Me carregaram de olhos vendados por algum tempo. A Marca Negra queimando em meu braço esquerdo. Eu me sentia suja agora que a Marca havia sido queimada em meu braço, como se houvessem me contaminado com uma doença grave e incurável — talvez o nome da doença fosse vergonha.
Eu me lembrava de tudo que ocorrera nas últimas horas, mas havia alguma coisa faltando...
Meus pés encontraram o vazio e meu corpo cedeu, quase me derrubando, mas as mãos do Lobo Greyback me agarraram firme.
—Vê se presta atenção! — Rugiu ele com seu bafo em meu ouvido.
—Caso não tenha visto, estou de olhos vendados!
—Problema seu!
Desci alguns degraus, tentando não torcer o pé. Então ele puxou meu ombro, me fazendo parar de repente. Esperei alguns segundos, ouvi o som de uma chave girar em uma fechadura e o ranger de uma porta. Lobo Greyback desfez as amarras que mantinham meus punhos presos e me empurrou para dentro do que quer que fosse aquele lugar.
Retirei a venda a tempo de ver o lobisomem sorrir de canto e voltar a subir as escadas. Olhei ao redor e era como se ainda estivesse vendada. Porém conseguir ver algo se mover nas sombras. Me afastei para as grades da porta que levava as escadas.
—Senhorita Cooper? — A voz soou enfraquecida, como se não falava há muitos dias.
—Quem está aí? — Me arrisquei a perguntar.
—Eu me lembro... de quando foi à minha loja... comprar sua varinha... — A voz masculina continuou a falar com dificuldade. — Atordoada e... Dumbledore!... Sim, sua única companhia!
—Sr. Olivaras? — Questionei, soltando as grades. Ele se aproximou, a pouca luz que vinha das escadas iluminaram-o e ele parecia péssimo. Me adiantei para segura-lo quando quase caiu. — O que o senhor faz aqui?
—Você-Sabe-Quem precisou de um serviço meu... Não saiu como desejado... E aqui estou... — Ele tateou até certo local, com minha ajuda, e se sentou em algo que parecia um banquinho.
—Quanto tempo faz que não come?
—Não faço ideia. — Um riso fraco escapou no final da frase. — Que dia é?
—Quatorze de Janeiro. — Já me adaptando a escuridão, consegui ver de relance uma expressão de surpresa em seu rosto.
—O que a senhorita... faz aqui?
—Você-Sabe-Quem também precisa de alguns favores meus. — Expliquei.
—E isso lhe custou... a Marca Negra?
—E mais alguns pedaços meus. — Tentei forçar um sorriso, mas a única coisa que eu sentia era um enorme vazio no peito por ter perdido Fred, ao mesmo tempo que estava aliviada por ter livrado-o daquele lugar. — O senhor sabe onde estamos?
—Na manção dos Malfoy.
—Ah, bem que a Ordem da Fênix suspeitava que eles estivessem se reunindo aqui. — Falei mais para mim mesma que para ele. — Acho que posso chutar que o senhor já tentou escapar.
—De todas as maneiras possíveis, mas é impossível.
[...]
Eu esperei, esperei, esperei... Mas nada aconteceu pelo o que pareceu ser um tempo muito longo, nem se quer uma pista de que os Weasley ou a Ordem estivessem em minha busca. Meu estômago já parecia saber também que estávamos ali há muito tempo, pois ele roncava o tempo todo, assim como minhas costelas eram algo que marcavam minha pele.
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EM MEUS SONHOS • Fred Weasley
FantasíaHARRY POTTER | 2ª GUERRA BRUXA • Zoe Cooper é uma auror estrangeira que acaba de ser recrutada para a Ordem da Fênix a pedido do próprio Alvo Dumbledore. É também onde ela conhece e passa a criar laços com os gêmeos Weasley, especialmente com Fred W...