MOTH (PARADO)

13 -

Sem revisão

T Y L O R

- Acho que deve estar enlouquecendo, Tylor - Diz Hélio, não se dando ao trabalho de me olhar.

nego com a cabeça.

- Ela não é mais uma criança.- exaspero, irritado por ele tentar mentir pra mim.
- Só quero que me responda de uma vez se a vê com outros olhos. Só isso, caramba! - me sento na cadeira em frente.

Hélio finalmente me olha.

- Irmão - seus olhos demonstravam atordoamento. Continuo:
- Eu não vou te julgar, não irei te expor ou manchar sua imagem. Independente do que diga ou faça, você sabe que pode confiar.- o homem sentado atrás daquela cadeira de escritório permanece silêncio, seu olhar mudando de atordoamento para entendimento.

- Agora entendo porque disso. É você que não a vê mais como antes - cemicerra o olhar, quase com incredulidade. Que filho da puta hipócrita.

Não tento negar.

- Eu não sou um covarde.- jogo as palavras com desprezo.
- E por isso não irei mentir. Eu sinto atração física por Rose, sim. E sabe o que mais? - me levanto, apoiando as mãos na mesa.
_ Eu sei que você também sente. E adivinha? Ruan está na mesma situação! - rio, mais por desespero do que por, de fato, achar a situação divertida.

Hélio ergue-se, vindo até mim
- Que merda é essa, Tylor? - me empurra.
- Perdeu o juízo, cacete? Ela acabou de menstruar pela primeira vez, seu infeliz! - rosna, me empurrando ao mesmo tempo que me faz andar até a parede.
Apenas deixo. Percebendo a possibilidade dele não sentir nada por ela. E de que eu poderia estar errado.

- Tudo bem - levanto as mãos em rendição.
- Entendi.- Falo devagar.
- Eu e talvez Ruan, sejamos os únicos depravados por aqui. Entendi, okay? - Hélio se afasta.

- Acha que Ruan...- Ele para ao me ver assentir.
- como tem certeza? - ergue o queixo.

- Você já viu aquele desgraçado com ciúmes de alguma mulher? - Hélio não responde.
- Eu só vi uma vez, e foi com Rose, hoje mais cedo. Aquele maldito não se importa nem com a própria mãe. E agora, de repente, ele está se importando com quem a garota conversa ou quem ela toca. Está óbvio, e eu seria burro se não percebesse.

Vejo o pomo de Adão do meu amigo subir e descer. Vira-se para a janela, protestando:

- Pode ser apenas um instinto protetor. Não quer dizer nada.- Noto sua voz em um tom nervoso e acelerado. Será?

Franzo a testa.

- Hélio.- ele não se vira pra mim
- Sabe que odeio mentiras. - Afirmo, não tendo certeza de mais nada.

Com seu silêncio, tenho a confirmação. Ele estava mesmo mentindo pra mim.

Resolvo fazer um teste. Afinal, ele disse que não sente nada por ela. Muito bem, Hélio. vamos ver até onde vai seu autocontrole.

- Com tudo às claras. E com um concorrente a menos. Informo, por respeito e por você também ser um dos responsáveis por ela, que não irei desistir. Que irei tentar. - basta essas palavras saírem que já tenho um Hélio me fitando.

- O que? - questiona.
- O que está dizendo? - franze as sobrancelhas e o vejo novamente engolir em seco.

Sorrio. Falta só mais um pouco.

- Que irei tentar algo com Rose. Ela tem dezesseis anos, logo terá dezessete e nossa diferença de idade não é tão exorbitante.- reviro os olhos, porque realmente não acho que a idade seja algo que atrapalhe. ele se vira novamente para a janela, de onde estou consigo ver suas mãos agarrarem o parapeito.