- vovó - entrei na sala de poções, e lá estava ela fazendo mais uma poção
- sim, querida? - largou o último vidro cheio dentro da caixa
- eu tenho umas perguntas para lhe fazer - vovó levantou o olhar para mim no mesmo instante
Já no meu quarto, enquanto eu me arrumava para a escola, comecei as perguntas para ela
- porque a minha varinha tem uma lua igual a meu colar? - estique os dois para ela
- a única outra pessoa quem teve uma varinha com o símbolo de lua foi Akuma - me entregou a varinha
- o Akuma é mesmo o único mestiço existente no mundo? - guardei a varinha no colar
- sim - vovó concordou
- qual a lenda dos mestiços? - me sentei a sua frente
- todo ser sobrenatural que não nascer de sangue puro, se torna um mestiço e é desprezado pela família e pelo mundo. Foi por causa disso que Akuma se tornou o que é. Mas porque me perguntou isso? Eu já havia te dito antes - desviei o olhar, com uma sugestão em mente
- Akuma é mesmo o único mestiço que existe? - me levantei e peguei minha roupa
- sim, único mestiço que existe. E por causa dele ninguém teve coragem de romper barreiras e ter outro filho mestiço - vovó continuou parada, me olhando e esperando outra pergunta
- mas e se existir outro mestiço, como fazemos para descobrir? - com minha varinha, imaginei já estar vestida e isso aconteceu
- ninguém sabe - suas palavras me decepcionaram. Uma nova pergunta cresceu em minha mente
- nós feiticeiros temos o poder de falar com lobos? - me virei para ela
- não! Em forma de lobo não - bom... agora estou confusa
- vovó, quando um ser místico atinge o limite de seu poder? - tentei enrolar, para não ter que explicar o que estou pensando
- quando completa 18 ano - respondeu
- porque você se refere a nossa família como feiticeiros e não bruxos? - comecei a arrumar minha mochila
- os bruxos são seres que servem a lucifer e a Akuma, já os feiticeiros vieram de uma única bruxa que se revoltou contra lucifer e seu horigem ao primeiro casal de feiticeiros, esse quais deram origem a nós - mais uma pergunta respondida
- mas bruxos existem ainda? - segui com ela para o andar de baixo
- existem, mas muito raro de se encontrar - completou
- porque meus pais eram o casal mais famoso da cidade? - finalmente fiz a pergunta que não queria calar
- seus pais eram os feiticeiros mais poderosos de todos os tempos, eram a reencarnação do primeiro casal feiticeiro e você, sendo única filha e primogênita deles, é única que pode matar Akuma - essa frase saiu bem intensa
- então todos dessa cidade sabem sobre meus pais? - peguei meu café da mesa
- somente seres místicos - avisou
- então como todos sempre olham pra mim? - tomei um gole do café
- você é um Montanni, e Montanni's são famosos nessa cidade - ajeitou meu casaco preto sobre meus ombros
A buzina de Nancy soou, quebrando o clima tenso dentro de casa
- tchau, vovó - saí da casa rapidamente, entrando no carro em um pulo
- Boa noite, prima - Nancy nos levou até a escola
Um miado me chamou a atenção. Virei para o banco de trás, encontrando Moon lambendo a pata
- eles te seguem, a onde for - Nancy olhou pelo retrovisor
- estranho - concluí, virando-me para frente
Chegamos a escola, e não encontrei nenhum dos amigos de Nancy
- onde eles estão? - Nancy sabia de quem eu me referia
- tem jogo hoje em outra cidade - faz sentido porque só vieram poucos alunos hoje
- Moon - vi ela correndo pelo corredor para o lado de fora - Moon! - saí da escola e fui atrás dela
Me surpreendi quando encontrei Midnight e Moon, sentados um a frente do outro
- Mid - levantei o olhar, encontrando Leni - oi! - sorriu ao me ver
- oi - sorri envergonhada
Peguei Moon no colo, Leni fez o mesmo com Midnight. Um silêncio estranho se formou entre nós, nenhum queria puxar assunto mas também não queria ir embora
- você... tem algum plano para amanhã? - a voz travou em minha garganta
- depende do horário, eu não... - não consegui completar, pois Leni fez isso por mim
- saí durante o dia? É, eu também não - soltou Mid na grama novamente
- Ella! - me virei, encontrando Arthur
- oi, Arthur - soltei Moon, que correu para brincar com Midnight
- meu pai lhe convidou para jantar lá em casa hoje, depois da aula - se aproximou com passos rápidos
- de novo? - aquela situação estava bastante confusa - tudo bem, eu aviso Nancy - me virei novamente para responder Leni, mas ele já havia ido embora
- faz o que sozinha aqui? - parou a minha frente, levemente ofegante
- eu tava falando com o Leni - apontei para o local em que ele estava
- Ella, não tinha ninguém aqui, você estava parada olhando para o nada - franziu a testa, inclinando levemente a cabeça para o lado
- eu... - olhei para onde Leni estava - só estava tomando um ar - dei uma desculpa
Ok, cada dia tudo vai ficando mais e mais estranho
- Nancy, eu vou jantar na casa do Arthur, com o pai dele - avisei ela. Me despedi e pedi para que ela fosse até a casa da vovó avisar
- só saia da casa quando for 1 hora e cheguei em casa antes das 3. Entendeu? - Nancy me acompanhou até o carro de Arthur, onde ele me esperava
- tabom - a abracei e logo após entrei no carro
Moon pulou para dentro do carro e se ajeitou em meu colo
- Arthur - o chamei quando já estávamos na estrada - aquele dia em que te encontrei no colégio, você disse que tinha uma coisa para me contar, uma coisa que se você contasse minha vó te mataria - virei, lentamente o rosto para ele
- se eu contar, ela ainda me mata - concluiu sério
Chegamos a sua casa, e senhor Tobias veio alegre me receber com um abraço
- quando eu o vi, achei perfeito para você - senhor Tobias me esticou uma caixa preta aveludada. Ao abrir, encontrei um anel preto com um lobo esculpido
Meu olhar foi para as mãos de Arthur e senhor Tobias. O senhor Tobias tinha um igual, porém de ouro e Arthur tinha outro igual, porém de prata (mídia)
- porque...? - levantei o olhar para seus rostos, e deixei a caixa com anel cair no chão ao ver a horrível cena a minha frente
- Ella, pega o anel e não se mexa - Arthur pediu
Fiz o que ele pediu e mantive a concentração para não gritar. O senhor Tobias, virou um lobo bem a minha frente
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Lua Da Meia Noite
Paranormalem pleno século 21, uma garota chama Antonella recebe uma ligação que seus pais foram mortos, e com isso ela parte para uma cidade próxima na qual irá morar com sua avó materna Sarah, uma mulher idosa e misteriosa, acolhe a neta de bom grado em sua...