(Perdoem os erros)
O movimento na cafeteria foi intenso hoje, sinto todos os músculos dos meus braços protestando em desacordo e meus pés estão reclamando sem parar por ficarem em pé o dia todo. Meu único momento de descanso foi durante o intervalo de vinte minutos que passei na companhia do juiz.
Cambaleio para dentro do apartamento e rezo para chegar até o meu quarto antes de cair de cara no chão. Mas assim que a porta abre tomo um susto, o apartamento está todo revirado e nossas coisas estão quebradas por toda parte.
- Marie Ellen – grito pela minha irmã com o coração apertado – Marie Ellen? – Chamo mais alto percorrendo o espaço pequeno até o quarto dela.
Entro no seu quarto e solto um suspiro aliviado ao vê-la na cadeira de cabeça baixa perto da cama. Em poucos passos estou ao seu lado, sento na beirada da cama e olho para ela de cima até embaixo em busca de machucados que expliquem o que aconteceu lá na sala.
- Marie Ellen o que aconteceu lá na sala? – Pergunto baixinho, ela ergue o rosto lentamente e lágrimas salgadas banham o seu rosto.
- Sinto muito Mona – murmura começando a chorar desesperada, fico sem saber exatamente o que aconteceu e tudo que faço é tentar acalmá-la para que possa explicar tudo.
Envolvo meus braços ao redor dela, preocupada e aflita. Seja o que for deve ser algo grave para fazê-la chorar desse jeito. Fico imaginando milhões de cenários e não encontro nada que explique todas as nossas coisas quebradas.
- Por favor fale comigo, o que aconteceu? – Imploro enxugando suas lágrimas, meu coração está tão apertado que parece prestes a ser esmagado.
- Desculpe Mona – murmura balançando a cabeça e chorando mais.
- Está tudo bem, só diz o que aconteceu. – Peço e ela acena freneticamente começando a falar embolando as palavras.
- Felix esteve aqui, ele... ele invadiu, quebrou tudo – fala sem parar fazendo meu corpo tensionar e medo se espalhar por cada poro da minha pele – ele disse que se a gente não pagar Mona, dá próxima vez será pior. – Ela diz e levanto da cama começando a andar de um lado para o outro.
- Ele machucou você? – Pergunto colocando minha cabeça para trabalhar e encontrar uma solução para essa situação.
- Não, ele só me assustou – responde nervosa mexendo as mãos sobre o colo e depois enxugando o resto das suas lágrimas.
Quando a Marie Ellen sofreu o acidente cinco anos atrás, nós ainda éramos uma família completa. Mas a minha mãe morreu durante o acidente e tudo mudou, meu pai começou a beber, fazer dividas de jogo e ficou pior quando as despesas do hospital começaram a chegar.
Naquela época eu ainda não trabalhava, apenas estudava. Estava no penúltimo semestre de jornalismo, larguei tudo para poder cuidar da minha irmã e da casa. Trabalhei em outros lugares até encontrar o "Café da Gloria", mas até chegar a esse ponto meu pai fez dividas extremas.
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Sua Excelência - Série "Café da Gloria" vol 1 (Degustação)
ChickLitJasper Isaac Hemingway terceiro é um homem fora do comum, sua vida é guiada por uma única regra "Carpem dien". Jasper conhece como ninguém as voltas que a vida dá, depois de sofrer um atentado logo no início de sua carreira ele decide aproveitar cad...