Kingdom • Jikook

C.15

A lua estava mais próxima a terra, e era como um presente da natureza para Jungkook, que estava á minutos de completar maioridade. Não estava muito animado, já que seu pai tinha o paradeiro desconhecido, o que causava restrição em suas ações ㅡ não poderia liderar em qualquer área, até que seu pai passasse a responsabilidade para si.

O Park queria interferir, mas seria errado tratar o menino diferente dos outros moradores que enfrentavam a mesma situação. Se fizesse para um, teria que fazer para todos e ele sabia, costumes são fáceis para se adaptar, não mudar.

Com os planos já armados, e o sentimentos transbordando ㅡ Jimin voltava da casa da ex noiva, com um término muito amigável sobre àquela amizade com benefícios. A mulher parecia saber que sentia coisas por outra pessoa que não ela, e também se sentia desta forma.

ㅡ Vai se declarar? ㅡ fora a única dúvida que expôs, com o sorriso entre os lábios bem pintados e hidratados.

ㅡ Ainda não sei, me sinto sujo por sentir essas coisas, entende? ㅡ acariciou as mãos da amiga. Os dois se amavam, mas como amigos e isso fizera aquele relacionamento ser carnal mais que sentimental. Não que se arrependesse, nem um dos dois sentiam culpa por sentir prazer.

ㅡ Em minha perspectiva, você deve contar como se sente e esperar por uma resposta positiva. Não é sujo quando é recíproco e dentro da lei. ㅡ Ela soltou as mãos, para arrumar alguns papéis que minutos atrás estudava.

ㅡ Você é muito positiva ㅡ censurou, a ajudando com a bagunça de papéis. ㅡ E a pessoa que gosta, ainda te deixa louca?

ㅡ Não imagina o quanto ㅡ passou a mão no cabelo, afastando os fios para atrás. ㅡ Me olha como se quisesse me seduzir e depois foge como se eu fosse um demônio ㅡ sorriu nervosa.

ㅡ Deveria esclarecer as coisas, sabe? Não é garantido que sempre teremos "paz", já que os parlamentares estão irritados com a suspensão.

ㅡ Deixe que eu cuide dos meus sentimentos, sim? Vá tirar o peso que segura por tanto tempo, diga que ama logo ㅡ empurrou o amigo pelo ombro, rindo juntos.

ㅡ Você coloca muita fé em mim, SeulGi.

Com seu pequeno diário nas mãos, o Park começou a escrever sobre o parlamentar. Não demorou para se distrair, rabiscando o rosto de quem ocupava sua mente nos últimos anos, fazendo com cuidado cada linha e desenhando estrelas ao redor daquele rosto adorável.

Estava rabiscando cada expressão que adorava: a brava, envergonhada, estupefata, ao se alimentar e sonolenta. Era tudo uma arte, cada traço daquele rosto e corpo deveria ser venerada pelos maiores artistas do passado, futuro e presente.

ㅡ Me chamou, hyung? ㅡ o garoto estava com o rosto sujo de tinta.

ㅡ Não precisa ter pressa ㅡ guardou o diário embaixo do travesseiro. ㅡ Está ajudando a Taehyung com os quadros?

ㅡ Sim, e estou gostando muito ㅡ sorriu animado. Sempre que encontrava ou fazia algo novo, Jungkook corria até seus hyung, e apontava para sua descoberta ou feito com empolgação.

ㅡ Gostaria de ver sua arte quando terminar ㅡ se ajeitou na cama, chamando o menino com as mãos. ㅡ Mas agora, precisamos conversar, é véspera de seu aniversário e quero que saiba de algo que guardei para mim mesmo por um longo tempo, Jungkook.

ㅡ Estou escutando, hyung. ㅡ Os olhos estavam mais brilhantes que de costume. Pareciam pedras escuras e preciosas.

ㅡ Esperei até que completasse maioridade porque não queria me sentir sujo, ou que fosse errado, e mesmo agora parece ser assim. Você ainda tem dezenove anos e falta alguns minutos para meia-noite.