Sessão de Terapia

Louco

21 de Novembro de 2002.

"Eu não sei o que você fez, mas, o seu silêncio está me deixando nervoso rapaz."

"Me perdoe doutor."

"Pelo o que? Você não me fez nada."

"Eu te matei doutor. Da pior e mais horrenda forma possível, eu lhe condenei ha um inferno."

"O que você está dizendo rapaz? Não me aconteceu nada, e nem tem motivos pra acontecer, eu tenho um 

filho, uma esposa, que me amam muito e eu também os amo."

"Não doutor, não. Seu filho..."

"O que tem ele?"

"Não confie nele, não confie."

"Você está louco rapaz."

"O mundo doutor, vai lhe trair. Você vai afundar dia após dia, tudo o que você imaginar ter conquistado, vai ruir. Tudo o que você sonhava em conquistar, vai se quebrar, e as pessoas vão pisar em você."

"Não seja tão cruel, o que você está querendo dizer com isso tudo? Vindo até aqui para me afrontar, me amaldiçoar e falar da minha família, do meu filho que acabei de adotar, desde que você voltou de Nova York, no fim do ano passado, você vem falando cada vez mais besteiras. E eu tentando ajudar, porém você só piorava a cada sessão. E agora vem com esse papo estranho. Eu não vou tolerar mais isso aqui, vou te recomendar outra pessoa pra te ouvir e tentar te ajudar. Mas, eu cansei."

"Eu vi horrores naquele 11 de Setembro. As pessoas pulavam dos prédios, elas queimavam, gritavam, e eu que estava no primeiro andar antes do prédio cair, vi pessoas se perguntando onde estava Deus nessa hora. E sabe o que eles disseram depois?"

"Em um ano como meu paciente, você nunca me disse isso. O que eles disseram?"

"Eles disseram que Deus abandonou eles, os condenou, sem o menor motivo. E então eles pularam do primeiro andar. E quando eu saí de lá para ver o que atingiu o prédio. Eu ouvi aquele estrondo que jamais saiu da minha mente."

"Estrondo?"

"Era como uma explosão, então sai correndo e o prédio veio abaixo, reto, sem nenhuma explicação do por quê, e durante o estrondo, os vidros foram estourando andar por andar. Então percebi que Deus planejou aquilo, Deus condenou aquelas pessoas a morte, pessoas inocentes, crianças, e não consigo ver o por quê."

"E por que disse aquelas coisas horrendas pra mim?"

"Por que agora Deus fala comigo, mas ele não me conta nada do que quero saber. Ele só me disse que seu filho cujo acabou de adotar, vai te matar um dia. Eu escolhi esse garoto pra você, por que Deus me mandou, por que você me pediu. Me perdoe."

"Eu te perdoou. Mas, está foi nossa última conversar rapaz. Pegue este cartão, e se consulte com ele agora, eu cansei de tentar te ajudar, desculpe."

"Eu te desculpo, Doutor. Mas, agora eu preciso fazer uma coisa."

"MEU DEUS! ELE... Se matou!"