Capítulo 2- Mistic Claw

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Chegara! Á frente do jovem a encantadora cidade aguardava-o, serena e impávida. Junto ao muro de pedra branca que ladeava a entrada uma tabuleta de madeira encontrava-se onde se lia Bey city. Gazel adentra pela cidade destemidamente. Depressa largas e rasteiras casas pintadas a leves tons claro com os seus caracteristicos telhados vermelhos contrastantes surgem, criando espaçosas e pouco movimentadas ruas de azulejos pretos e brancos á imagem de um infindável tabuleiro de xadrez. No ar gaivotas grasnavam famintas zigzagueando ao sabor da brisa descontraidamente, pousando algumas nos telhados e passeios. E claro que não podia faltar aquele delicioso eflúvio, a mar, a terra, a litoral. Simplesmente inconfundível. Era mesmo aquela a sua cidade, sempre com aquela tranquila harmonia admirável, a sua Bey city, o seu lar.

Gazel continua a andar e após algum tempo a perambular pelas formosas ruas da cidade, percorre uma ladeira íngreme e entra num pequeno prédio, um tanto desolado. Sobe umas escadas, abre uma porta e pronto. Por fim no seu apartamento. Era um pouco velho e as coisas estavam para o desorganizado, mas cumpria a sua função. Também era pouco o tempo que passava ali. Gazel senta-se em cima da cama e descalça as botas. Estava exausto! Aquelas longas missões de vários dias eram mesmo extenuantes. O melhor era descansar um pouco já que não dormira nada de noite. O relógio em cima da sua mesinha de cabeceira ainda só marcava 3 da tarde, por isso uma cesta após um aconchegante banho quente não lhe faria nada mal. Gazel pousa a sua arma no chão, uma longa espada envolta numa bainha que portava ás costas e acaba de se despir, encaminhando-se de seguida para a casa-de-banho. O relaxante rumorejar do chuveiro não tarda a ouvir-se .Gazel suspira enquanto o jato de água atingia a sua face molhando os seus cabelos e escorrendo pela sua silhueta alta e atlética. Depois do dia que tivera aquilo sabia-lhe mesmo bem. Apesar disso algo ainda inquietava a sua mente...

E a melodia do chuveiro continua.

(7:30 da tarde, Cede da Mistic Claw)

Gazel detém-se perante o opulento edifício. Encontrava-se pintado em amarelo e possuía uma prominente fachada com o nome "Mistic claw" gravado a grandes letras encarnadas. Era ali... a cede da guilda de magos a que fazia parte. Mistic Claw, Mistic Claw, a sua guilda. No fundo uma cambada de anormais de todos os feitios e géneros com quem Gazel secretamente, lá no fundo, se sentia conectado. Uma verdadeira família que estivera sempre lá para si, nos bons, nos maus momentos. Gazel abana a cabeça em repúdio. O que é que lhe estava a dar? Pensamentos lamechas não era com ele. Gazel empurra a porta e apressa-se a entrar.

Imediatamente, um ruidoso burburinho de fundo e um delicioso aroma a canela vem saudá-lo. Gazel dá uma vista de olhos pelo espaço. Bem, para ser sincero, aquilo assemelhava-se mais a um gigantesco bar do que a outra coisa qualquer. As paredes castanhas eram ornamentadas por uma série de quadros e uma ou duas carcaças de animais embalsamados e do teto um rustico lustre pendia conferindo uma luminosidade agradável ao local. Para completar, cerca de dez extensas mesas disponham-se paralelamente numa formação retangular, ocupadas pelos bem-dispostos magos que fruíam da companhia dos colegas e de uma boa caneca de cerveja. Gazel desloca-se para o balcão de mármore colado á parede do lado direito. A sua presença mal fora notada sob a algazarra que imperava. Ao balcão, Alice, a bartender revelando o seu amistoso sorriso radiante cumprimenta-o:

_ Oi Gazel! Por aqui? Está tudo bem contigo?

_Sim cheguei á umas horas. _ retorque o rapaz sentando-se num banco, daqueles esguios e rotativos.

_Pois é verdade. E a missão correu bem? Ainda viajaste até longe não foi? _ inquere a garçonete com uma voz terna e prestável

_Uma vilazinha a alguns quilómetros daqui. Foi só tratar de uma infestação de criaturas do bosque. Nada de mais.

Fogo cruzadoOnde histórias criam vida. Descubra agora