Para sempre Spider-man

CAPÍTULO II

As semanas que se seguiram não foram nenhum pouco melhores. A prefeitura de Nova York tinha contratado equipes especializadas em empreitaria que faziam a limpeza de toda a cidade, retirando destroços de naves e dos muitos prédios que haviam caído durante a batalha. Corpos também eram retirados dos escombros, muitos deles. Alguns foram localizados em pleno centro urbano, a quilômetros de onde toda a carnificina tinha acontecido, já outros foram retirados de atrações turísticas que tanto orgulho já tinham proporcionado aos cidadãos e à prefeitura.

Era inevitável se andar pelo Queens sem se deparar com alguma dessas cenas. Peter evitava sair de casa, evitava ler qualquer notícia online ou ligar a televisão e, sobretudo, evitava as ligações do seu melhor amigo, Ned Leeds, que insistentemente tentava recorrer ao amigo para ter alguma notícia que fosse.

Ned não tinha se transformado em pó no primeiro ataque de Thanos, como aconteceu com Peter, então os cinco anos em que o Homem-Aranha tinha ficado preso no mundo subatômico passaram normalmente para seu amigo, que já se formou no Ensino Médio e começou o que parece uma carreira promissora de repórter no Daily Bugle. A tia May também tinha envelhecido nesses cinco anos e, embora continuasse jovem, Peter sentia que estava atrasado com relação o resto do mundo, ou metade dele, pelo menos. Não tinha empolgação alguma pra fazer nada, não conseguia sentir sequer a adrenalina quando o sentido de aranha te indicava que algum crime estava acontecendo por perto. A verdade é que a perda de Tony Stark tinha sido um baque muito forte, tão forte que Peter podia sentir seu coração se despedaçar sempre que a imagem do mentor vinha à sua cabeça.

As últimas palavras que tinha dito também ainda te incomodavam: sinto muito, Tony. Ele sentia muito mesmo, os Vingadores tinham salvado a Terra, mas não conseguiram salvar o seu maior herói. Sentia muito porque deu o máximo de si, levou seu corpo ao limite e, mesmo assim, não tinha sido o suficiente. Ele até chegou a dizer ao Tony que ele tinha conseguido, que tinha acabado... que venceram. No entanto, não se sentia assim. Se tinham ganhado, por que agora tudo parecia sem sentido? Por que ele sentia esse aperto no peito? Por que as coisas estavam tão difíceis de se contornar, de se conter...? Algumas perguntas simplesmente não têm reposta.