Capítulo I - Rebecca Morgan (ano de 2242)

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Ela Acabara de chegar do trabalho, fora um dia cansativo. Muitos flash's tirados das jovens mulheres no encontro das Filhas de Jó em Lisboa. Sempre era requisitada pela Sra. Stuart para fazer o trabalho privado de fotografias e filmagens.

Aquela luminosidade das câmeras no final do dia deixavam os seus olhos vermelhos. Mas nada que uma ducha e uma boa relaxada na banheira não fariam ela resgatar parte das energias.

_ Chuveiro ! até que enfim !

A água escorre pelo seu belo corpo torneado e delineado, os cabelos morenos na altura dos seios ficam úmidos rapidamente, deita se na banheira e sente a água morna distender todos os seus músculos fazendo-a quase cochilar.

Algo não saia da sua cabeça. Ao conferir as fotos e passa-las a Sra. Stuart, percebeu que uma bela mulher morena, quase mulata, dos cabelos cacheados na altura dos ombros, a observava, como se a encarasse em cada foto. Bem mais alta que as demais, tinha uma feição expressiva, dominadora, muito diferente das outras garotas. O queixo quase quadrado lhe dava uma expressividade quase masculina, as sobrancelhas grossas na medida certa e os olhos azuis pareciam lhe penetrar o pensamento e a alma, os lábios carnudos e salientes pareciam ordenar que fossem beijados.

_ Pelos céus ! essa mulher aparece nas fotos ... mas ... mas eu não vi ela lá. – pensou em voz alta.

O olhar penetrante daquela mulher poderosa lhe dominava. Sentiu um certo medo, um frio na espinha correu de alto a baixo. Procurou relaxar mais um pouco antes de dormir.

Rebecca ensaboava lentamente seu corpo, deixando a espuma massagear seios, coxas e a bunda empinada ... Seus seios ficaram eriçados. Sua imaginação ganhava asas, lembrou que haviam pouquíssimos homens no planeta e muito menos disponíveis. E pior ainda, um homem certo para ela. Pois ela guardava um segredo, o segredo de sua linhagem, que ninguém poderia descobrir.

Ainda lembrava como se fosse ontem das palavras de sua amada avó:

_ Minha filha, sempre siga a voz da sua intuição e do seu coração. Você pertence a uma linhagem especial. Nunca se entregue a alguém que tenha o coração sombrio, nunca se entregue a alguém que desvirtue os teus valores. Nestes tempos sombrios tente se manter longe das criaturas do mal.

Deitou se na cama apenas envolta numa longa toalha. Lembrou-se de Robert Clementino, um brasileiro com quem trocava mensagens. Filho de um Judeu e uma Muçulmana, Rebecca sentia que poderia ser o homem ideal para ela, mas precisava investigar mais sua árvore genealógica.

_ Que saco, mais isso ! pesquisar os antepassados para ver de onde vieram.

_ Vou ver se tem alguma mensagem dele ...

_ Droga ! cadê minha pulseira ?

_ Eu esqueci a pulseira na reunião das Garotas, só pode ! Droga, tenho que voltar lá amanhã.

Exausta mas relaxada, joga a toalha num canto e deita se novamente, nua, apenas coberta por um fino lençol. Novamente muitos pensamentos lhe veem na cabeça. A Luz do abajur ilumina vagamente o ambiente deixando tudo na penumbra...

* * *

Escuta um barulho na porta do quarto que se abre lentamente, um vulto se aproxima dela.

Rebecca abre lentamente os olhos, fica paralisada de medo.

Vê que aquele vulto tira lentamente um casaco, desabotoando botão por botão, quando estouram de dentro daquela roupa dois belos pares de seios volumosos.

_ Não, não acredito ... é aquela mulher misteriosa ! – balbucia em voz baixa e trêmula.

Aquela deusa estava completamente nua na sua frente. Podia ver claramente aquele corpo perfeito, seios, bunda volumosa, quadril torneado, coxas grossas, braços fortes, aqueles lábios carnudos e o mesmo olhar que a dominava.

Nephilla (Romance lésbico distópico)Onde histórias criam vida. Descubra agora