Minha fama cresceu

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depois de ter dado pela segunda vez para o Curupira e para mais 3 companheiros que trabalhavam com ele, minha fama acabou caindo nos ouvidos dos homens do garimpo,em que uma grande parte vivia me rodeando sempre que me viam, enquanto outros faziam cara feia. Logo estava dando para vários daqueles garimpeiros que vinham a minha casa na parte da manha assim que meu pai saia para trabalhar e me arrastavam para o meio do mato onde comiam meu cuzinho, me faziam chupar suas rolas, e na parte da tarde e da noite eu sempre dava um jeito de ir ate a casa dos irmãos negões já que era com eles que eu sentia realmente prazer, além é claro de Raimundo e Chico que eram os mais assíduos a freqüentar meu buraquinho. Obviamente que a tal fama de quenguinha chupadora de rola e dadeira de cu chegou aos ouvidos de Zefa que logo contou ao meu pai, que já sabia dos fatos e pouco tinha se importado ate que aquilo incomodasse a sua quenga preferida. Já havia dois dias que o meu pai estava diferente, estava ainda mais indiferente a mim.
Certa noite eu estava na casa de Bambu, sentado no colo de Mandioca beijando sua boca com a rola de Zé entre nossos lábios, enquanto Bambu estava de 4 chupando a rola do irmão mais novo e linguado meu cuzinho. Já fazia um pouco mais de uma semana que aquilo vinha acontecendo diariamente, onde eu sempre dava pra um garimpeiro qualquer na parte da tarde e corria pra casa dele, onde o próprio, junto com o irmão mais velho e o irmão mais novo que tomou gostou pela coisa e linguavam meu cuzinho cheio de gala limpando todo meu rabinho e depois me fudiam de todas e das melhores formas possíveis
A indiferença do meu pai so aumentava, a medida que minhas putariascom os homens da região se intensificavam. Durante uma tarde em que eu tinha acabado de dar o cuzinho pra 4 caras na beira do rio,voltei pra casa e o vi sentado fumando um cigarro e sóbrio o que era uma raridade, ao me ver ele veio em minha direção com um cinto na mão e me dizendo:
— Escuta aqui ô moleque, eu to sabendo das tuas safadezas com os machos do garimpo, e eu to pouco me importando com o que tu faz com teu cu, mas as quengas tão incomodadas e já vieram me encher os ouvidos, agora tu vai ter o que merece. — Eu mal tive tempo de tentar correr, ele me acertou com a parte afivelada do cinto no meio das costas me fazendo cair no chão e arfando de dor, logo ele já estava em cima de mim me batendo com toda sua forca e violência. — Quieres ser uma quenga, maricon? Entonces serás una quenga, y tendrá lo que merece. — Ele falava em sua língua original, coisa que ele so fazia quando estava extremamente irritado. Depois da surra que ele me deu, saiu pela estrada, me deixando largado do lado de fora próximo a porta de casa. Eu estava todo dolorido e a única coisa que consegui fazer foi entrar e ir direto pra minha rede, eu nem sequer conseguia chorar, so sentia uma raiva imensa dele. Os dias foram passando e eu so fudi com os irmãos negões que ficaram putos e queriam ir tirar satisfação com meu pai, mas acabarem deixando pra la, as manchas no meu corpo, causadas pela surra, sumiram e logo eu estava como era antes. Mas a minha raiva ainda estava la e no meio dessa raiva acabei topando com Zefa que ia pra casa.
— Olha so se não é meu menino-muié?Ta procurando macho por ai pra dar de graça e tirar o sustento das quengas? Vai aproveitando que teus dias por aqui estão contados — Ela dizia rindo. Eu não entendi o que ela queria dizer pois eu não iria a lugar nenhum e nem me preocupei em responder e sai apertando o passo, no meio do caminho encontrei duas cobras Jararacas, as duas estavam enroladas uma na outra, eu era acostumado a caçar e logo arrumei uma vara bifurcada e capturei as duas. Lembrando-me que eu tinha levado uma surra eu voltei, não deveria ter voltado mais eu voltei com as duas cobras nas mãos bem presas pela cabeça. Fui de mansinho até a casa de Zefá que estava pelada indo tomar banho dentro de uma bacia feita de pneus. Vi a quenga começar a molhar o corpo e esperei, vi ela começar a se ensaboar e esperei, vi ela começar a lavar os cabelos e quando ela estava de olhos fechados com espuma lhe cobrindo os olhos eu atirei as duas cobras, uma caiu dentro da bacia e a outra nos ombros dela. As Jararacas deram o bote, lhe picaram as pernas, os ombros, a barriga, o pescoço e ate o rosto. A Quenga Zefa gritava em agonia e esperneava, enquanto eu tratava de sair correndo dali. Meu pai não voltou pra casa naquela noite, e no dia seguinte enquanto estava passando pela vila pra encontrar meus negões, ouvi os comentários dos homens.
— Rapaz ocê soube da Zefa?
— Arrá, soube sim. Parece que ela foi picada por duas Jararacas na casa dela e já foi encontrada morta pelo tal do Argentino.
— Pois é, que desperdício não é não? Era melhor quenga da região, cobrava mais caro mais a bucetinha dela valia a pena.
O comentário por todo lugar era o mesmo, sobre a quenga Zefa que morreu picada por duas Jararacas. Mal sabiam eles que Zefa havia sido morta por 3 cobras e não somente por duas, havia sido morta principalmente por mexer com uma cobra em forma de garoto e que abrigava um demônio no peito. Eu continuei minha rotina, meu pai já não dava as caras a mais de duas semanas e quando apareceu parecia que nada tinha acontecido, ele gostava de Zefá, mas ela era so mais uma quenga, a mais bonita e gostosa, mas so mais uma quenga.
Haviam se passado uns dias, quando estava limpando a casa pra sair e ir encontrar algum macho que me comesse, quando meu pai entra pela porta de casa e diz.
— Chegou teu dia peste, já tomou banho? — Ele segurou no meu braço se abaixando e fungou na minha nuca. — Ainda não, vai tomar banho anda.
— O que? — Eu não tava entendendo nada, desde quando ele se preocupa se eu tomo banho ou não!?
— Vai tomar banho, tão comendo teus ouvidos também alem da tua bunda? Cuida, e se limpa bem porra.... VAI MERDA. — Ele começou a gritar, eu corri pra fora de casa pensando em ir pro meio da mata e fugir dele, mas nem bem cheguei no posso vejo quatro caras e uma mulher saindo dos lados da casa. Eles eram todos bem vestidos e não pareciam em nada com as pessoas da região, ou de fora e que já moravam ali a algum tempo. A mulher me viu e comum sorriso veio ao meu encontro. Era uma mulher de cabelos vermelhos ondulados na altura dos ombros, de pele branca e com um corpo normal e bonito ate.
— HUMMM dêem uma olhada, é o nosso anjinho, rapazes. — Ela falava enquanto alisava meus cabelos. Eu apenas encarava ela tentando entender o tudo o que estava acontecendo. — AHHH mas que pele é essa? E esses olhos são tão negros e profundos. Ele é maravilhoso, é perfeito.
— É, vai fazer bastante sucesso, um anjinho indígena. — Falou um dos homens, um cara alto e forte,meio parrudo, com a pele clara e cabelos grisalhos.
— Ei, não se enganem. Esse moleque ta mais pra demônio do que pra anjo — Meu pai disse saindo de casa com um saco nas mãos. — E tu moleque, vai tomar banho anda, não tenho o dia todo. — Não tive muito o que fazer, minha cabeça funcionava a mil tentando entender que tava se passando e como poderia dar um jeito de fugir, mas não via saída de nenhuma forma. No poço eu já tirava a roupa e o Homen grisalho não tirava os olhos de mim, me olhava como uma onça olha pra uma cutia antes de atacá-la. Tomei um banho bem tomado apesar de tudo e de onde estava vi meu pai conversando coma mulher.
— Bem então estamos acertado não, é? — Dizia a mulher.
— Sim senhora, dona! A senhora me entrega os 3 mil contos e ta tudo certo. — Meu pai lhe respondeu.
— Ótimo, esse com certeza será um bom negocio pra nos dois... Agora vamos, peguem o anjinho e vamos embora... e aqui esta seu pagamento senhor Santiago senhor. — A mulher falou entregando um envelope marrom a meu pai, enquanto dois homens vieram e me puxaram pelo braço me arrastando, ainda pelado. Me assustei e comecei a gritar, chamando pelo meu pai.
— PAI!!!... PAI!!... PAAAAIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!
— Cala boca moleque e obedece a eles, pro teu próprio bem. — Meu pai falou se encostando nas tábuas das paredes da casa, olhando com um sorriso nos lábios para o envelope nas mãos. Eu ainda gritava enquanto era arrastado pelos homens pra uma caminhonete beje parada na estradinha que ia pra vila. Comecei a espernear tentando escapar e nisso morde a mão de um dos homens e passei as unhas nos braços do outro, eles me soltaram e eu corri ate meu pai gritando.
— PAI!! Não deixa eles me levarem, pai..pai. — Eu gritava em desespero e me jogando nos pés dele,que se abaixou perto de mim e falo,antes que os homens chegassem até nos.
— Pai porra nenhuma, tu agora vai ter o que merece.O que merece pelo o que fez com a pobre da Zefá — Eu lancei pra ele um olhar assustado que logo virou uma apatia completa. — Ahhh tu achou que ninguém sabia? Mas eu te vi saindo destras da casa dela enquanto ela gritava, e eu sei que foi tu que jogou nela as duas cobras. Tu é um demônio, a porra de um de um demônio maricas.
So deu tempo de ele acabar e os homens me agarraram e me arrastaram de volta pra caminhonete. Eu já não resistia mais, apenas deixem que me levassem enquanto eu lançava, ao lixo que me pos no mundo, o pior dos olhares de ódio e desprezo. E assim eu fui levado embora de la, pra longe da vila onde cresci, pra longe da vida que eu conhecia, da floresta e dos negões que me davam tanto prazer.
Nos andamos um longo caminho na caminhonete, onde eu permanecia calado e meus acompanhantes riam comemorando algo e as vezes reclamando dos insetos e do calor da região. A mulher foi o tempo todo ao meu lado, sempre sorrindo passando a mão pelo meu rosto, admirando o tom e a maciez da minha pele mestiça, alisando meus cabelos levemente encaracolados e observando atentamente meus olhos negros.
— Você será perfeito! Se tudo o que seu pai me disse for verdade você o melhor anjinho de todos. — A mulher falava.
Durante o longo percurso eles me deram alguns lanches, e logo depois eu adormecia. Em um das ultimas vezes eu acordei com uma dor nos ouvidos, dentro de uma tubo de metal com varias cadeiras que balançava.
— Oh o anjinho acordou! Não tenha medo, estamos apenas decolando no avião! você já andou de avião? — Vendo que nada respondi ela voltou a se recostar na cadeira ao meu lado e a ler um livro. A sensação de estar dentro daquela estrutura era angustiante, mesmo assim eu me mantinha calmo, até o momento não havia motivos para entrar em pânico e eu precisava dar um jeito de sair daquela situação, mas não havia jeito, pois não havia nada que um garoto como eu pudesse fazer.
A viagem durou cerca de 3 a 4 horas. Quando finalmente a estrutura de metal tocou chão eu já estava prestes a me cagar todo de medo.Já era noite quando fui retirado de lá por um dos homens e colocado em um carro grande e preto e realizamos uma curta viagem. A mulher incrivelmente não saia do meu lado e quando chegamos a uma casa no meio do nada. Ela me guiou ate um quarto onde haviam cerca de outros 4 meninos na mesma faixa etária de idade que eu. Fui jogado la dentro por um dos homens e ao cair num tapete macio ouço a voz da mulher novamente.
— Olá Anjinhos! Vejo que a estão bem acomodados, vocês podem me chamar de tia Elza, e não precisam ter medo, tudo o que eu quero é que vcs sejam levados ao paraíso. Então durmam bem, para que tenham forças para bater as asinhas — Ela ria de maneira extremamente prazerosa, o tipo de prazer que eu so via no rosto dos garimpeiros que encontravam uma pepita grande de ouro — Venâncio, traga o lanchinho dos meus anjinhos. — Ela falou para um homem careca, branco e forte, de cavanhaque e roupas pretas.
Todos saíram do quarto e deixaram todos nos, os garotos, dentro do quarto. Olhei para os meninos que estavam la comigo, havia um menino ruivo e gordinho um pouco maior que eu, dois negros magros e muito bonitos, e um loirinho de olhos azuis. Todos estavam um pouco sujos, com marcas de lagrimas secas nas bochechas. Eles nada me disseram, apenas se recostaram em seus cantos, baixando suas cabeças e deixando o silencio tomar de conta, sendo quebrado por alguns fungados e soluços aqui e ali. Eu olhei a redor e o quarto não tinha janelas, era escuro e cheio e tapetes sem moveis. A única coisa diferente eram algumas garrafas d’água cheias e outras vazias em um canto. Mal acabei de fazer minha avaliação visual do local e o tal Venâncio entrou pela porta com uma cesta nas mãos. Ele fechou a porta atrás dele e trancou, guardando a chave nos bolsos e foi ate um dos meninos negros no canto direito da sala. Ele se ajoelhou na frente do meninos que se encolhia cada vez mais no canto e disse.
— É bom comer tudinho, lindinho. — Ele alisava as pernas e fungava na nuca e no pescoço do garoto, enquanto todos os outros olhavam calados e com medo — Amanha você, vai ser finalmente um pouquinho meu, e eu vou me divertir muito. — Ele deu uma ultima fungada no garoto e se levantou dizendo a todos— Comam e vão dormir. — Logo ele saiu do quarto,nos trancando novamente. Pelo que ouvi haviam cerca de 5 trancas. Duas delas eram ferrolhos com cadeados, a tranca da porta e uma corrente com cadeado, além de outra que não consegui identificar. Era impossível sair dali.
Em certo momento a fome bateu e todos nos comemos o que tinha na cesta, bebemos a agua das garrafas no canto. Eu adormeci novamente, sem perceber mais nada ao meu redor.

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