enterro deles, o velório será liberado daqui a vinte minutos. O caixão dos dois será fechado, até porque acidente foi bem terrível, e eles serão cremados.

- Eu...

- Eu te levo,  você quer ligar para alguém?

- Sim, para minha amiga.- ele me deixa sozinha, e eu pego meu celular e ligo para única pessoa que tenho na vida.

- Oi doida,  chora.- é assim que ela me trata.

- Oi Zoe, pode falar?- pergunto.

- Claro.

- Zoe, você pode ir a um enterro comigo?

- Bia, quem morreu? Não vai me dizer que foi seu Raimundo, tadinho, mas eu te disse que ele não estava fazendo o regime certo. Velhinho teimoso, que Deus o tenha, eu...

- Zoe, meus pais morreram!

- Ai que lindo, eu também considerava eles como nossos pais, mais morreram de quê?- gente ela tem problemas mentais, só pode.

- Zoe, pelo amor de Deus, seu Raimundo e dona Joana, estão mais vivos que nunca.  Quem morreu foram meus pais biológicos.

- Ufa, espera,  como assim pais? Você nem os conheceu.

- Sim, mas tem um advogado aqui, dizendo que os meus pais morreram.
Por favor, vem comigo, eu...

- Claro, me passa o endereço pelo whats, já vou sair daqui.- desligo e vou procurar o senhor Julius. Estamos em um café, pois ele esperou meu expediente no mercado acabar, para falar comigo. - Sr.Julius, podemos ir?- ele assente que sim, e me conduz para seu carro.

Minutos depois, estamos entrando no velório,  achei ate que ele havia errado o horário,  pois não havia ninguém,  apenas dois caixões fechados. 

- Sr.Julius, chegamos cedo eu acho.

- Não minha querida,  o funeral irá acontecer dentro de vinte minutos, como a cerimônia será cremação, não se demora tanto.

- Mas Sr.Julius, ainda não chegou ninguém. - digo, porque tirando nós dois, não ha mais ninguém.

- E não acredito que venha alguém.

- Mas... eu...eu não entendo. E os amigos, funcionários...?

- Logo entenderá minha querida. Logo entenderá.

Ficamos ali em silêncio,  até que Zoe chega.

- Oi amiga, desculpa, peguei trânsito.

- Fica tranquila, ja está acabando.

- E onde está todo mundo?

- Somos só nós três, e... eles. - aponto para os caixões.

- Hum, sinistro heim.- ela também estranha. -E você,  como está?- me abraça e pergunta.

- Em choque. - respondo o que estou sentindo, em choque!

O funeral termina, os corpos,  quer dizer meus pais foram cremados e acabou, acabou o que nunca nem começou. Estranho você pensar que poderia ter tido um abraço de sua mãe,  um sorriso de seu pai, e agora tem a certeza que não terá nunca.

 Estranho você pensar que poderia ter tido um abraço de sua mãe,  um sorriso de seu pai, e agora tem a certeza que não terá nunca

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