Capítulo 1

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A estranha perfeita

– Edwa... Ai garoto coloca uma calça – Gritou Alice quando entrou no meu quarto.

– Quem mandou não bater? – Disse colocando a calça 

–Dane-se. Papai quer falar com você... E não é depois, é agora, já, nesse minuto... – Disse ela saindo do quarto

–Ta bom, já vou. – Que droga, toda manha era sempre a mesma ladainha.

Minha família não consegui me entender. Eu gosto de curtir a vida, aproveitá-la ao Maximo. Mais ninguém pode aceitar isso. Tem que atrapalhar a festa do garanhão aqui.

– Gatinho, ela já foi? Posso sair? – Perguntou a Jessica ou ela se chamava Julia? Foda-se eu nem as chamava pelo nome mesmo.

–Fica ai, tenho que conversar com meu pai. Depois eu volto. – Disse fechando o porta do armário. Ultimamente ele estava sendo bem útil.

...

–Bom dia! – Disse entrando no escritório, mas ninguém se deu ao trabalho de responder. (Leia-se meu pai)Sentei-me na cadeira de frente a mesa e esperei o coroa se manifestar.

–Olha, eu tenho mais...

–Onde esta o relatório que mandei você fazer? – Perguntou o velho interrompendo o que ia dizer.

–Pai, vamos falar de trabalho no trabalho... – Argumentei

Ele retirou seus óculos, cruzou as mãos sobre a mesa e me olhou profundamente.

–Edward... Pelo que eu saiba, essa palavra foi extinta do seu dicionário. Onde esta o relatório? – Insistiu ele

– Esta no laptop... Eu...

–Me traga aqui então. – Disse ele

–Na verdade, eu não tive muito tempo para terminá-lo então...

–Um mês...

–O que? – Perguntei

–Faz um mês que mandei você fazê-lo. – Disse ele respirando fundo.

–Bem, atrasos acontecem. – Ri sem graça

– Eu não tolero atrasos! Não tolero mentiras! – Gritou ele

– Pai olha a pressão... – Avisei.

– A pressão que vá pra casa da porra. Não tem mais saída Edward, você foi um desperdício de tempo e dinheiro. Essa é a sua ultima chance. A ULTIMA, ESTA ME OUVINDO MOLEQUE? – Perguntou ele

–Sim senhor.

– Honre sua noiva e pare de trazer essas vagabundas para dentro de casa, chega de bebedeiras e brigas. Já me esgotei com você e quero que me mostre que é capaz de mudar. AGORA SUMA DAQUI! – Disse ele voltando a ler como se nada tivesse acontecido.

...

Sai do escritório e fui tomar café. A discussão não me abalou, era sempre assim e nunca ia mudar.

Eu não podia mudar o meu jeito de ver o mundo. Sim, eu era noivo, Ângela era uma boa garota e blá blá blá... Garota certinha, CDF. Ela vinha com o quite completo. Cozinhava, passava aquelas merdas todas.

Ela foi uma ótima amiga quando eu precisava estudar para as provas finais, ótima pra dar conselhos. Mais virou meu inferno quando nossos pais se conheceram e decidiram fundir as famílias. E quem ia ser a cola? Ângela, claro por que eu não estava ajudando em nada.

Eu não via problema em me casar com ela. Claro que a idéia de dividir a cama com ela era meio broxante. Mas, eu podia conviver com isso. Sei lá, a conheço a tanto tempo, que não consigo vê-la como uma mulher de verdade, por isso vou atrás de uma que tenha outro tipo de quite.

Peguei as chaves do carro e fui caminhando calmamente ate a garagem. Quando vi minha irmã se aproximando, comecei a correr, entrei no carro e sai cantando pneu.

Tagarelice de Alice pela manha é foda, por isso é melhor correr.

Meu celular começou a vibrar

–Fala meu anjo! – Disse

–Ta pensando que é quem? Ou você nem lembra o nome da fulana? – Perguntou Alice

–Ah, é você baixinha? O que quer?

– Preciso de um favor.

–Fala.

–Eu tenho um trabalho da faculdade, mas tenho que fazer umas coisas aqui em casa, tem como você adiantar meu lado? Por favorzinho, inho, inho, inho... Please? – Perguntou ela quase chorando.

–É sobre o que o trabalho?

–HAAAAAAAAAA... (Grito histérico) É sobre os pensadores da Roma antiga, suas filosofias, esse tipo de coisa. – Disse ela

–Você já ouviu falar em internet? – Perguntei

–Edward, você sabe muito bem, que eu não posso fazer isso pela internet, Senhor eu já sou formado. – Reclamou ela

–Ok, ok. Sua viciada em pôquer eu pesquiso pra você.

–Na biblioteca.

–Por quê? Vou num cyber café aqui perto

–NÃO! Biblioteca, a do centro. Lá tem os livro. Vai logo, vai. Beijos na bunda te amo. Ah, tem uma piriguete no teu armário. Onde eu coloco ela? – Perguntou Alice rindo. Puta merda esqueci a Juliana...

–Sei lá, manda ela ir pra China, aposto que ela vai.- Disse desligando o Telefone.

Peguei uma merda de engarrafamento e demorei um século pra chegar à merda da biblioteca.

...

Desci do carro puto da vida. “Cidade dos infernos”

 

Olhando por fora pude constatar que a biblioteca era enorme. Entrei com tudo, mas é claro que a porta era automática e justo comigo, a FDP resolveu travar, só senti uma dor aguda no nariz e logo em seguida a porta abre. “eu mereço”

 

Segui andando em direção as estantes e comecei a procurar os benditos livros de filosofia romana, nem sabia que essa porra existia. A grega já tava de bom tamanho pra mim.

–Senhor, posso ajudá-lo? – Perguntou uma voz melodiosa atrás de mim.

***

Continua...

A Estranha PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora