No elevador do meu prédio, sentia minha bolsa leve. Com nada a mais dentro dela.
Eu repeti para mim mesmo: não preciso disso. É só um coração partido, eu vou conseguir superar. Acho.
Mesmo que toda vez que eu pense nele minha garganta feche para dar início ao choro.
As portas pesadas do elevador se abriram e a primeira coisa que vi foi uma cabeleira loira no corredor. Meu coração se acelerou antes mesmo de eu ver direito quem era. Uma esperança idiota que eu não conseguia impedir.
— Curry! — Jimin chamou a gatinha dele que fugia.
O animal veio em minha direção para fugir do dono. Não tinha muito para onde ir; agachei o peguei Curry no colo. Fiz uma careta ao sentir algo tão pequeno em meus braços, era tão familiar. Mas gatos são bem menos agitados que cachorros.
— Oh, Yoongi-hyung! — Meu vizinho de porta se aproximou. — Me desculpe por isso! Eu acabei de voltar do veterinário com ela, Curry ainda está bem agitada e...
— Tá' tudo bem.
A gata miou quando Jimin a tomou de mim.
— Obrigado, hyung. — Seus olhos formavam duas luas crescentes quando ele sorria.
— Não foi nada... Huh, eu já vou indo.
Eu sei que ele iria me perguntar coisas que eu não quero responder.
Quando eu estava girando a chave para destrancar minha porta quando ele me chamou.
— Yoongi-hyung... Faz tempo que a gente não sai junto, né? O que você acha de ir em um bar beber um pouco? Podemos conversar, sabe...
Suspiro.
— Hoje não, Jimin.
Nem amanhã.
Nem depois.
