Capítulo 1- O começo.

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Endy Narrando

Me chamo Endy e tenho 13 anos, estudo e moro em um reformatório para meninas, minha mãe trabalha muito e meu pai vive viajando, por isso eles acharam melhor eu morar aqui.
O nome da escola? Sol nascente. E pra falar a verdade eu iria preferir morar com os meus pais, mas eles são muito ocupados. Aqui no Sol Nascente quase não tenho amigos e só saio no fim de semana, mesmo assim fico com minha babá, a Emilly, gosto muito dela e somos bem próximas. Também tem o Alfred que é o motorista da casa. As vezes ele leva eu e a Emilly para o parque central, afinal eu amo fazer piqueniques e correr com meu cachorrinho o Fred, mas só vamos quando a minha mãe deixa, que acaba sendo só as vezes porque nem sempre ela tá em casa.
Meus pais sempre me mandam cartas todas as quartas-feiras pois no reformatório é proibido o uso do celular, as vezes nas segundas-feiras eles me ligam e como estou aqui a um bom tempo e a diretora já sabe da minha situação ela permite que eu atenda o telefone da secretaria. Para mim são os melhores momentos da semana, quando me ligam ou mandam cartas, já que nem todo final de semana eu vou para casa, e na maioria das vezes que vou eles não estão.

Emilly Narrando

Quando comecei a trabalhar na casa da família Silva, o Alfred já trabalhava lá a uns 20 anos, e me contou que os avós de Endy eram ótimos patrões e que eles haviam morrido em um acidente de carro quando Endy tinha 10 anos de idade, os pais de Endy resolveram contratar alguém para ajudar com a menina que era muito sozinha, e ajudar também com a casa, e acabaram me contratando. Quando cheguei lá Endy tinha 5 anos, e os pais dela brigavam muito e eu sempre tentava fazer ela não perceber, por que ela era bem pequena e sempre que percebia ficava muito triste, eu sei bem como é ver os pais brigarem, e não é um sentimento nada legal. O senhor Felipe e a senhora Marta decidiram se separar depois de um tempo, e decidiram que foi muito melhor para todos, menos para a pequena Endy que foi mandada para um reformatório. Eles me pediram pra não contar a Endy que eles se separaram, e eu concordei, afinal era meu emprego que estava em jogo. Eles começaram a revezar pra estar em casa em datas diferentes e ambos verem Endy e sempre davam uma desculpa pela ausência do outro.
Eu particularmente desde o início amei Endy, ela era linda, loira e dos olhos bem azuis, bem meiga e um doce de criança. Mas eu vi sua mudança com o passar dos anos e principalmente quando ela entrou no reformatório, ela passou a ser menos sorridente e sempre  brincava sozinha e sempre que eu brincava com ela, ela falava que ia sentir falta de alguém brincando com ela na escola, o que eu achava bem estranho para uma criança dizer, afinal crianças brincam umas com as outras, mas os pais dela sempre me falavam que isso era normal e que era coisa do início, o que eu logo percebi que não pois com o passar dos anos ela foi ficando cada vez mais retraída e só se abria comigo. Com o tempo fomos ficando bem próximas e eu comecei a conhecê-lá bem mais do que os próprios pais.
Sempre fomos ao parque perto da casa dela, me lembro da última vez em que ela estava realmente feliz, e que o brilho em seus olhos ainda era real, e foi um pouco antes dos pais dela decidirem se separar e levar a menina para o reformatório, eu imaginei que fosse algo legal com o tempo, afinal não é fácil para nós adultos sairmos de perto de quem amamos imagina para uma criança.

Alfred Narrando

Quando comecei a trabalhar na casa dos pais de Felipe ele ainda era uma criança, ele devia ter uns 10 anos e quando adolescente, dava muito trabalho, porque sempre saia para as festinhas e só chagava no outro dia e seus pais ficavam muito preocupados, eu acompanhei o crescimento dele, e considero ele como um filho e sempre quero ver ele feliz.
Quando tinha uns 14 anos ele apareceu com a primeira namoradinha a Silvia, me lembro bem do quanto ele falava dela comigo. Até um certo dia que ele chegou em casa chorando dizendo que ela traiu ele, ele ficou um bom tempo triste mas logo depois voltou ao normal. Um belo dia, ele chegou em casa todo sorridente e por mais inusitado que fosse ele não me contou o motivo de tantos sorrisos. Até que ele chegou com uma moça. Ela era muito bonita morena e dos olhos azuis, muito simpática.

Alguns anos antes....

Assim que a moça foi embora fui perguntar quem era a moça tão adorável.

- Nossa Felipe não vai me dizer quem é a moça??- falei entusiasmado.

- Claro que sim Alfred - diz ele sorridente- essa é Marta, uma amiga da escola - ele disse isso e imediatamente vi um brilho em seus olhos.

- Eu ainda acho que não é só uma amiga em kkkkk - eu disse e logo sai.

Anos depois...

Felipe Narrando.

Era tardezinha e o por do sol estava lindo. No fundo uma música bem suave começou a tocar, e eu entrei devagar até o padre, depois de uns minutos que mais pareciam horas eu escuto finalmente a canção da entrada da noiva, a mulher da minha vida.
Ao olhar para aquela mulher me apaixonei mais ainda e eu só tive mais certeza de que era ela que eu queria ao meu lado até o fim dos meus dias, aquela mulher com uma beleza exorbitante e que também era encantadora tanto por dentro quanto por fora.
No instante em que trocamos olhares vi tudo que passamos juntos e num piscar de olhos, ela estava a minha frente, foi como se uma vida passe em meus pensamentos enquanto ela caminhava até mim.

_ Cuida bem da minha filha em Felipe-  o pai de marta disse colocando as mãos dela sobre a minha, eu dei um beijo suave em sua testa e sorrimos.

_ Pode deixar - eu disse isso e seguimos para continuar esse dia tão incrível.

Nos ajoelhamos e participamos da cerimonia e logo depois saímos para a lua de mel. Aquela noite foi a melhor da minha vida, eu pude estar com os meus amigos e minha família e além disso com a mulher que eu amo. Tudo estava muito incrível, as pessoas me desejando os parabéns, eu só sabia sorrir, era uma mistura tão grande e tão incrível de sensações...

_ Hora de jogar o buquê meu amor_ eu disse sorrindo e ela saiu emburrada fazendo a situação parecer engraçada.

Marta Narrando

Eu estava tão linda. Era sem dúvidas o dia mais feliz da minha vida, eu não parava de sorrir o tempo todo, afinal eu estava finalmente me casando com o amor da minha vida. Só não gostava muito da ideia de jogar o buquê para trás porque ele era lindo e foi caro, mas Felipe insistiu, apesar de eu não acreditar muito nessa história de quem será a próxima a se casar.

Essa história continua...

Espero muito que tenham gostado desse capítulo, é meu primeiro livro e ainda vai acontecer muita coisa com Endy e sua família. Beijos e obrigada por terem lido até aqui.♥️

A Confusa História De EndyOnde histórias criam vida. Descubra agora