Capítulo 03 - G-A-Y

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Atenção: Todo o capítulo foi reformulado.

De repente eu abro os olhos e me incomodo com a claridade que quase me cegava. Percebi que estava em um hospital.

— Pai? - Perguntei olhando ao redor — Onde estou?

— Oi Filho! - Suspirou de alívio — Graças a Deus você acordou. Que susto você deu na gente! 

— O que aconteceu, pai? - Perguntei sentindo meu coração bater mais forte.

— Filho - Ele fez uma pausa — Você foi atropelado... Não lembra? - Perguntou com cautela.

Só foi ele falar a palavra ATROPELADO que veio tudo na mente de uma vez só

— Calma, filho! - Acalmou meu pai vendo meu semblante incomodado. — Você vai ficar bem.

— Meu Deus - Falei comigo mesmo — Eu podia ter morrido.

— Vira essa boca para lá, homem! - Meu pai me repreendeu — Olha, não faça mais isso! - Suspirou com os olhos cheios de água — Você  quase matou seu pai aqui do coração, meu mundo caiu quando eu vi você estirado ali no meio da estrada. - Desabafou.

— Desculpa, pai! - Pedi sentindo um peso na minha garganta — Eu fui infantil.

— Foi mesmo, mas você ainda é uma criança - Zombou de mim — Ainda nem saiu dos 12, mas por favor filho, pense nas coisas antes de fazê-la de cabeça quente. - Ele suspirou mais uma vez — Eu também fui errado, não era para eu falar daquele jeito contigo, nunca mais eu falo daquele jeito, eu te amo - Falou me abraçando e dando um beijo na minha bochecha.

— Tá bom, pai! Não precisa fazer a Rose - Reclamei rindo.

— Rose? - Perguntou fazendo expressão de confuso.

— Rose, pai! Titanic, Jack morre...

Ele continuou sem entender

— Deixa para lá - Desisti.

— Fica quietinho aí que eu vou chamar a galera. - Falou.

— Ah, pronto! Vai começar o Carnaval de Olinda

Gente? Parecia um arrastão dentro do hospital. Todo mundo entrou de uma vez no quarto, por extinto eu até segurei minha camisa pra não roubarem - Exageradah —  Todos entraram, o Marcos, os filhos dele, Thiago e o Guga, Jonas, minha mãe, e mais ninguém, ah, esqueci do meu irmão, triste fim.

— Só falta a bandinha de frevo pra gente começar a pular.

Todos riram

— EU NÃO ACHEI GRAÇA NENHUMA! - Minha mãe fez um escândalo.

Ah, pronto!

— Enquanto você está fazendo piadinhas, quando você saiu perambulando por aí, deixou todo mundo doido de preocupação - Só faltava aquela trilha musical dramática de fundo — Olha aí, foi atropelado e a sorte é que não quebrou nada, bateu a cabeça e desmaiou - Disse chorando.

— Ai filho - Disse me abraçando — Não faz mais isso.

— Ele nem é doido de fazer novamente - Disse meu pai com cara de bravo — Eu dou uma pisa!

— Se ele não te der uma pisa, tem problema não, eu dou. - Zombou

—  É isso aí, Jonas! Vai levar uma pisa de mim também - Disse Marcos entrando na onda.

— Alô, 190? - Brinquei fazendo todos rirem. 

Entre mais brincadeiras e mais sermões dos meus pais, percebi o Gustavo afastado de todos, com cara de poucos amigos. Aproveitei que a maioria das pessoas saíram do quarto para chamar a atenção dele.

Sangue Ruim (O PACTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora