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A garota desperta com toda a confusão e gritaria que se desenrolava em seu quarto.

Leva os olhos para Hélio e Tylor que fitam algo no chão com expressões furiosas, e lá ela vê Ruan sentado no chão com uma coloração estranha no maxilar, que se espalhava levemente pela bochecha. Ela sufocou um grito com as mãos quando percebeu que não era apenas Ruan que estava sangrando. Ela também.

A atenção dos homens muda para a jovem de olhos esbugalhados que encarava o lençol e suas próprias roupas sujas do líquido de cheiro metálico.

— Rose, você está bem, bebê? — Tylor que até então estava inerte ao que acontecia, sobe na cama, sem se preocupar em sujar-se também.

— E-eu estou morrendo! — Ty podia ver lágrimas nos olhos da menina.

— aonde dói? É a barriguinha, princesa? — Rose para por um instante, ela não estava sentindo nada. Ela começa a se olhar e percebe a fonte de todo aquele sangue. ela ruboriza.

— Não estou mais com dor.— estava se sentindo constrangida em falar pra eles que estava sangrando lá em baixo. Rose não sabia o que estava acontecendo, pelo menos não ainda, tudo se esclarece na mente de Ruan -ainda no chão- Tylor e Rose quando o mais velho, até então calado e reflexivo observando a situação, constatou:

— Ela menstruou.—  sua fala era tranquila enquanto ia em direção ao pobre homem ao chão, o ajudando a levantar-se. Ruan semicerra o olhar para ele.

— Esquece, não vou pedir desculpas porra nenhuma.  — resmunga Hélio. Indo agora  para mais perto da cama.

— o que? — Pergunta Rose, em total pavor.
Ela realmente estava confusa e constrangida.

— Rose...— Hélio olha pra os demais homens em busca de uma ajuda. Ele não sabia como explicar e não queria de jeito nenhum assusta-la ainda mais, já que era conhecido por não ser delicado nas palavras.

— menina... — tenta Ruan, mas as palavras morrem, porque além de sentir dificuldade na fala, por sua mandíbula estar inchando, Também, assim como Hélio, não sabia como esclarecer as dúvidas dela.

Tylor, então, toma a palavra. vendo o desnorteado de seus colegas em explicar algo tão simples. começa, explicando talvez com uma desnecessária riqueza de detalhes o que era e porque acontecia o sangramento. ressaltando ao final que viria todos os meses mas que poderia atrasar nos primeiros dois anos. Ao encerrar, uma Rose assustada e de boca aberta fitava-o com um profundo desespero no olhar.

— você pesquisou isso.— constata, Hélio. Depois de um silêncio mordaz tomar o quarto.

— Uma hora iria chegar esse momento — Tylor resmunga algo mais sobre: "tinha que estar preparado" pegando na mão da menina em estado de  choque em forma de acalma-la, e a puxando com delicadeza para fora da cama em direção ao banheiro.
— Vou dar-lhe um banho. — avisa Ty, baixinho, da porta do banheiro, aos amigos.
— Quando ela sair vai precisar de absorventes. — joga a frase, Hélio compreende, assente, se retira do quarto para frente da casa, entrado no carro e em caminho da farmácia mais próxima.

— Eu estou bem, Tylor. — Rose suspira, parando-o quando ele iria despir sua blusa. com as bochechas rosadas de vergonha.
— Não precisa me dar banho. — reafirma, já voltando ao seu normal, com tudo mais claro na sua cabeça.

Tylor apenas fixa os olhos nos dela, estava agachado a sua frente, o que facilitava para Rose ver pelo mirar intenso dele que não tinha gostado da negativa dela.

— Por favor. Não quero que me veja...desse jeito. — diz, exitante.
A respiração dela trava e a jovem observa o pomo de Adão dele subir e descer.

MOTH (PARADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora