A sala estava mal iluminada, mesmo com o dia ensolarado que fazia do lado de fora. As cortinas cinzas tampavam a visão dos diversos outros prédios que cercavam a sacada do apartamento de Conan e Alex, que serviam a mesa para o café da manhã.
Bruce e Diana dormiam em colchões no mesmo local, cada um em uma extremidade. Wooby, Honch e Balt repousavam na área de serviço, próxima à cozinha.
Entre os barulhos dos pratos de porcelana se chocando contra a mesa de vidro e os talheres a roçarem entre si, os dois jovens finalmente acordaram depois de um longo e merecido descanso.
Entrelaçada em cobertores, Diana repousou algum tempo sobre a cama improvisada, observando tudo à sua volta, sem dizer uma única sequer palavra. Sobre o raque da televisão, feito de madeira de mogno, alguns livros curiosos de ficção científica e o porta-retrato de Conan com uma mulher até então desconhecida para a garota. No chão, um tapete felpudo e branco, que percorria a sala inteira até fundir-se com o carpete da sala de jantar. Uma mesa de café leve e elegante foi movida de lugar para que Bruce e Diana pudessem ocupar seu espaço. Além disso, algumas poltronas de couro marrom decoravam o espaço, em contraste com as diversas plantas em vasos enfeitados com pinturas de pétalas.— Bom dia, dorminhoca — comentou Alex, abrindo um largo sorriso ao ver que a garota já havia acordado. A jovem lembrou do tempo em que vivia com seus pais, e acordava todos os dias de manhã para tomarem café juntos — a mesa já está posta. Venha quando quiser! Tem fruta, bolo, pão...
— Ah, bom dia, D! — A alegria de Conan contaminava todo o espaço onde se localizavam.
— Oi, pessoal... bom dia — ela, apesar de desperta, ainda tinha seus olhos entreabertos, visto que havia acabado de acordar.Em pouco tempo, todos já se serviam juntos. Diana tomava um generoso gole de chocolate quente, enquanto a fumaça do amargo café de Conan embaçava seus óculos. Alex degustava um bem preparado croissant, e Bruce cortava um pedaço de pão com uma faca de serra.
Era uma sensação que há muito tempo não sentiam — a sensação de ter uma família.
— Então, parece que o dia chegou — comentou Conan, posicionando a xícara que segurava com os dedos sobre o pires.
— Sim. Eu estou preocupada, mas... acredito que vai dar tudo certo se trabalharmos juntos — respondeu a jovem.— Um dia antes —
— Se quisermos derrotar Golliath, precisamos de um plano — comentou Conan, pensativo.
A sala de jantar estava escura. Apenas a luz amarelada, estendida sobre a mesa, clareava levemente o ambiente, cheio de folhas de papel parcialmente amassadas.
— Nós precisamos achar um jeito de resgatar Max — respondeu Alex, referindo-se ao garoto que mantinham como cobaia nas instalações do laboratório.
O coração de Diana gelou ao ouvir tais palavras alcançando sua orelha. Ficou trêmula. Seus olhos se esbugalharam e seu rosto tornou-se lívido. Era realmente o "Max" que estava pensando? Será que depois de tanto tempo, a jovem realmente encontraria seu irmão de volta?
O que ele acharia de seu amadurecimento? E de Bruce? Como ele lidaria com o estresse de tudo que estava acontecendo?
Ela não sabia. A única coisa que poderia imaginar era o sofrimento que o garoto passaria após o resgate.— M-Max...? — Diana pediu para que Alex repetisse o que havia mencionado. Dentre sua pele fria do choque que passara, uma chama brilhava dentro de si; a chama da esperança.
— Max. Ele é um garoto, pobre garoto... nem Arceus pode medir o tanto de crueldade que fizeram com ele — respondeu o que usava óculos, cobrindo seu rosto, envergonhado do que havia feito.
— Ele era a cobaia dos testes da praga. — Alex finalmente havia dito o que Conan hesitara tanto em falar.A dúvida estava sanada. Realmente era Max. Seus olhos encheram-se de lágrimas, e seu rosto avermelhou-se. Ela mal conseguiu erguer sua morna lata de Coca-Cola até sua boca, de tanto que suas mãos tremiam. Suas pernas estavam inquietas, balançando de um lado para o outro sob a mesa de tanta ansiedade.
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The Plague
Adventure- Apenas duas semanas do desaparecimento do irmão de Diana, uma jovem garota como qualquer uma, há um surto de um perigoso vírus, que mata lentamente tudo aquilo que toca. Apenas com a companhia de seu recém-adotado Shinx, apelidado de Khan, ela ter...