(Perdoem os erros)
Jasper
Folheio mais uma página do jornal e suspiro desgostoso, mais uma manchete com a minha cara na capa. Cíntia não cansa de espalhar por aí como dei fim ao nosso casamento de uma hora para outra sem motivos plausíveis.
Francamente não sei quanto mais disso posso aguentar, reviro os olhos para foto dela e fecho o jornal jogando longe em cima da minha mesa. Faz quatro anos que estamos nessa mesma situação, desde que o divórcio saiu a sete meses que a minha vida virou um caos completo.
Ainda lembro da sensação de felicidade quando me casei a vinte anos atrás, estava como qualquer noivo fica quando finalmente se casa com a mulher da sua vida. Era isso que a Cíntia era para mim, a mulher com quem passaria o resto dos meus dias, a mulher com quem dividiria os meus sonhos e construiria uma família.
Ela era a mulher mais inteligente, curiosa, aventureira e linda que já conheci. De fato, algumas dessas características não mudaram com o tempo, mas como ela mesma disse para mim naquele restaurante quatro anos atrás, suas escolhas de vida mudaram e a maioria delas não me incluía.
Houve um tempo em que não fazíamos nada separados, éramos uma dupla imbatível. Mas em algum momento tudo mudou e nos afastamos, no começo pensei que os tantos anos de casamento pudessem ter feito isso, agora no entanto não sei.
Seus pensamentos mudaram, ela estava mais preocupada em ganhar status sociais e em fazer o seu nome como a socialite mais badalada de Seattle, enquanto eu bom... eu estava pensando em crescer como casal.
Eu queria que formássemos uma família, queria unir os nossos laços ainda mais e dar continuidade ao nosso nome. Cíntia, porém, não estava no mesmo barco que eu, apesar de ter tentado inúmeras vezes convencê-la a mudar de ideia foi inútil.
Não posso dizer que nossos planos não tenham sido iguais em determinado momento, mas em algum lugar ao longo do caminho começamos a desejar coisas diferentes. Nunca pedi a ela para abandonar a sua vida ou mudar completamente, mas também queria uma esposa presente e uma mãe dedicada para os nossos filhos.
Eu cresci cercado por babás, sendo criado por outras pessoas e não desejaria isso para os meus filhos. Eu quero estar presente em cada etapa, cada fase e com certeza seria o marido mais babão para minha esposa grávida, só que não tenho mais uma esposa e muito menos tenho uma grávida.
- Juiz Hemingway – minha secretária de longa data murmura através do interfone na minha mesa.
- Sim Heloise – Respondo apertando o botão de chamadas dando uma pausa nos meus pensamentos errantes, tudo que faço ultimamente tem sido pensar.
- O senhor tem visitas Excelência – diz ela batucando algumas coisas – o Senhor DiLaurentis está aqui para vê-lo Excelência. – Elabora.
- Pode deixar entrar Heloise e por favor traga um café também, obrigado – Agradeço encerrando a chamada e relaxando na cadeira.
Logan DiLaurentis é um velho amigo, um mentor posso dizer. Quando comecei minha carreira o escritório de direito onde ele trabalhava serviu como base de apoio para mim, fiz meu estágio por lá e acabei conhecendo tantas outras pessoas ao longo desse tempo.
Seu sobrinho mais velho foi um dos meus colegas de faculdade, Tyler seguiu a carreira do tio e está muito bem de vida, eu por outro lado optei pela escolha mais difícil. Demorou um pouco e levou anos da minha vida, mas finalmente consegui sentar na cadeira de comando.
Sou muito bom no que faço e acredite em mim, não sou como todos os meus colegas de trabalho. Não sou particularmente fã de seguir as regras, mas isso não quer dizer que não saiba fazer o meu trabalho corretamente.
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Sua Excelência - Série "Café da Gloria" vol 1 (Degustação)
ChickLitJasper Isaac Hemingway terceiro é um homem fora do comum, sua vida é guiada por uma única regra "Carpem dien". Jasper conhece como ninguém as voltas que a vida dá, depois de sofrer um atentado logo no início de sua carreira ele decide aproveitar cad...