Piratas do Caribe - Um mar de possibilidades

Capítulo 1 - Descobertas

.... Bebei amigos yo-ho!

Cantava mentalmente o capitão Jack Sparrow, segurando firme o timão do Pérola Negra intercalando entre observar o horizonte e conferir sua bússola.

Jack sentia-se animado para chegar às Islas de Fuego*, queria encontrar seu tesouro perdido. O capitão do navio incentivava sua tripulação com suas frases de estímulo nada amigáveis.

- Andem logo se não quiserem perder a cabeça, seus desprezíveis!

Elizabeth estava á bombordo do navio projetando em voz alta as ordens de Jack, para certificar-se de que todos ouviriam. Will tratava de puxar as cordas para manejar as velas.

- Terra à vista, capitão!

Gritou o Sr. Gibbs, Jack pega seu telescópio para ver melhor, um sorriso perverso surge no rosto e o mesmo faz sinal de que parariam em poucos metros.

Já na costa da ilha, o capitão e sua tripulação desembarcam.
Era um lugar úmido, com vegetação densa e tonalizada por um verde escuro, diferente dos padrões das ilhas do Caribe.

- Marujos! - Jack se pronuncia abruptamente com seu costumeiro andar cambaleante e desleixado - Preciso da tripulação no barco de prontidão, apenas um marujo virá comigo, será mais fácil assim.

O capitão fala passando por todos alí presentes, os analisando. - Srt. Swann, você vem comigo.

- É Srt. Turner agor- Elizabeth começou.

- É, é, tanto faz... - Jack fala com um desinteresse que sabia que deixaria Elizabeth ainda mais indignada (ele adorava irritar a loira), o pirata ainda não havia se acostumado com a ideia de Elizabeth ter se casado com Will adotando seu sobrenome. - Enfim, façam o que eu mandei.

Jack sai andando sem olhar para trás e é interrompido.

- Sem chance! - Protestou Will. - Eu vou, Elizabeth fica no barco.

- Sr. Turner, tem minha palavra de que cuidarei muito bem da sua esposa. - Um sorriso indecente se deixou vazar junto com suas palavras.

- Eu sei me cuidar, Will. - Disse ela antes que Will continuasse. Sua reprovação à atitude do marido era quase palpável. Ela saí do meio da tripulação se juntando a Jack Sparrow.

- Então, vamos? - O pirata ofereceu o braço para a moça, mas a mesma passa por ele tomando a frente.

Todos se entreolharam, achando estranha sua decisão sobre a tripulação ficar no navio, mas depois de um "Agora!!" bastante áspero, ninguém ousou questionar e voltaram para seus postos.

Os dois que sobraram adentram a floresta da ilha, caminham por alguns minutos sem com que nenhum deles arriscasse uma palavra. Elizabeth ia abrindo caminho quando eles se deparam com uma construção antiga de pedras.

- Por que me escolheu, Jack? - Indagou Elizabeth.

- Sua companhia é bastante agradável, srt. Swann. - O toque sarcástico era perceptível, o que se fez confirmar com seu sorriso forçado.

- É Turn.. - Elizabeth é cortada pelo capitão antes mesmo de terminar de corrigi-lo.

- E você pode ser útil, caso façam alguém de refém. Certamente à escolherão. - Jack dá o seu melhor sorriso enquanto entrava pela passagem da construção que mais parecia um castelo mal feito.
O local era gigantesco e escuro, e em meio a penumbra Jack fica desorientado e lento.
Era quase inaceitável um pirata desnorteado no escuro. Elizabeth tomou a frente seguindo um pontinho brilhante ao fim do corredor.

- Acho que vi alguma coisa...

Jack tratou de seguir a silhueta bem torneada da moça. Seu andar engraçado o fazia bater em algumas coisas pela extensão do corredor. Conforme foram chegando mais perto, o ambiente foi se iluminando e foi ficando mais óbvio que o ponto crescente era uma sala brilhante.

- Jack, está pegando fogo. Precisamos sair daqui. - Elizabeth disse dando para trás, a sala não estava clara, estava em chamas.

- Não se preocupe, querida. Esse é o segredo do tesouro, o fogo! - Sorrindo, Jack movimentava as mãos alegóricamente. - Agora vamos, chore!

Já estavam mais perto do fogo, dava para sentir o calor das labaredas em seus corpos.

- Como é?

- Chore! - Disse Jack apalpando seus bolsos atrás de um pequeno recipiente. - Não é tão difícil.

- Por que eu devo chorar?

- Somente uma lágrima de moça pura, com sangue retirado de um sacrifício humano e sementes do fruto proibido, podem apagar o fogo desta sala. Agora vamos, uma lágrima! - Jack encostou o frasco, que continha um líquido de coloração estranha, no rosto de Elizabeth para não deixar escapar a lágrima que não viria.

- Moça pura... Jack? - Disse ela afastando o vidrinho. - Você não achou que eu...

O pirata tinha um olhar questionador, realmente não havia pensado nessa hipótese.

- Jack, eu já sou casada!

- Oh... Me desculpe senhorita Swann... - Disse com raiva, sentiu-se desnorteado e se sentou em um batente de pedra inconformado com a atual situação deles. Nunca havia lhe passado pela cabeça que Elizabeth já tinha sido deflorada. Jack tinha uma visão muito distorcida da moça, quase platônica.

- É Turner, Jack! Turner! - A garota estava indignada, principalmente com a irritação de Jack perante a "não virgindade" dela.

- Ah, okay Srª. Turner- Ele se levanta e fala dando toda ênfase possível no "Turner". - Então agora é capitão Jack Sparrow para você.

- Certo, capitão Jack Sparrow, o que faremos agora? - Ela aproximou-se em uma tentativa bem sucedida de impor seu respeito carregando repulsa e deboche em suas palavras.

- Eu não sei, talvez se alguém tivesse comentado sobre sua impureza, não estaríamos nesse dilema. - A fúria dos dois era bastante comum de se presenciar, frequentemente ambos discordavam sobre os mais variados assuntos.

- Você é um canalha! - Ela aponta o dedo na cara de Jack, perto o suficiente para não conseguir identificar de quem era o calor corporal que também se fundia as labaredas ocasionais que saiam dos limites da porta.
Eles eram banhados por uma linda iluminação de cor dourada, algo estranho ocorreu com Jack visualizando aquela cena. O coração do pirata acelera e ele acaba por desviar o olhar para a boca de Elizabeth. Será que a moça também tinha sentido aquilo? Foi uma onda tão forte que era impossível não ter engolido os dois.

- Repete... - Jack ameaçou em tom quase manso, não tinham como avançar mais, então Jack faz Elizabeth recuar até encostar na parede.

- CA-NA-LHA!