Fault

Exaustivo

No final ninguém descobriu a fuga da princesa, que agradeceu a Deus por isso. Se sentia mais solta depois daquele passeio, como se tivesse tirando um peso das costas.

Mas como nada de bom dura, seu aniversário estava chegando e com ele o baile de máscaras. O que significava que teria que escolher um homem para se casar.

Todos os nobres de vários reinos iram vir para o baile, Ochako suspirava desanimada enquanto a costureira real fazia o vestido.

- Com certeza a senhorita será a mulher mais linda da festa. - A costureira elogiou.

- A sim, talvez... - Disse sem nem ao menos entender o que a mais velha falou pois estava viajando em seus pensamentos.

- A princesa anda muito distraída ultimamente. - Comentou, Ochako suspirou e concordou com ela.

- Eu sei.

- Talvez seja por causa do baile, vai ser uma grande festa e você será a atração principal. - Disse animada.

- Sim, talvez. - Olhou para a janela enquanto esticava os braços para os lado, sentiu o coração falhar uma batida ao ver o comandante loiro treinando sem camisa, atrás dele vinha os recrutas, provavelmente para prepará-los para o "grande" baile.

[...]

Acordar, se arrumar, sorrir e ser perfeita.

Chegou o dia da festa, Uraraka acordou as 9h para se arrumar para um baile que começaria as 18h, tudo para ficar "perfeita". O cabelo estava sendo hidratado enquanto a princesa almoçava no quarto, não queria ver os pais naquele momento.

- Tsuyu, alguma novidade? - A castanha perguntou tentando se distrair com a melhor amiga.

- Bem, comigo nenhuma, mas Toru me disse que Bakugou estava prestes a matar os recrutas hoje.

- Por que me falou isso? - Questionou triste.

- Porque achei que algo sobre "ele" te animaria.

- Hoje vou me casar com um príncipe, não por quem eu sou apaixonada. Nada irá me animar.

Tsuyu suspirou cabisbaixa, a amiga era tão sorridente e depois do relacionamento com o comandante a princesa parecia um vaso quebrado.

- Então escolha um bom parceiro para você. - Beijou a testa da amiga lhe desejando toda a sorte.

- Eu irei.

Chegou a hora, o rei e a rainha foram na frente para cumprimentar os convidados que iam chegando e a princesa aniversariante vinha logo atrás exibindo um sorriso de dar inveja, tinha que sorrir, não podiam saber o que a princesa estava sentindo.

- Devo dizer que não imaginava que você podia ficar mais bonita, mas hoje você se superou, Ochako. - Comentou Monoma sorridente enquanto beijava sua mão.

- Obrigada, Neito. - Sorriu agradecida ao amigo. Neito é o príncipe que com certeza ama Ochako mais do que tudo, a princesa se sentia pressionada enquanto listava todos os contras e a favores dos príncipes que via.

- Ochako, eu deixaria esse povo passar na minha frente para te cumprimentar, mas você conhece meu pai, certo? - Disse Todoroki beijando sua mão. - Está linda, sinto muito pelo real motivo desse baile.

- Obrigada. - Sorriu dessa vez sincera para o amigo, não considerava escolher Shouto pois sabia da sua paixão pela general Yaoyorozu.

Depois de cumprimenta milhares de pessoas o próximo príncipe apareceu, Midoriya, o favorito das pessoas que tinham certeza que ele seria o escolhido pela princesa.

- Eu não quero te obrigar a nada, Ochako, mas saiba que eu te adoro e se você me escolher...- Engoliu seco, tinha planejado esse pequeno discurso para aliviar a situação da melhor amiga, mas mesmo assim ficava nervoso. - Saiba que te farei feliz, o máximo que eu puder.

- Izuku... - Segurou as lágrimas e abraçou o esverdeado. As pessoas ao redor murmuravam com convicção que ele seria o futuro marido da princesa.

- Sei que você ama a outro, e se tiver disposta a lutar por esse amor, saiba que tem meu apoio. - Soltou o abraço deixando Uraraka surpresa, não sabia que o Midoriya sabia do seu caso com Katsuki.

O príncipe se foi e a princesa continuou a cumprimentar os convidados, foi longas horas até finalmente se ver livre desse cargo, foi se sentar na mesa e desfrutar da comida e do seu tempo livre.

Sabia que quando começar a tocar uma música de valsa teria que dançar com mais umas 10 pessoas no mínimo, e só de pensar isso já lhe dava um calafrio pelo corpo.

- Filha, está gostando da sua festa? - Sua mãe perguntou se sentando ao seu lado, seu pai estava numa mesa conversando assuntos do reino com outros reis.

- Depende qual é o seu conceito de "gostar", mamãe. - Disse virando uma taça de vinho.

- Como assim? - Questiona confusa.

- Não estou gostando da festa, ela não me faz feliz. - Sua mãe se aproxima fazer um carinho em suas bochechas.

- O que te faria feliz, filha?

- Uma pessoa. - Antes que a rainha pudesse perguntar de quem ela estaria falando um príncipe de um reino distante chegou na mesa delas.

- Você me concederia uma dança, princesa? - Mineta, o terceiro dos príncipes de sua família, um completo tarado degradante.

- Eu... - Olhou para sua mãe que dizia com seu olhar que teria que ser simpática com todos. - Claro.

Dançar valsa com uma pessoa menor que você é totalmente estranho, Ochako sorria minimamente enquanto pensava em como seria dar um chute na cara daquele pervertido que descia a mão até sua bunda de vez em quando.

A música acabou e a princesa sentisse aliviada ao ver Neito se aproximar, o loiro com certeza é melhor que esse príncipe repugnante. Porém antes do Monoma ou de Mineta perguntar algo para Ochako, outro máscarado apareceu.

- Cacho de uva, Mimado de merda. Essa dança é minha. - Com um gesto brusco com o braço o homem empurrou os outros dois para longe.

O salão estava cheio de casais dançando, o que camuflava a princesa e seu parceiro loiro. O maior colocou as mãos grande ao redor da sua cintura e a trouxe para perto, aquele movimento a fez lembrar na hora do seu comandante.

- Katsuki? - Perguntou baixinho olhando séria para o mascarado.

- Sim.

- Por que... Você disse que queria distância. - Indaga colocando suas mãos sobre o ombro do loiro.

- Eu não conseguia, essas semanas foram horríveis, hoje fiquei vendo homens se aproximarem você na intenção de se casar, e isso é exaustivo... - Se aproxima. - É exaustivo o trabalho que eu faço para ficar longe de você, sendo que não paro de pensar um minuto do dia em você. É exaustivo amar você sabendo que não podemos ficar juntos.