Capítulo 3

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Alexia


Desde criança, eu sonhava como seria minha vida de casada, eu cuidaria da minha casa e do meu esposo "que na minha inocência infantil, o chamava de príncipe, por não saber seu nome ainda!" E ouso dizer que por algum tempo, mesmo que tenha sido por um mínimo tempo, eu vivi meu sonho, mas em algum momento esse encantamento acabou, o que deveria ser meu lar, meu ninho de amor, se transformou numa gaiola folheada a ouro, onde tudo parecia perfeito, mas na verdade era frio e solitário.

Meu lindo príncipe se transformou num odioso ogro, o qual parecia não mais me enxergar, ou enxergava exatamente o que ele queria ver em mim: a esposa que tinha tudo, e quando reclamava, era por alguma futilidade e que ele não estava interessado em devaneios femininos e, que deveria procurar o que fazer dentro de casa e ser mais agradecida pela "vida maravilhosa que ele me proporcionava", perguntava se o cartão de crédito que me dera tinha atingido o limite, e me dizia para ir fazer umas compras para ocupar meu "tão desperdiçado tempo!" Pois é, eu me tornei essa pessoa e, por incrível que pareça, não sei dizer exatamente como vim parar aqui, saindo para encontrar minha melhor amiga Verônica, para fazer umas compras, na tentativa frustrada de dar um sentido à minha vida de merda, que em nada me dar o mínimo prazer, e quando digo mínimo é para não dizer nenhum, já que minha vida sexual é tão frustrante ou até mais que minha vida no âmbito matrimonial. Orgasmos? Isso conheci em algum ponto do nosso casamento, mas que na atual circunstância, se não fosse o alivio que eu mesma me proporcionava, poderia descrever como vida desprovida de prazeres, tendo em vista que nosso ato sexual não demora mais que alguns minutos onde somente um saía feliz, e posso dizer com propriedade que essa pessoa NUNCA ERA EU!

Minha amiga certa vez sugeriu que eu talvez, pudesse dar UP na aparência, deixar para trás aquela aparência de boa menina e me tornar uma mulher fatal onde qualquer homem olharia sem pensar duas vezes independente do segundo olhar, mas olharia com certeza de primeira!

Então, a primeira mudança foi na coloração dos meus cabelos, de um louro médio para claro, me tornei ruiva, tá, confesso que não foi fácil deixar minha amiga e o cabeleireiro me convencer de tamanha façanha, mas o que eu não contava é que ficaria tão bonito e que isso faria ascender a cor dos meus olhos. — Nossa! Onde estive em todos esses anos? — foi o primeiro pensamento que me veio à mente.

O próximo passo foi lingerie, comprei um conjuntoousado de sutiã e fio dental com uma liga que vai até o meio das coxas, tudo notom vermelho. Meu coração batucou no peito em expectativa, olhei meu reflexo noespelho da loja e, a imagem que vi me deixou satisfeita, quase nem mereconheço. Há tanto tempo não dedico um tempo apenas a mim, será que foi este omeu erro? Será que descuidar de minha aparência fez meu marido perceber que nãosou a mulher ideal? Não é a primeira vez que o pensamento passa por minha cabeça,a frieza do Daniel deve ter alguma explicação. Nós nos amávamos, eu sei quesim, isto não significa que não o ame mais, mas o homem parece ter perdido todoo interesse sexual por mim, enquanto eu queimo de desejo, sinto o calor invadirminhas entranhas apenas em pensar em uma noite de sexo. Do sexo que um dia tivemos, mesmo que eu não seja nada experiente no assunto, afinal o meu marido, foi o único parceiro sexual que tive.

Minha amiga entra no vestiário tirando-me de meus devaneios.

— Puta que pariu, Alexia se eu não gostasse de um pau eu iria me apaixonar por você, mulher tu estás muito gostosa. Quero só ver se o Daniel vai resistir a isso tudo.

— Você não acha que está um tanto vulgar, amiga?

— Vulgar uma porra, você está linda. Se ele não perceber isso amiga, é por que não te merece, então só vejo uma saída para vocês.

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