0.2 | hitting head on

331 41 53
                                    

boa leitura mozamores 🌸
{0.2 | batendo de frente}

🌸 🌸 🌸

Como era de se esperar, a primeira nota 10 trouxe amigos inesperados: os que queriam uma cadeira perto na próxima prova e os que também tiravam 10 e gostariam de se "socializar" com o mesmo tipo de colega.

Entre os do primeiro grupo, estavam duas pessoas, Vanessa e Keneti.

Keneti era estudioso e do tipo simpático, que ganhava todo mundo no sorriso.

Não que Lili pensasse que ele queria colar ficando perto dela, mas certamente queria ficar amigo oras horas de estudos. E isso era legal.

Já Vanessa, parecia um pouco folhadinhos, daquele tipo que não se esforça, mas também não abandona tudo de vez.

Ou seja, um enigma, que você sente pena e tem vontade de ajudar e sente raiva e tem vontade de esganar, tudo ao mesmo tempo.

Já no outro grupo, dos igualmente CDFs, estava a Camila, uma brasileira inteligentíssima que não conseguia tirar menos que 10 em todas as matérias.

Mesmo conseguindo ser ainda mais introspectiva que Lili, as das formavam uma dupla improvável, já que começaram a andar juntas e trocavam algumas palavras, mas não eram, nescessariamente, amigas.

Estavam andando juntas, só isso.

Os meninos se divertiam com Madelaine e sempre se sentavam na mesma mesa na biblioteca, nas horas de estudo.

– Acho que a Camila quer te espionar para ver se há outras táticas de estudo que ela ainda não conhece! - disse Madelaine uma vez, rindo

– Aí, não pense assim das pessoas! Vai ver ela também não encontrou ninguém para conversar... - Lili tentou amenizar

– Ué, vocês conversam? Essa eu queria ver!

Camila era uma daquelas meninas que não sorria quase nunca, falava menos ainda e estava sempre om a cara enfiada num livro.

As únicas coisas que a diferenciação de Lili eram o corpo magro e os lindos olhos e cabelos pretos.

Para mentes maldosas, as duas andando juntas era a coisa mais esquisita. A receita do desastre.

Os apelidos começaram logo. No começo, Lili não percebeu nada, já que no intervalo corria para seu refúgio na árvore do jardim da frente e ficava longe do buchicho.

Mas Camila já parecia estar sentindo os efeitos: sua cabeça estava cada vez mais baixa e o seu olhar, mais esquivo

Depois de algumas semanas, Lili, reparando na colega, perguntou por que ela andava olhando tanto para o chão.

– Ora, e pra onde mais vou olhar? - foi a resposta dela, curta e seca.

Lili se considerava meio antissocial, mais isso já era de mais.

Pelo menos, manteria a cabeça erguida. Afinal os outros só fazem de você o que você deixar que façam, certo? Você não precisa acreditar no que dizem, certo?

Brigas, bilhetes e beijos | α∂αρтαçãσ ѕρяσυѕєнαятOnde histórias criam vida. Descubra agora