Raiva

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Tsuyu sentiu um clima pesado reinar no quarto e logo se despediu da princesa e se retirou, deixando o comandante ali com ela.

- Eu já estou descendo. - Disse se sentando na cama para colocar os saltos.

Por causa do vestido gigante, não conseguia alcançar os pés, sem nem precisar pedir, Bakugou já estava a sua frente colocando o salto para ela.

- Você está muito bonita, princesinha. - Disse um pouco ríspido.

- Obrigada...

- É para agradar os príncipes, certo? - Deu a sua mão para ajudá-la a ficar em pé, seus corpos ficaram colados e suas mãos ainda unidas.

- Sim. - Levantou seu rosto o encarando fixamente.

- Isto não me agrada. - Disse se referindo a ela se arrumar para os príncipes.

- Bem, eu nunca me arrumei para agradar você.

- Mas mesmo assim, você sempre me agradou.

Deslizou suas mãos para a cintura fina da princesa, agarrou aquela parte com força e a trouxe para o mais perto que podia, já conseguiam sentir a respiração de cada um, quando seus lábios estavam prestes a se tocarem Ochako soltou um risinho.

- Por que o riso? - Perguntou Katsuki colocando uma mecha de seu cabelo que caiu do coque atrás da orelha.

- É que estava pensando no que aconteceria se meu pai visse eu com você assim. - Brincou, mas seu comentário afetou o loiro que se afastou quando ouviu, a sua cabeça começou a juntar as peças e se sentiu horrível com o resultado. - O que foi?

- É por isso que você está comigo? Pra provocar seu pai? - Rosnou passando a mão pelo cabelo tentando se acalmar.

- N-na-

- Eu deveria ter desconfiado, você é uma princesa, nova e não viu nada da vida ainda, era lógico que se sentiria atraída por mim. - Ele falava sozinho, Ochako tentava falar mas o loiro não queria ouvir.

- Katsuki... - Colocou sua mão no braço do maior, que parou para olhar aquela pequena mão encostando-o.

- É normal confundir as coisas Ochako, eu sou o comandante de um exército e mais velho, você é uma princesa que queria se aventurar. - Dizia sério, mas por dentro doía demais falar aquilo. Passou um ano inteiro pensando naquela maldita princesa e quando finalmente ela o olha também, era só por curiosidade, diversão. - Acho que pelo nosso bem isso tem que terminar.

- O quê? Espera! - O segurou quando ele ameaçou sair do quarto.

- Além do mais, você está prometida para um príncipe, é melhor acabar com tudo agora. - Puxou o braço com força da mão dela e saiu do quarto, deixando a princesa despedaçada para trás.

[....]

O universo pensou que o dia de Ochako ainda não foi uma bosta completa, então colocou o loiro para vigiar o jantar junto com outros guardas. Ninguém entendia da onde vinha aquela tensão, mas também não ligavam. Os Reis discutiam animadamente sobre os assuntos, até Ochako ouvir seu nome no meio de uma conversa.

- E ela já tem algum interesse em alguém? - Não conseguiu reconhecer quem perguntou, mas todos pararam de falar para ouvir a resposta do Rei.

- Bom, ela é tímida e nunca conversou sobre isso com a gente. - Seu pai respondia tudo com simpatia, uma palavra errada naquela mesa podia acabar em guerra, então todos pensavam bem antes de falar. Um certo loiro muito interessado na conversa sorriu, tímida, era porquê não conheciam ela direito como ele.

- A entendo, já o meu filho sempre conversa comigo sobre uma certa princesa, né? - Riu e deu um tapa no ombro do príncipe loiro, que logo Ochako reconheceu, era Neito Monoma.

- Pai... - Olhou para princesa envergonhado, Uraraka sabia que o loiro era louco por ela, ele deixou bem claro todas as vezes que se viam, na verdade até gostava dele, Monoma sempre a tratou muito bem. Diferente das outras pessoas, porque o príncipe era um demônio com qualquer um menos a castanha.

Para tranquilizar o amigo, Ochako sorriu gentilmente para ele, que ficou mais encabulado ainda, porém feliz pela atenção da princesa. Ouviram alguém resmungar irritado e se viraram para Katsuki, que olhou para os lados também fingindo não saber de onde veio o som.

Que ótimo ator!

Pensou Uraraka enquanto tomava um gole de vinho. Os dois trocavam olhares a todo instante, era como imã, não conseguiam impedir.

No final do jantar todos se retiraram sobrando somente os Reis, Ochako como uma boa anfitriã levou o resto dos convidados para a sala enquanto conversava com todos. Ao sentar no sofá Midoriya e Monoma se prontificaram de ficar ao seu lado.

Todos conversavam entre si, até o Neito que era um servo do capeta, mas a princesa percebeu que Todoroki estava distante demais, mais que o normal. Eles eram amigos, assim como Midoriya, avisou o esverdeado que iria conversar com o bicolor e foi até ele, que estava em um canto afastado.

- Todoroki? - Percebeu que o amigo ficou surpreso por vê-la ali na frente, sua expressão revelava algo que não entendia. - Está tudo bem?

- Não.

- Seu pai?

- Sim.

- Entendi. - Suspirou, a troca de olhares que tiveram revelou que os dois sabiam de qual assunto era.

- Podemos conversar em outro lugar? Estou sentindo que alguém quer me bater. - Comentou coçando o braço, a castanha olhou para o resto da sala e sim, tinha dois loiros olhando com raiva para o bicolor.

- Vamos. - O puxou pelo pulso para outra sala.

Katsuki quando viu a princesa sair com o outro príncipe teve que trincar o maxilar para conter a raiva, tinha uma aura escura ao redor de si que todos conseguiam ver.

- T-Ta tudo bem? - Midoriya perguntou.

- Óbvio que sim seu merdinha! - Resmungou sem medo algum de xingar alguém da realeza.

O esverdeado engoliu seco e preferiu conversar com as outras pessoas.

- Então, o que seu pai fez? - Ochako perguntou apoiando as costas na parede.

- Se ele tivesse colocado uma arma na minha cabeça, ele teria sido mais gentil. - Comentou fazendo a castanha rir. - Não ria! Ele praticamente me botou na parede e disse pra mim te seduzir! - Ele tentou ficar sério, mas o riso da menor o contágio.

- É mais fácil teu irmão psicopata me seduzir do que você. - Brincou fazendo os dois rirem.

- Ele me disse que no seu aniversário de 19 anos vai ter um baile, e seus pais vão deixar você escolher um dos príncipes para se casar.

- A-há! Que gentil que eles são, vão me colocar num vestido e me fazer escolher entre quatro ou cinco homens para casar. - Ironizou.

- Pelo menos você é amiga de quase todos os príncipes, não vai sofrer tanto, até porquê nunca se apaixono-- Parou de falar ao ver a castanha corada - Você gosta de alguém?!

-... Sim.

- Quem?... Midoriya? - Negou, suspirou fundo e olhou para o amigo criando coragem.

- Katsuki Bakugou.

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