Prologue • Distance

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"Aquele, bem ali, é o sentimento mais assustador, abrindo e fechando novamente."

|Distância|•|Prólogo|

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|Distância|

|Prólogo|

Marselha, França
2017

Assim que colocou os pés para fora do veículo de sua tia e o ar condicionado deixou de refrescar a sua nuca, o mormaço do clima europeu baforou em suas bochechas e tomou conta do resto do seu corpo, lhe causando um leve incômodo pelo encontro com os raios solares. Mas aquele não era o maior dos problemas, ondas invisíveis de más energias e uma aura que só poderia ser definida pelo o que estava prestes a acontecer naquele ano, lhe causavam olhos marejados e o estômago revirado.

A garota de cabelos curtos, pôde sentir a primeira gota escorrer pelo seu rosto, ao avistar a face conhecida e inexpressiva do acastanhado em frente a porta da casa que vivera por todos aqueles anos até então.

Sem conseguir emitirem qualquer resquício de som, apenas adentraram na casa em silêncio, sem tirarem os olhos um do outro em um diálogo não em palavras, mas em sentimentos. Sentimentos dos quais, estavam destruídos pelos pesares da vida. Chegando juntos ao quarto da garota que começava a fazer as malas.

Como se agora, as coisas finalmente, estivessem definidas e claras, um campo de guerra silencioso, avisava o misto de coisas ruins.

Parecia dramático aos olhos dos pais da garota, desnecessário aquele rio de lamúrias, lágrimas contidas do casal, mas apesar do pouco tempo juntos, eles sentiam algo novo e inexplicável, jamais concebido com palavras ou teorias intelectuais, algo que apenas quem sente, conhece de fato a sensação e o pesar de consequências, que não camuflavam o gosto de um beijo, ou de um toque, porque jamais se comparariam a tal sensação. Em um surto de coragem, aquele silêncio cheio de significado foi-se quebrado, pelas palavras soltas do mais alto.

- Você vai aceitar isso mesmo? - o acastanhado pronunciou com indignação ao perceber os pais da menor se afastarem por um breve instante.

- Eu não tenho escolha... - ela respondeu com os olhos vermelhos pelas lágrimas que ameaçavam derramarem.

Acostumada a respostas tão bem pensadas em certas situações, a garota não foi capaz de chegar a uma resposta útil, sendo tomada em pura dor, sentindo a sensação de uma primeira agulhada invadir seu peito de forma dolorosa.

Talvez nem tão dolorosa, já que aos poucos a garota tentava se acostumar com a dor, procurando se sentir forte o suficiente em sua tentativa de amadurecimento para com aquela situação e tantas outras, já que seus pensamentos diziam que aquilo lhe ensinaria mais tarde a lidar com outras dores maiores que viessem se deparar com sua vida.

Ela precisava aceitar a decisão de seu pai, tal ato destinaria toda seu futuro como veterinária, aquela viagem abriria rumos totalmente diferentes para sua carreira, apesar da menção em um suposto casamento arranjado. Aquilo seria demais, ela mau estaria completando seus vinte e um anos naquele ano, e teria de ser obrigada a casar com alguém que mal conhecia, e nem sabia ao certo o porque.

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