"Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete... E por aí vai até que chegue no cem ou cento e vinte e o seu ajudante faça duas ventilações.A manobra de Ressuscitação Cardiopulmonar deve ser feita sempre com muita atenção e cautela, total cuidado na pressão feita no corpo do paciente, nunca, em hipótese alguma distribua seu peso no tórax do paciente e nunca dobre os braços. Se sentir o cansaço chegar, troque com alguém."
A voz de Walter Milles, meu professor da faculdade ecoava na minha cabeça enquanto eu estava terminando o meu segundo minuto de RCP em um paciente que teve uma parada cardíaca assim que saiu da ambulância para as minhas mãos e as do Dr. May.
-Cento e dezenove, cento e vinte.- Afasto meus braços do tórax do paciente enquanto May ventila duas vezes e no mesmo instante chegamos em uma sala ainda no setor de emergência para que pudéssemos usar o carrinho de parada.- Iniciando novamente a RCP.
-Não precisa, já chegamos.- May me ajuda a sair de cima do paciente e me põe no chão ao seu lado.- Se quiser pode descansar um pouco.
-Tudo bem, eu estou bem, funciono melhor na correria.- Eu não estava mentindo, eu funcionava melhor em momentos de adrenalina mesmo, mas estava cansada, os meus braços doíam e eu lutava para achar forças e continuar o procedimento.
Dr. May pega os materiais do desfibrilador e logo ajusta no paciente.
-Carregue em 200.- Assim o faço.- Afasta.- E então o tronco do paciente sobe e desce sobre a superfície dura que é ajustada para o procedimento.
-Nada.- Encaro a linha verde que não mostrava nenhum sinal, o bipe da máquina me dava nos nervos e então carrego em 250 como foi pedido e me afasto antes de ver o mesmo ato feito anteriormente e dessa vez o bipe se estabiliza e a frequência cardíaca é achada em meio a toda bagunça e sequela no corpo do jovem John de 31 anos que estava com sua namorada grávida no carro.
Aliviada, encaro o neurocirurgião a minha frente e sorrio por não termos perdido o paciente, ele retribui o sorriso e pelo amor de deusa, sim, deusa. A deusa das mulheres, deusa das feministas e mulheres guerreiras. Me dê forças para me acostumar com esse sorriso lindo, nesse rosto lindo, nesse corpo lindo.
Dr. May inicia os exames neurológicos e começa com a checagem das pupilas.
-Temos sinal e é um dos bons, conseguimos resposta.- Ele me encara, agora sem o sorriso.- Parabéns Loukamaa, não vai ser dessa vez que matará outro paciente.
-Do que você está falando? Eu não matei ninguém.- O encaro intrigada e até mesmo ofendida.
-Digamos que a sua família tenha um histórico ruim comigo, principalmente sua mãe, entretanto, não irei falar disso agora.
E então ele volta ao o que estava fazendo e uma mulher negra com tranças na cabeça chega e então suspeito que seja a chefe do departamento de trauma, Dra. Bae.
-Bailey, deixa comigo, a mulher dele precisa de consulta neurológica urgente.- Ela diz finalmente o primeiro nome dele mas não ligo no momento, tem gente precisando da nossa ajuda e o clima tenso de alguns segundos atrás teria que ser adiado.- Também chamei a Heyoon, preciso de notícias do bebê e da mãe para caso alguém chegue perguntando ou até mesmo quando ele acordar.
Bailey me encara e então voamos para a sala ao lado e nos deparamos com Sabina realizando uma ultrassom enquanto Heyoon checava a tela e a máquina de batimentos cardíacos fetais.
-Até que fim que vocês chegaram, Diarra não conseguiu resposta da paciente e o batimento do bebê está ficando lento.
Agora foi minha vez de examinar as pupilas da Tereza, esposa de John.
Nada, nenhuma resposta, pupilas
dilatadas e imóveis.Olho para Bailey e agradeço aos céus por ele ter entendido o meu olhar de "perdemos ela".
-Heyoon, com quantos meses ela estava?
-Estava? Como assim estava Bailey? A criança só tem 8 meses, precisa de mais um mês aqui dentro e....- Bailey a corta.
-As pupilas estão petrificadas, as máquinas não mostram nenhum sinal neurológico. Ela teve morte cerebral.- Heyoon suspira e abaixa a cabeça por alguns segundos e depois levanta.
-Hidalgo, vamos tirar essa criança. Ela ainda tem chance. Bailey, pode ajudar no fechamento e ajudar a notificar a família?
-Sim.- Ele vira para mim e me dita ordens.- Acompanhe Heyoon, auxilie e feche a paciente, por favor.- Assinto com a cabeça não o encarando muito e Sabina me encara curiosa.- Hora da morte, 16:48.- Ele retira as luvas.- Irei atrás da família para notificá-los.
Com a saída de Bailey, Sabina e eu preparamos a paciente enquanto Heyoon corria para reservar uma SO(sala de operação).
-O que foi aquilo entre você e o Dr. May?
-Eu não sei, ele não está falando nada com nada.
-Como assim?- A mexicana insiste no assunto.
-Ele disse algo sobre minha família especialmente minha mãe ter um histórico sujo com ele. Ele está descontando isso em mim.
-Mas você não é sua mãe Jo.
-Eu sei, ele é um idiota que guarda rancor de algo e age feito um babaca.- Sabina olha para minhas costas e arregala os olhos e então escuto alguém coçar a garganta atras de mim e logo congelo.- Ele está atrás de mim, não está?
-Sim, estou.- Escuto sua voz grave e rouca.
Droga
Xiiiiii, deu ruim para a Joalin.
FAÇAM SUAS APOSTAS SOBRE O QUE VAI ACONTECER COM A NOSSA BGIRL.OBRIGADO PELOS VOTOS E COMENTÁRIOS.
Cap tá curto mas tem muuuuuuito mais vindo aí.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Medical Center
Fanfiction[Concluída] "-Os sete anos que passarão aqui como cirurgiões residentes serão os melhores e os piores de suas vidas. Vocês serão pressionados até a beira de um colapso. Oito passarão para uma especialidade mais fácil. Cinco terão um colapso nervoso...