A conexão quebrada (2Won)

Estação 7 - Tulipa

10/09/2017 - 06:00 AM.

Domingo.

A cena de Hoseok e Jooheon sendo mortos não saia de sua mente, como se fosse um loop eterno. Hyungwon quase riu ao pensar isso, já que também estava preso em um.

“ — Estamos chegando a estação Tulipa. Por favor, não se esqueçam de seus objetos no guarda-volume.”

Quando levantou, uma forte tontura atingiu sua cabeça fazendo-o cair e bater o rosto na quina do banco.

— Puta merda! — xingou baixo. A dor se intensificou e o dia mal havia começado.

Ele precisava sair do trem, ficar preso ali não o levaria para lugar algum. Então se forçou a levantar e começou a sair da estação.

A tontura aumentava, Hyungwon apenas conseguiu pensar nas possibilidades de ser pisoteado se desmaiasse no meio daquelas pessoas.

— Wonnie! Me espere! — uma voz destacou-se em meio às outras.

Quando olhou para trás viu o rosto de Hoseok totalmente preocupado.

— Minha nossa, o que aconteceu com seu rosto?

Hyungwon não conseguiu respondê-lo, seu corpo ameaçou a cair novamente, mas o rapaz se apressou para segurá-lo.

— O que aconteceu, Wonnie? Precisamos ir para o hospital! — Hoseok disse desesperado.

Em instantes, a tontura o atingiu por completo, transformando sua visão em uma enorme tela preta.

10/09/2017 - 09:10 AM.

Domingo.

— Ele já está assim há horas! — a voz de Hoseok preencheu o local.

— Você precisa ter paciência, Seok. — Kihyun comentou.

A visão de Hyungwon ainda estava embaçada, mas ao pouco conseguiu ver nitidamente os dois.

— Ele acordou! Wonnie! Você consegue me ouvir? — Hoseok se aproximou rapidamente da cama. A voz dele havia saído alta, fazendo a cabeça de Hyungwon doer.

— Hoseok! Você precisa se controlar. — Kihyun pediu enquanto o afastava um pouco.

— Me desculpe, eu apenas estou preocupado — o rapaz disse mais baixo — Se você visse o seu próprio rosto naquela hora iria entender. Eu não sei o que faria sem você.

— Está tudo bem. — Hyungwon falou com dificuldade. Sua cabeça ainda doía muito, foi então que reparou no local que estava, era claramente um quarto de hospital.

Tudo estaria normal se não tivesse também notado as manchas escuras, agora um pouco maiores, pelas paredes brancas. Aquilo fez o desespero crescer em seu peito.

— Hyungwon? — agora foi a vez de Kihyun chamá-lo — O que aconteceu?

— Você está com dor? — Hoseok perguntou.

Era horrível ver sua expressão preocupada, mas não conseguia mentir.

— Minha cabeça não para de doer. — respondeu.

— Hoseok chame o médico.

Foi então que sua visão novamente escureceu.

XX/XX/XXXX - XX:XX XX.

XXXXXXXXXXXXXXXXX.

Quando abriu os olhos pela segunda vez não estava mais no hospital, mas sim dentro do trem.

“ — Estamos chegando a estação. Por favor, não se esqueçam de seus objetos no guarda-volume.”

Hyungwon se levantou, sua cabeça não doía mais.

— Ei — chamou a atenção do assistente — Que estação é essa?

O rapaz o encarou e repetiu a frase sem citar o nome da estação.

“ — Estamos chegando a estação. Por favor, não se esqueçam de seus objetos no guarda-volume.”

Hyungwon não teve escolha, a não ser descer. Quando saiu do trem, uma cortina de fumaça veio em sua direção o fazendo tossir no mesmo momento.

Tirou rapidamente o paletó e colocou em seu rosto, tentando não respirar aquilo.

Continuou a andar, mas não conseguia ver nada.

— Wonnie?

A voz de alguém ecoou, porém não era possível reconhecer o dono.

— Wonnie?

Novamente se repetiu.

Mesmo com o pano bloqueando a maior parte da fumaça, sua respiração começou a diminuir, aumentando a tosse. Ele não sabia para onde ir, então apenas parou de andar.

— Wonnie?

Sua visão voltou a escurecer, sem saber quem tanto o chamava.