Uma única noite juntou duas pessoas tão diferentes e com culturas tão distantes, mas não era do destino mantê-las unidas.
"Eu ainda não sei quando verei de novo a flor que conheci naquele dia"
Shortfic • Rosé
⟨ Inspirada na música Rose da Lee Hi ⟩
“Meu amor é como uma rosa vermelha Sim, posso até ser perfumada Mas, quanto mais perto você chegar mais eu irei te machucar”
Nós estamos na parte de trás do karaokê, tem uma pequena fila, o que me deixa estranhamente nervoso, a situação deixa tudo propício para uma conversa ou um silêncio constrangedor.
- Por que o banheiro é aqui fora? - a voz dela sai tão baixa que tenho a impressão de ser uma pergunta retórica, prefiro não responder a princípio mas ela me encara por um tempo.
- Eu não sei, acho que é porque algumas pessoas sempre vomitam na fila e isso deixava o lugar fedido. - ela aponta para um vômito a poucos metros da gente e eu concordo.
- Que nojo. - ela faz uma careta o que a deixa ainda mais fofa.
- De que parte da Ásia você é? - pergunto um tanto receoso, não quero soar intrometido, mas a reação dela me deixa confuso, ela está rindo.
- Eu não sou de nenhuma parte da Ásia. - ela sorri de lado e entra correndo no banheiro quando uma garota sai.
Ela não demora muito, bom, não para uma garota, eu com certeza teria saído do banheiro dois minutos antes.
- Já ficou vinte e quatro horas sem dormir? - acho sua pergunta confusa mas confirmo com a cabeça. - Quer fazer isso de novo? - se eu responder "com você eu faria qualquer coisa" seria cedo demais?
- O que você tem em mente?
- Daqui a meia hora vai abrir um café que eu tô louca pra conhecer e sinto que preciso fazer isso hoje.
- É perto daqui? - ela concorda. - Vou chamar o pessoal.
- Não acho que precise, quem não tá bêbado está cuidando de quem tá, só avisa que vamos embora sozinhos. - esse é o momento que eu fico com medo e desconfio que ela vai me levar para uma armadilha e ficarei sem órgãos?
- Tudo bem.
Dígito a mensagem e envio, a resposta vem um pouco depois, Alex ficou brava porque agora a quantidade de pessoas para dividir o valor diminuiu, aviso que o dinheiro das bebidas eu vou dar amanhã e guardo o celular.
- Vamos. - ela está de olho no mapa do celular, penso em me oferecer para pedir um uber mas pelo que parece ela quer andar. - É bom andar assim, quando a rua está vazia e silenciosa, obrigada.
- Pelo o que? - eu fiz alguma coisa?
- Eu sou uma mulher, eu não andaria sozinha as cinco da manhã, não com essa calma pelo menos, estaria agitada e andando rápido.
- Ah, sinto muito.
- Não sinta, se você é um cara legal, a culpa não é sua.
Eu paro para refletir por algum motivo, o maior medo que eu poderia ter andando a essa hora sozinho seria com a possibilidade de ser assaltado, mas com as mulheres o medo é maior né, são tantas coisas, assalto, estupro, sequestro, morte...
- Chegamos. - ela aponta para a cafeteria, que por sinal ainda está fechada. - Vamos sentar aqui. - ela aponta para o degrau e se senta, me junto a ela no segundo seguinte.
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