Capítulo 8- Betty Cooper

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A noite tomava conta e as estrelas se faziam presente. Uma penumbra cobria uma parte daquele apartamento velho e a outra, era iluminada pelas luzes coloridas que saiam da televisão. Um filme engraçado passava enquanto eu e Cole ríamos e tomávamos uma cerveja. Dois criminosos que se passaram por duas pessoas normais naquele momento simplesmente para sentirem alguns segundos de paz dentro de si.

Eu havia contado sobre Betty para Cole e apesar de ele não ter demonstrado, sei que estava inseguro e não queria acreditar naquilo. Mas, infelizmente eu precisava saber a verdade, porque isso não só comprometia a minha vida inteira no crime como o relacionamento mentiroso do meu melhor amigo e da sua namorada.

No meio de risadas sinceras e pensamentos preocupados, a campainha soou. E quando nós ouvimos o timbre daquele barulho tomar conta da nossa audição, demos uma bela olhada um para o outro. Como alguém que está preste a por seu plano infalível em ação.

Eu me levantei e em passos curtos caminhei até o banheiro, deixando apenas uma fresta da porta aberta para que eu pudesse ter a visão do que acontecia do lado de fora do cômodo. Enquanto Cole, um pouco ou muito receado, caminhava ao encontro da porta que bloqueava a visão da garota loira.

E ao rodar da maçaneta lá estava ela, perfeitamente como haviam me descrito, Betty Cooper. A mulher alargou os lábios em um sorriso esbranquiçado para o homem à sua frente e balançou a sacola de comida chinesa em suas mãos, anunciando que havia trazido o jantar. Deu alguns passos ao seu encontro e o abraçou tão forte que pude jurar ouvir algum de seus ossos estralarem. Não consegui ter a visão de nenhuma de suas expressões naquele momento, mas acho que ele estava em choque.

- Cole, amor?? - A mulher o repreendeu.

- Oi Betty! - Ele lhe lançou um sorriso forçado e caminhou até a pequena mesa de jantar.

A loira o acompanhou um pouco desanimada e largou o pacote que exalava um cheiro ótimo sobre o objeto. - Está tudo bem querido? - Ela se aproximou novamente.

Era evidente o nervosismo estampado na face dele. E para que não parecesse que algo estava errado, ele fingiu tossir e desviou rapidamente dos braços da mulher, fazendo-a arquear uma de suas sobrancelhas. Cole dirigiu-se até um dos armários da cozinha e pegou 3 pratos largando-os sobre a mesma mesa de jantar.

-Hmmm, pelo cheiro deve estar uma delicia Betty! - Sprouse exalou o máximo daquele aroma que seu pulmão conseguia suportar.

Betty deixou alguns de seus dentes amostra em um sorriso forçado e franziu a testa. - Mas nós somos apenas em dois, por quê um terceiro prato?!

- Ah, esqueci de comentar. Um amigo vai jantar conosco, espero que não se importe. - Ele deu uma piscadela.

- Um amigo? Claro que não. - Ela falou desconfortável sentando em uma das cadeiras.

Essa era a minha deixa! E numa legítima cena de filme em câmera lenta enquanto os dois levavam a comida para suas bocas, eu sai do banheiro finalmente para me juntar a união do casal. Eu me aproximei e ao sentar na terceira cadeira do lado de Sprouse, pigarreei. - Oi.

Meu melhor amigo ajeitou sua postura ainda mais nervoso e Betty me olhou espantada, como se tivesse acabado de ver um espírito. Suas pálpebras nem se quer faziam o movimento de abre e fecha, ela estava em choque. Aquela cena estava me assustando, literalmente.

- Tá tudo bem com você? - Eu pergunto o mais calmo possível.

O silêncio se instalou por alguns minutos até ela perceber que foi ela mesma a quem eu dirigi a pergunta. - Ah, si...sim. Tá tudo bem, só me deu um mal estar. Haha! - A mulher cuspiu aquelas palavras do jeito mais falso que poderia existir e eu cerrei os olhos.

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