Parte 1: Capítulo 11

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Casa dos Thorton
21:56

"Então?" Clark gritou do quarto.
"Se você continuar falando eu não vou conseguir!" falou abrindo a porta.

Eleonora havia se livrado do vestido e agora estava de pijamas e havia bebido cerca de dois litros d'água e duas garrafinhas de gatorade vermelho nos últimos trinta minutos, e esperava ansiosamente para que todo o líquido saísse do seu corpo.

"Okay, agora vai" falou se virando para ele "e fica em silêncio!"

Clark assentiu e Eleonora correu para o banheiro pegando o primeiro palitinho e fazendo xixi encima, e assim se seguiu pelos outros dois testes que a esperavam encima da pia.
Fazia uma oração interior pedindo para o ser que administrava o Universo para que aquilo fosse uma pegadinha de mau gosto, e que nada daquilo fosse real, não queria que fosse, não precisava que fosse real.

"Merda." murmurou.
"Então?" Clark gritou do outro lado.

Eleonora não conseguiu responder sentiu as lágrimas caírem pelo seu rosto e um soluço um tanto sofrido sair do fundo da sua garganta, quatro positivos, não havia certeza maior do que aquela.

"Nora?" Clark chamou entrando no banheiro.

Um soluço escapou do fundo dos lábios da menina que agora estava abraçada em suas pernas sentada no chão, se sentia impotente, pequena, estúpida, como havia deixado algo daquela magnitude acontecer? Principalmente no estado em que se encontravam.

"Isso é sensacional, não?" Clark falou tentando animar a menina.
"Eu estou grávida Clark." falou ainda chorando.
"Nós vamos ter um filho Nora, isso é mágico."

Eleonora piscou algumas vezes encarando Clark quase descrente com as palavras do rapaz, nós, não existia um nós naquela equação, e ele sabia disso, três semanas de gestação, fazia três semanas que ela havia cometido o erro de transar com Harry Bingham, e Clark sabia disso, sabia que não era dele aquela criança.

"Não é seu Clark." falou erguendo o olhar.
"Mais..."
"Não, não existe mais nisso, você não vai largar a Gwen, e nós não vamos ter um filho juntos." falou se levantando.
"Eu posso fazer isso dar certo Nora." pediu tocando de leve o rosto da menina "Nós podemos fazer isso dar certo."
"Eu não posso pedir isso para você, entenda, eu não quero estragar a sua vida."

Clark sentiu a raiva dominar o seu ser, ela não estaria estragando a vida dele, estaria dando uma das melhores coisas que ele poderia pedir, a oportunidade de ter ela na vida dele, de forma definitiva, coisa que ela nunca estaria disposta a fazer.

"De quem é?" perguntou com os punhos cerrados.
"Oque?" perguntou confusa.
"Quem é o pai?"
"É o Harry."
"Okay, só saiba que eu ainda não desisti disso."

Eleonora sentiu o seu corpo desmoronar enquanto Clark saía com passos pesados para o lado de fora da casa a deixando sozinha com um turbilhão de sentimentos.

Praça
06:27

Harry sentiu os seus pés cansarem e se sentou na entrada da Igreja escutando o silêncio que dominava o local, algo dentro dele gritava que havia algo de errado, estava tudo mais errado do que o normal.

"Harry?" Eleonora chamou parada a alguns metros dele.
"Oque você tá fazendo aqui?" perguntou rapidamente.
"Precisava respirar um pouco." murmurou "Podemos conversar?" pediu.

Harry assentiu apontando para o lugar livre ao seu lado e Eleonora deu passos rápidos para se sentar ao lado dele, suas bochechas estavam coradas por causa do frio e a ponta do nariz estava vermelha de tanto chorar na noite passada, não havia conseguido pregar os olhos.

"Então?" Harry perguntou se virando para a menina.
"Somos bons, não somos?"

Harry encarou a menina confuso, não havia entendido a pergunta, já que havia sido bastante vaga.

"Não te entendi." murmurou.
"Tipo..." falou engolindo a seco "Eu e você, somos bons, um pro outro, né?"
"Sim..." falou sorrindo fraco "...sempre nos apoiamos, e nos conhecemos desde de sempre, né?"
"Faz sentindo." falou encolhendo os ombros "Mais será que algum dia seremos bons para outra pessoa?"

Eleonora encarou Harry que parecia pensativo naquele momento, e sentiu toda a coragem que existia nela sumir, era um enorme buraco negro sugir bem no meio de seu peito, sugando todos os sentimentos bons que ela tinha.

"Estou grávida." falou.
"Oque?"

Eleonora encarou Harry procurando as palavras certas para ele, porém tudo que conseguiu foi um choro, assim como o buraco negro que parecia abrir o seu peito de dentro para fora.

"Oh meu Deus." murmurou após alguns segundos "Eu vou ser pai?"

Eleonora encarou ele é assentiu brevemente sentindo os braços de Harry envolverem seus ombros, assim como a sensação que tudo havia ficado bem, de que não precisaria se preucopar naquele momento.

"Vamos conseguir, né?" Harry perguntou para si mesmo.
"Acho que sim..." falou limpando algumas lágrimas "...eu espero que sim."

O silêncio reinou entre os dois, não sabiam oque dizer, muito menos como agir, até que Campbell entrou no campo de vista de ambos.

"Souberam da novidade?" perguntou recebendo silêncio duplo "Cassandra foi assassinada."

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