Sem razões e sem emoções

Casa nova

Desembarcamos no aeroporto 2 horas depois, mas como dormi a maior parte da viagem não me importei muito, minha mãe estava ligando pro táxi enquanto eu reparava na rua, e nas pessoa a minha volta, tudo parecia normal, mas era tudo desconhecido por nós.
O táxi não demorou para chegar, colocamos nossas bagagens no porta-malas e minha mãe entregou um papel para o moço contendo o endereço da nossa nova casa, eu estava um pouco apreensiva com tudo isso mas não quis deixar transparecer o meu medo por mudar de cidade.
A poucos minutos do aeroporto, comecei a perceber que a paisagem natural de árvores e campos, começou a dar lugar a uma paisagem urbana, com muitas casas, prédios e o pouco de verde que se via, era de algumas árvores que poucas casas tinham em frente. Fiquei imaginando pelo estilo das casas as diversas famílias que poderiam ser meus vizinhos, e nem me dei conta quando o carro parou, em uma casa, de primeira impressão parecia ser muito bonita, ela era azul celeste e tinha um jardim extenso com algumas flores. Ajudei minha mãe com as malas e finalmente entramos para conhecer a casa.
Por dentro era super aconchegante, ja estava toda mobiliada, com móveis novos, na verdade tudo cherava a novo na casa, como se tivéssemos acabo de pinta-la. Subi para conhecer meu quarto e arrumar as coisas.
Estava quase tudo no lugar quando peguei a última caixa, quando abri um sentimento de saudade me envolveu por cima de todas as coisas estava um porta retrato de meus pais pais e eu,aquele dia foi maravilhoso meu pai estava de férias, então resolvemos sair de viagem, visitamos um lugar lindo, que tinha uma cachoeira de tirar o fôlego, a água de encontro com o sol refletia um belíssimo arco-íris  e então resolvemos tirar a fotografia. Eu sempre deixava ela na minha cabeceira mas nunca dei a real importância para ela, pelo menos não até o dia, que meu pai sofreu o acidente, agora não conseguia olhar pra ela sem chorar, meu choro foi interrompido por batidas na porta, e antes que eu dissesse qualquer coisa minha mãe se antecipou:
-Alice, filha?! Vou preparar o jantar então quando terminar aí você desce está bem ?! Vê se não demora muito.
Concordei, e ouvi os passos da minha mãe se distanciar, joguei o porta retratos de volta na caixa e fui tomar um banho para jantar.
Quando cheguei na cozinha minha mãe já estava colocando a mesa, eu ia falar qualquer coisa pra quebrar o silêncio mas novamente minha mãe foi mais rápida:
-Filha seu que é difícil pra você, e vou entender se ainda não estiver preparada, mas eu te matriculei em uma escola a mais ou menos 20 minutos daqui, as aulas começam daqui um mês, e como é seu último ano, eu fiquei preocupada, mas se você não quiser eu vou entender.
Por um momento fiquei com dó da preocupação da minha mãe, ela realmente estava tentando seguir em frente, o papai foi seu primeiro e único amor, eu fico imaginando o quanto deve estar sendo difícil pra ela acordar todos os dias e ver que ele não está mais ao seu lado, ela estava se esforçando muito pra não deixar a tristeza ficar evidente então decidi que iria fazer o mesmo, fazendo com que ela se sinta melhor.
-Claro mamãe pode ficar tranquila, eu vou ficar bem, e quero ir às aulas sim, isso vai ocupar a minha cabeça - eu concordei tentando sorrir o máximo que eu conseguia e minha mãe pareceu convencida.
Eu estava com um bom pressentimento sobre a escola, talvez eu pudesse ser uma nova pessoa, conhecer pessoas novas, tentar ser melhor, eu gostaria muito que tudo desse certo pra variar, eu quero essa vida nova.
Ajudei minha mãe com o resto dos afazeres e fui deitar, com milhões de pensamentos circundando minha mente, o que será daqui pra frente? O que eu vou fazer agora? Tudo parece conspirar contra nós, mas nessas hora se nós entregarmos é muito pior, nessa horas temos que nos agarrar ao que nos dá força e lutar da melhor maneira possível,sempre se dando conta que coisas horríveis pode acontecer, mas resta a você decidir, com que sabedoria você enfrentará esses problemas. E pensando em todas as coisas acabei adormecendo.