Ainda há Esperança

Prólogo

Acordo com o barulho do meu despertador, informando que mais uma segunda-feira se inicia. Levanto, tomo um banho, pego uma calça jeans escura, a blusa do uniforme, calço meu tênis e desço as escadas para tomar café da manhã com meus pais e meu irmão.

– Bom dia família

– Bom dia filha

– Bom dia maninha

– Bom dia filha, que cara de desânimo é essa?

– Ah mãe, é segunda-feira, quem acorda animado em plena segunda-feira?

–Eu e seu pai

– Só vocês, eu não suporto a segunda-feira. Tchau para vocês

– Ué filha, já vai sem tomar café? 

– Eu já estou atrasada, pode deixar que eu como alguma coisa na escola, benção pai, benção mãe

– Deus te abençoe

– Deus te abençoe filha

Saio de casa e pego um táxi até a escola, pois hoje meu querido irmão entra mais tarde na faculdade e por isso fiquei sem carona. Eu tirei minha carteira mês passado, mas ainda não tenho meu carro, então dependo do meu pai ou do meu irmão para me levar aos lugares e às vezes do meu namorado, o Brenno.

Meu nome é Raíssa Fernandes, tenho 18 anos e moro com meus pais, Cecília e Renato Fernandes e meu irmão Rafael Fernandes de 22 anos. Estou cursando o último ano do Ensino Médio, e pretendo prestar vestibular.

Chego na escola e o portão já estava fechando, pago o motorista e desço do táxi, tenho que correr, literalmente, para não ficar do lado de fora. Como cheguei atrasada tenho que ficar sentada no refeitório aguardando o segundo horário, resolvo ir na cantina comprar algo para mim comer pois saí de casa sem comer nada. Compro um sanduíche natural e um suco de manga e volto para o refeitório, no caminho esbarro em alguém e meu copo de suco vira todo em cima dela e a mesma fica uma fera: Carolina Martínez.

– Olha por onde anda!

– Me desculpa!

– Ah, só podia ser você né? Você é uma desastrada mesmo né garota? 

– Perdão, eu não te vi, me desculpa

– Olha a minha roupa como está, suas desculpas não vão secar minha blusa, sua tonta

– Não precisa ofender, eu já pedi desculpas, e a culpa não foi só minha, você também estava distraída já que não me viu

– Como? Quem você pensa que é pra falar assim comigo hein? Cuidado, que eu posso fazer com que você seja expulsa desse colégio

– Quer saber? Eu não vou ficar aqui discutindo com você não, até porque já está no meu horário de entrar pra sala

– Vai, vai lá chorar no colo do namoradinho já que não tem argumentos para discutir comigo

– Olha só, não é que eu não tenha argumentos, eu só não quero perder o meu tempo discutindo com você pois não vale a pena.

Saí e deixei ela lá falando sozinha, porque hoje eu estava sem paciência para aturar Carolina Martínez na minha cabeça.

Carolina Martinez é uma ruiva mimada, metida e popular, que estuda na mesma sala que eu. Carolina se acha a dona do colégio, só porque seus pais são ricos e a grande influência da cidade, ela é filha de Heitor Martínez, prefeito corrupto da cidade e Camilla Martínez, grande empresária do ramo da moda e liga mais para o seu emprego do que para a própria filha. Carolina me odeia com todas as suas forças desde o dia que me conheceu e eu até hoje não entendo o motivo para tal ódio, motivo esse que aumentou depois que comecei a namorar com Brenno.