capitulo 13

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- vovó - entrei na sala de poções, e lá estava ela fazendo mais uma poção

- sim, querida? - largou o último vidro cheio dentro da caixa

- eu tenho umas perguntas para lhe fazer - vovó levantou o olhar para mim no mesmo instante

Já no meu quarto, enquanto eu me arrumava para a escola, comecei as perguntas para ela

- porque a minha varinha tem uma lua igual a meu colar? - estique os dois para ela

- a única outra pessoa quem teve uma varinha com o símbolo de lua foi Akuma - me entregou a varinha

- o Akuma é mesmo o único mestiço existente no mundo? - guardei a varinha no colar

- sim - vovó concordou

- qual a lenda dos mestiços? - me sentei a sua frente

- todo ser sobrenatural que não nascer de sangue puro, se torna um mestiço e é desprezado pela família e pelo mundo. Foi por causa disso que Akuma se tornou o que é. Mas porque me perguntou isso? Eu já havia te dito antes - desviei o olhar, com uma sugestão em mente

- Akuma é mesmo o único mestiço que existe? - me levantei e peguei minha roupa

- sim, único mestiço que existe. E por causa dele ninguém teve coragem de romper barreiras e ter outro filho mestiço - vovó continuou parada, me olhando e esperando outra pergunta

- mas e se existir outro mestiço, como fazemos para descobrir? - com minha varinha, imaginei já estar vestida e isso aconteceu

- ninguém sabe - suas palavras me decepcionaram. Uma nova pergunta cresceu em minha mente

- nós feiticeiros temos o poder de falar com lobos? - me virei para ela

- não! Em forma de lobo não - bom... agora estou confusa

- vovó, quando um ser místico atinge o limite de seu poder? - tentei enrolar, para não ter que explicar o que estou pensando

- quando completa 18 ano - respondeu

- porque você se refere a nossa família como feiticeiros e não bruxos? - comecei a arrumar minha mochila

- os bruxos são seres que servem a lucifer e a Akuma, já os feiticeiros vieram de uma única bruxa que se revoltou contra lucifer e seu horigem ao primeiro casal de feiticeiros, esse quais deram origem a nós - mais uma pergunta respondida

- mas bruxos existem ainda? - segui com ela para o andar de baixo

- existem, mas muito raro de se encontrar - completou

- porque meus pais eram o casal mais famoso da cidade? - finalmente fiz a pergunta que não queria calar

- seus pais eram os feiticeiros mais poderosos de todos os tempos, eram a reencarnação do primeiro casal feiticeiro e você, sendo única filha e primogênita deles, é única que pode matar Akuma - essa frase saiu bem intensa

- então todos dessa cidade sabem sobre meus pais? - peguei meu café da mesa

- somente seres místicos - avisou

- então como todos sempre olham pra mim? - tomei um gole do café

- você é um Montanni, e Montanni's são famosos nessa cidade - ajeitou meu casaco preto sobre meus ombros

A buzina de Nancy soou, quebrando o clima tenso dentro de casa

- tchau, vovó - saí da casa rapidamente, entrando no carro em um pulo

- Boa noite, prima - Nancy nos levou até a escola

Um miado me chamou a atenção. Virei para o banco de trás, encontrando Moon lambendo a pata

- eles te seguem, a onde for - Nancy olhou pelo retrovisor

- estranho - concluí, virando-me para frente

Chegamos a escola, e não encontrei nenhum dos amigos de Nancy

- onde eles estão? - Nancy sabia de quem eu me referia

- tem jogo hoje em outra cidade - faz sentido porque só vieram poucos alunos hoje

- Moon - vi ela correndo pelo corredor para o lado de fora - Moon! - saí da escola e fui atrás dela

Me surpreendi quando encontrei Midnight e Moon, sentados um a frente do outro

- Mid - levantei o olhar, encontrando Leni - oi! - sorriu ao me ver

- oi - sorri envergonhada

Peguei Moon no colo, Leni fez o mesmo com Midnight. Um silêncio estranho se formou entre nós, nenhum queria puxar assunto mas também não queria ir embora

- você... tem algum plano para amanhã? - a voz travou em minha garganta

- depende do horário, eu não... - não consegui completar, pois Leni fez isso por mim

- saí durante o dia? É, eu também não - soltou Mid na grama novamente

- Ella! - me virei, encontrando Arthur

- oi, Arthur - soltei Moon, que correu para brincar com Midnight

- meu pai lhe convidou para jantar lá em casa hoje, depois da aula - se aproximou com passos rápidos

- de novo? - aquela situação estava bastante confusa - tudo bem, eu aviso Nancy - me virei novamente para responder Leni, mas ele já havia ido embora

- faz o que sozinha aqui? - parou a minha frente, levemente ofegante

- eu tava falando com o Leni - apontei para o local em que ele estava

- Ella, não tinha ninguém aqui, você estava parada olhando para o nada - franziu a testa, inclinando levemente a cabeça para o lado

- eu... - olhei para onde Leni estava - só estava tomando um ar - dei uma desculpa

Ok, cada dia tudo vai ficando mais e mais estranho

- Nancy, eu vou jantar na casa do Arthur, com o pai dele - avisei ela. Me despedi e pedi para que ela fosse até a casa da vovó avisar

- só saia da casa quando for 1 hora e cheguei em casa antes das 3. Entendeu? - Nancy me acompanhou até o carro de Arthur, onde ele me esperava

- tabom - a abracei e logo após entrei no carro

Moon pulou para dentro do carro e se ajeitou em meu colo

- Arthur - o chamei quando já estávamos na estrada - aquele dia em que te encontrei no colégio, você disse que tinha uma coisa para me contar, uma coisa que se você contasse minha vó te mataria - virei, lentamente o rosto para ele

- se eu contar, ela ainda me mata - concluiu sério

Chegamos a sua casa, e senhor Tobias veio alegre me receber com um abraço

- quando eu o vi, achei perfeito para você - senhor Tobias me esticou uma caixa preta aveludada. Ao abrir, encontrei um anel preto com um lobo esculpido

Meu olhar foi para as mãos de Arthur e senhor Tobias. O senhor Tobias tinha um igual, porém de ouro e Arthur tinha outro igual, porém de prata (mídia)

- porque...? - levantei o olhar para seus rostos, e deixei a caixa com anel cair no chão ao ver a horrível cena a minha frente

- Ella, pega o anel e não se mexa - Arthur pediu

Fiz o que ele pediu e mantive a concentração para não gritar. O senhor Tobias, virou um lobo bem a minha frente

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