[04]

556 52 1
                                    

No elevador do meu prédio, sentia minha bolsa leve. Com nada a mais dentro dela.

Eu repeti para mim mesmo: não preciso disso. É só um coração partido, eu vou conseguir superar. Acho.

Mesmo que toda vez que eu pense nele minha garganta feche para dar início ao choro.

As portas pesadas do elevador se abriram e a primeira coisa que vi foi uma cabeleira loira no corredor. Meu coração se acelerou antes mesmo de eu ver direito quem era. Uma esperança idiota que eu não conseguia impedir.

— Curry! — Jimin chamou a gatinha dele que fugia.

O animal veio em minha direção para fugir do dono. Não tinha muito para onde ir; agachei o peguei Curry no colo. Fiz uma careta ao sentir algo tão pequeno em meus braços, era tão familiar. Mas gatos são bem menos agitados que cachorros.

— Oh, Yoongi-hyung! — Meu vizinho de porta se aproximou. — Me desculpe por isso! Eu acabei de voltar do veterinário com ela, Curry ainda está bem agitada e...

— Tá' tudo bem.

A gata miou quando Jimin a tomou de mim.

— Obrigado, hyung. — Seus olhos formavam duas luas crescentes quando ele sorria. 

— Não foi nada... Huh, eu já vou indo.

Eu sei que ele iria me perguntar coisas que eu não quero responder.

Quando eu estava girando a chave para destrancar minha porta quando ele me chamou.

— Yoongi-hyung... Faz tempo que a gente não sai junto, né? O que você acha de ir em um bar beber um pouco? Podemos conversar, sabe...

Suspiro.

— Hoje não, Jimin.

Nem amanhã.

Nem depois.

FimOnde histórias criam vida. Descubra agora