A morte é algo que faz parte do ciclo da vida, com certeza é impossível evitar ou controlar. Quando se fala em morrer ou não conseguir adiar esse processo infindo, imagina-se segurando um monte de areia em suas mãos - ainda que abertas, mantendos suas orbes voltadas a eles - onde você controla a quantidade e sua própria capacidade de segurar os inúmeros grãos de areia; pode até segurar e segurar por um certo período de tempo, entretanto, chegará um momento pelo qual não se pode protelar, quando esses pequeninos grãos se fora esvairando por entre os dedos, escorrendo até bater outra vez no solo, na areia seca e aquecida da praia, tornando-se parte dela outra vez. Com os seres humanos a coisa é definitivamente a mesma, dito isso, em alguns casos ela se tardia, se prolonga e nem sempre chega a ser suficiente, e uma hora ou outra essas pessoas - ou grãos de areia - há de se recolher junto aos demais grãos eternizados nas areias das possíveis praias celestiais ou não. Não existe as mãos mais poderosas do mundo para segurar a vida de alguém, segurar os grãos de areia se chega o momento de ir, a morte é com toda a certeza inevitável, chega para todos, para alguns chega de modo tardio e outros, ah esses outros são os primeiros a sentir a dor - talvez não sinta - e o desprazer que é morrer.
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Perdida nas Palavras
PoesíaEscrever é expressar o que pensa, sem ao menos realizar uma mísera ação. Os poetas escrevem o que sentem, para que essas palavras digam o que ele jamais conseguiu dizer. Assim, boa parte destes poemas são coisas as quais não consigo dizer ou simples...