O amanhecer de um novo dia, o brilho dourado do sol sempre fazia Ane se perguntar se havia algum tipo de tesouro escondido no horizonte.
Já eram quase seis da manhã quando o barulho irritante do despertador finalmente a acordou
"Bom, hora de ir trabalhar"
"Você não vai ao menos tomar café?"
Ela observou Ben ainda sonolento em meio as cobertas e se espreguiçou
"Posso comprar um expresso no caminho"
"E quanto a mim?"
"Você não acha que já tem tamanho suficiente para preparar seu próprio café? "
"Não quando eu tenho minha esposa para isso"
"VÁ SE DANAR BENJAMIN"
Ane girou sobre os calcanhares e bateu a porta do closet com tanta força que os quadros saíram do lugar, já o uniforme, estava limpo e no lugar de sempre. Enquanto lutava com os botões da blusa seu telefone toca
"Quem será a essa hora?"
"Me ligue assim que possível
Daiana"
"É a Daiana, parece urgente"
"Ah... aquela sua amiga estranha de novo"
"Eu já não disse para você parar de criticar as pessoas, eu não faço isso com seus colegas de trabalho"
"Não posso evitar, é minha natureza a final"
"Quer saber, não vou perder meu tempo aqui discutindo, tchau"
"Divirta-se"
Mas ela já estava discando o numero no telefone ao descer as escadas em direção a garagem
"Bom dia flor do dia, achei que não fosse mais ligar"
"A mensagem parecia urgente, o que tem pra mim?"
" Então, o corpo de Kate foi levado para a autopsia no dia que o encontraram e você não vai acreditar na causa da morte"
"Eu não vou adivinhar se não você me contar"
"Ela morreu do coração, literalmente"
"Espera, o que?"
"Não disse que duvidaria? A causa da morte foi um ataque cardíaco, me pergunto o que essa moça viu que a deixou tão assustada a esse ponto"
"O assassino talvez?"
"É bem provável, mas parece haver mais coisa por trás disso, você deveria ir no escritório da sra. More para conferir pessoalmente"
"Estou indo para lá agora mesmo"
Este caso estava cada vez mais estranho, como uma pessoa jovem daquele jeito poderia morrer por um motivo desses? E ela não aparentava ter herdado algum problema de família.
Assim que o carro parou em frente ao antigo prédio uma senhora de cabelos grisalhos apareceu na porta com um sorriso. O cheiro familiar entre uma combinação de rosas e alvejante
"Anelise querida, quanto tempo. Imagino que não esteja aqui apenas para uma visita..."
" Estou investigando o caso de Kate March"
"A moça que morreu do coração..."
"Então é verdade..."
"E por que não seria? Venha, eu vou te mostrar"
Sra. More era quase como uma mãe, já que nunca havia se dado bem com a verdadeira, a historia dela também não era uma das mais bonitas: com o sonho de se tornar medica mau sabia ela que sua primeira autopsia seria do marido morto em um acidente.
Ao adentrar a sala o cheiro de álcool e produtos de limpeza invadiam as narinas, as famosas mesas prateadas com seus cobertores brancos e utensílios de todas as formas, não era muito diferente dos filmes, a não ser pelos os corpos que jaziam ali serem de verdade. Em uma delas havia uma jovem, não muito mais velha que Ane, os cabelos esparramados como tinta no papel
"Pobre Kate, com uma vida toda pela frente..."
"É sempre muito triste receber pessoas desta idade, mas me diga, vocês tem certeza que não havia absolutamente nada que pudesse explicar a morte dessa moça?'
"Absoluta, eu mesma verifiquei pessoalmente, sem arma do crime ou provas"
"Não consigo imaginar o motivo de tanto assombro, veja você mesma"
Ane pegou a foto tirada minutos antes do corpo ser levado pelos policiais, as mãos estavam na frente do corpo em forma de defesa e os olhos... bem os olhos, demonstravam tamanho pavor que estavam arregalados
"Santo Deus!"
"Também tomei a iniciativa de verificar se algum parente sofria de problemas cardíacos e não encontrei nada. Sinto muito em não poder ajudar mais, o mínimo que posso fazer é lhe dar uma copia dos exames"
"Eu já esperava por isso, mas obrigada assim mesmo"
Ane havia se decidido, definitivamente leria aquele livro ao chegar em casa e dessa vez nada ou ninguém iria interrompe-la.
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Não Leia
Mystery / ThrillerEsta não é uma história comum, porque ela não tem um começo. Pode ter um final feliz, ou talvez não... Pode falar de amor, ou quem sabe, de assombração Pode ser verdade ou uma simples invenção. Enfim, eu não sei, porque ninguém chegou ao final Acr...