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“ Vendo sua confiança
Isso me faz me sentir tão mal com você
Seus passos confiantes
Para mim são tão lamentáveis”

Eu mal tinha colocado os pés dentro da casa e meu corpo se prontificou em chegar na cozinha, precisava urgentemente de um energético, mais um copo de café, ou até uma bebida gaseificada cheia de açúcar, alguma coisa precisava me manter acordado.

Rosé já tinha se livrado do enorme casaco e o vestido angelical se mostrava novamente, depois de colocar no cabelo uma pequena presilha em formato de flor que ela achou dentro da bolsa, todos poderiam dizer que ela se arrumou especialmente para esse momento, eu precisei pegar emprestado uma bermuda e um chinelo e mesmo assim me sentia deslocado.

Não sei se era o sono ou as pessoas esbarrando em mim o tempo todo, mas a música alta ajudou a festa a se tornar estressante, procurei pela turista na parte de dentro, mas só quando sai percebi que ela estava lá em cima na sacada do quarto do Scott, aproveitei a oportunidade e me juntei a ela.

- Rosé. - chamei quando entrei no quarto.

- Aqui fora. - ela estava observando as pessoas na piscina, mas não parecia ser algo que ela achasse interessante.

- Não está com fome? - ela negou e apontou para um prato perto da porta que separa o quarto da sacada.

- Alex também me fez um burrito, ela é realmente muito boa nisso.

- Foi a primeira vez que comi, eu gostei. - ela sorri e me olha fixamente. - Eu adoro primeiras vezes e gostaria de ter outra agora. - fico confuso e começo a pensar em coisas que ela ainda poderia não ter feito.

- Nunca foi em uma pool party? - pergunto.

- Eu nunca beijei um americano. - a resposta me deixa surpreso, mas os lábios dela tocando os meus segundos depois me surpreendem mais.

Passo meu braço pela sua cintura e a puxo para mais perto, é o momento que ela aproveita para envolver os braços em volta do meu pescoço, uma mão vai parar no meu cabelo, eu não sei bem como me comportar porque garotas asiáticas tem a fama de serem recatadas, mas quando ela solta um leve gemido durante o beijo eu não respondo por mim, coloco minhas mãos na sua bunda e impulsiono seu corpo para cima, ela rapidamente passa suas pernas pela minha cintura e eu volto para o quarto colocando ela na cama, tranco a porta e quase enlouqueço quando ela começa a tirar o vestido enquanto canta uma música sobre rosas vermelhas, o momento é surreal demais...

Acordo com uma dor de cabeça horrível, o que me faz demorar para abrir os olhos, a cama está vazia e pela falta de luz imagino que anoiteceu, coloco a minha roupa o mais rápido que posso, da escada posso escutar as vocês dos meus amigos o que me deixa um pouco aliviado.

- Caramba, achei que você não ia acordar mais. - Tedd fala e meus amigos concordam com a cabeça, olho em volta mas não vejo nenhum sinal da...

- Cadê a Rosé? - eles me olham esquisito o que me deixa apreensivo.

- Ela foi embora, acabei de voltar do aeroporto. - Scott explica.

- Como assim ela foi embora?

- Ela me pediu uma carona, fomos até o hotel dela, ela pegou a mala e eu deixei ela no aeroporto. - encaro todo mundo ainda perplexo.

- Me fala que é brincadeira? - o olhar do Scott nunca esteve tão sério o que me deixa assustado pra caramba.

- Jessica você pode passar o número dela pra mim? - o olhar dela também não é bom e eu começo a ficar irritado, isso é um tipo de piada?

- Eu não tenho o número dela.

- Ela é sua... - ela me corta antes que eu continue.

- Não somos primas, nos conhecemos um dia antes em uma loja de departamento, nós apenas começamos a chamar uma a outra de prima.

Tento assimilar todas as informações e entender porque o meu peito tá doendo tanto, nós estivemos juntos por menos de 24 horas mas a sensação é de que foi por muito mais tempo, o clima está realmente estranho, eu só quero agir de forma normal para que eles parem de olhar para mim.

- Bom, isso foi estranho. - respiro. - Querem ajuda?

Faço de tudo para mudar o clima e eles fingem que está tudo bem.

Exatamente uma semana depois do ocorrido eu achei a presilha em formato de rosa dentro da minha jaqueta, tinha um papel dobrado também, ela estava dizendo algo sobre como eu seria um cara que ela lembraria para sempre, e pediu desculpas pela forma como foi embora, queria dizer que agi como se não fosse importante mas a realidade é que decorei cada palavra, eu não entendo porque ela fez as coisas dessa forma, saiu da minha vida sem nenhuma despedida, porém eu estou tentando ver tudo pelo lado positivo, eu vivi algo intenso e bonito e com certeza não vou me esquecer disso, acho que nenhum de nós vai esquecer aquele dia, o sorriso contagiante e a voz angelical serão por muito tempo minha melhor lembrança.

Ela era bonita como uma rosa vermelha, todos os pequenos detalhes me deixaram encantado, mas como uma flor que murcha no outono ela sumiu e prometeu florescer longe de mim.

Fim.

Fim

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Roses | ROSÉOnde histórias criam vida. Descubra agora